Um par de jarras
Com a cada vez mais provável maioria absoluta do PS nas legislativas o PCP e o BE - que não crescem nas sondagens - correm o risco de perderem condições para fazerem parte de um qualquer acordo governamental.
Os portugueses já perceberam que com a sua atitude anti-Zona Euro e anti-União Europeia, os partidos da extrema esquerda são um travão às reformas estruturais necessárias a um melhor comportamento da economia . E sem mais e melhor economia não pagamos a dívida, por mais que aqueles dois partidos redijam relatórios para resolver a dívida e que são rapidamente esquecidos numa qualquer gaveta de António Costa.
A forma quase prepotente como os relatórios das esquerdas sobre a negociação da dívida são ignorados, mostra bem que embora o PCP e o BE se considerem ainda factores de pressão, há muito que o que fazem mais é engolir sapos vivos.
Catarina Martins já anda por aí a dizer que não tem jeito para jarra e Jerónimo de Sousa já coloca o PS na direita . Depois da lua de mel com as reversões os problemas de fundo que é preciso enfrentar ameaçam a coesão entre PS, PCP e BE . E o PS não tem jeito para dar a outra face mudando no que é essencial - a Zona Euro e a União Europeia .
Há quem faça contas e chegue à conclusão que pagar a dívida exige um crescimento de 7% - 4% para juros e 3% para a sustentabilidade do sistema. Ora só medidas tomadas a nível europeu é que poderão facilitar tal objectivo.
E isso é possível com dois partidos que todos os dias exigem sair da Zona Euro ? O PS caminha para a quadratura do círculo.