UMA PERGUNTA SIMPLES A COSTA
Que, porém, já não poderá ser feita, atropelada que seria pela voragem da campanha eleitoral.
Vou sanear a questão daquelas coisas avulsas, que se vão dizendo e já sabemos não serem para prestar atenção, daquelas promessas diferentes, que se fazem em localidades diferentes, contraditórias entre si, como essa de eliminar as portagens, dita no norte, e de financiar a a segurança social com as portagens, dita no sul.
De pôr os refugiados a limpar florestas, de ressarcir os ricos “lesados do BES”, de baixar a TSU, por aí fora, num rol fastidioso a que ninguém liga e que só vai servindo para fazermos umas larachas.
Isso, como agora se diz, não interessa para nada.
Tudo espremido, o que, em matéria orçamental, Costa defende de diverso, relativamente à coligação é, tão só:
- Baixar a taxa de IVA dos serviços de restauração para 13 por cento;
- Pôr termo à sobretaxa de IRS em dois anos, não em quatro, como a coligação propõe.
Significa isto que o PS concorda com todos os cortes e aumentos de impostos que a maioria desta legislatura aprovou, excepção feita à referida taxa de IVA.
Dá, pois, tacitamente, mas de forma clara, o seu expresso assentimento ao “enorme aumento de impostos” e a todas as medidas restritivas de despesa praticadas nos últimos quatro anos.
Se assim não fosse, teria tratado de anunciar a sua imediata reversão e não de continuar a praticá-las, como é seu desejo.
Ora, habituados que fomos, na legislatura que ora termina, à oposição do PS a toda e qualquer medida orçamental da maioria, acompanhada de ruidosas rodas de neo-liberalismo e insensibilidade social, uma pergunta simples se imporia – por que razão tanto e tão reiteradamente se opuseram às medidas que, afinal, querem manter?
Em que têm os nossos jornalistas andado a pensar?
Por mim, penso que é bem melhor deixar aplicar o programa a quem o defende com frontalidade e já demonstrou saber fazê-lo.