Um Estado com poder a mais e uma sociedade com poder a menos
Está na altura de o país tentar uma opção com menos estado e mais sociedade. O Estado corporativo de Salazar após 40 anos de Democracia está quase intacto . Com este Estado com poder a mais já vimos que não saímos da cauda da Europa.
Quando se insistir que o Estado tem poder a mais em Portugal – manda demais, regulamenta demais, intromete-se demais, protege demais e protege mal (pois não protege apenas os necessitados, protege também os poderosos quando estão aflitos). Quando se disser que o problema do Estado não é ter burocracia a mais (para isso servem os simplexes deste mundo), mas ter o poder de se intrometer em quase todos os domínios da nossa vida, e na vida das nossas empresas. Quando se disser que uma sociedade comparativamente pobre, como é a portuguesa no quadro da União Europeia, não pode pagar tantos impostos e tantas contribuições, que a escolha é entre devolver dinheiro aos cidadãos e às empresas ou devolver dinheiro aos funcionários públicos e às corporações. Quando se assumir que a reforma do Estado é para acabar com muitas das suas funções tentaculares, com muitos dos seus privilégios (4,5 funcionários por cada chefe na Direção-Geral da Segurança Social? “Benefício adicional de mais 12 dias anuais de não trabalho”?) e com todas aquelas regras que permitem aos funcionários agir discricionariamente, preconceituosamente.