Todas as crianças internadas no Hospital D. Estefânea tiveram alta
É preciso recomeçar a viver. Há várias coisas que já se sabem. Há regiões onde há muitos infectados e outras nem tanto. Há sectores de actividade onde há muitos infectados e outros nem tanto. Há actividades dificeis de controlar mas outras nem tanto.
O número médio de contágios (o valor de R) teima em não descer em Portugal. Porém, as assimetrias regionais vêem-se até na forma como a doença atinge o país. Por isso, na opinião de alguns especialistas, poderão abrir-se primeiro regiões menos afectadas.
“Na minha opinião, é um bocadinho precipitado desconfinar já o país todo, porque o R não está num valor nada confortável”, diz. “No entanto, quando olhamos para o mapa de Portugal e vemos o número de casos ou de mortes, vê-se sempre que o país é muito diferente.” Há duas manchas escuras sobre Lisboa e Porto, mas há zonas menos afectadas pela doença — como o Alentejo. “Portanto, se é para aliviar as medidas, devíamos fazer isso assimetricamen-
te, isto é, começando pelas regiões onde parece ser menos arriscado.
Neste momento [ontem] temos internadas seis crianças, uma delas em cuidados intensivos. Temos 29 doentes seguidos no domicílio e 37 curados. (Hospital D. Estefânea).
Países com grande impacto da doença, como Espanha ou Itália são países nesta altura que não têm imunidade. A Itália tem uma imunidade de 7%, a Espanha 10%. O que sabemos é que a maior parte da população ainda não contactou com o vírus. É por isso que não podemos baixar subitamente as medidas que foram tomadas até agora. A reintrodução da vida - não vou dizer normal, porque tão cedo não vamos voltar ao normal —, tem de ser faseada, porque a imunidade
de cada país ainda é muito baixa. No nosso país é mesmo muito baixa,
deve ser à volta de 1%. A estratégia do Governo é reabrir as creches a 1 de Junho.
PS : Público