Um orçamento poucochinho
Até aqui ainda havia um horizonte. Reverter rendimentos, poucochinho, mas era alguma coisa. Agora não há nada. Esperar que a pandemia se vá e que o dinheiro de Bruxelas chegue, é quase nada.
E é assim que este Orçamento fica conhecido não pelo que lá está, mas pelo que não está lá. Pelo vazio total. Não há um caminho, um projeto, uma estratégia. Em 2016, o PS tinha uma ideia, a de devolução de rendimentos, para 2021 temos um deserto. Além das tentativas de tapar os enormes furos na economia com pastilha elástica, não sabemos o que quer para o país, como vamos crescer ou dar a volta à crise. Este OE parece colocar o país em stand by por mais uns meses até a crise de saúde passar ou chegarem os milhões da Europa. Podemos usar a incerteza da crise pandémica como desculpa. Podemos. E também podemos ficar sentados, fechar os olhos e fazer figas para que tudo se resolva. Podemos. Mas não deixa de ser muito poucochinho, o que multiplicado por zero continua sempre a ser zero.