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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Tivemos 15 anos de grande desenvolvimento e agora estamos há 20 anos a marcar passo

O modelo que está em prática nos últimos 20 anos não trouxe mais riqueza, temos que mudar de modelo. Manter as mesmas medidas e esperar resultados diferentes é imbecil.

Nós recebemos da UE a fundo perdido 120/130 mil milhões desde 1986. Nós agora estamos a falar de um pacote que pode chegar aos 50 mil milhões em sete anos, estamos a falar de uma verba muito, muito significativa para ser usada, para investir, desenvolver e recuperar. Se pensarmos bem sobre o que nos aconteceu desde 1986, e sem questões políticas à mistura, a que conclusão chegamos? Tivemos 15 anos de desenvolvimento muito acima da média europeia, em que recuperámos muito os nossos níveis de desenvolvimento, e estamos há 20 anos a marcar passo. Alguns países saíram de muito baixo, mas mesmo aqueles quando aderiram há 13 anos estavam muito atrás de Portugal, alguns já nos ultrapassaram e outros estão a aproximar-se. Isto não pode acontecer mais. Não é possível continuarmos a desperdiçar recursos, como desde o ouro do Brasil, mas temos de mudar esse paradigma. Temos de olhar para isto e dizer esta é a nossa grande oportunidade.

O plano que foi apresentado tem uma série de propostas muito interessantes, TGV de Lisboa para o Porto e coisas do género, e há algumas dimensões alinhadas com os programas europeus, mas é importante não esquecer que isto terá de ser concretizado. Há a visão do que deve ser e ao concretizar é crucial que percebamos de uma vez por todas duas coisas: que as verbas têm de ser postas efetivamente ao serviço do país e não podem ser postas ao interesse de uns e de outros, por amiguismo, que existe e não vale a pena esconder. Ou somos completamente incompetentes e fomos durante estes 30 e tal anos ou não somos e alguma coisa tem estado a impedir que a existência destes recursos, que só existem porque há União Europeia, permitisse à economia portuguesa desenvolver-se e os portugueses terem verdadeiramente o nível de vida dos outros povos europeus, que não temos. O nosso rendimento per capita, ou seja o que cada pessoa tem de riqueza nacional é muito menos que tem um espanhol e já não falo do que tem uma alemão. O plano tem de ser isento e imune a esse tipo de tentações e de erros e tem de ter uma consonância com o programa europeu, a economia digital, a questão climática, o Green Deal, mantendo-se a coesão, a agricultura ecológica. Tem de haver uma intervenção muito mais forte da sociedade civil na fiscalização da concretização das coisas, deixamo-nos muito nas mãos do Estado.