O Presidente da República já por mais de uma vez se referiu à falta de crescimento da economia. Não cresce há 20 anos o que tem empobrecido o país e os portugueses.
É preciso mudar as políticas públicas, quem insiste nas mesmas medidas e espera resultados diferentes é estúpido. Costa anda a reboque do PCP e do BE que só o apoiam se o primeiro ministro continuar a aumentar a despesa pública e a sufocar quem investe e quem trabalha.
Mas agora é preciso que Costa, Catarina Martins e Jerónimo governem em plena crise. É justo testar do que são capazes em 2020/21. O medo é muito.
Costa ameaça com uma crise política se não conseguir o apoio da extrema esquerda. O BE não quer ficar sozinho a apoiar o governo do PS e o PCP sobe a parada para não ter de dançar o tango a três.
Marcelo já disse que não abre uma crise política e agora apertado por uma popular diz para os portugueses votarem noutro governo. Não é ele quem governa, lembrou, e com as presidenciais no horizonte também não quer ficar com parte das culpas.
Querem todos deitar fora a água suja do banho mas nenhum tem coragem de deitar borda fora o menino. Que iria aterrar nos braços do Presidente.
Quando os funcionários públicos fazem greve comandados pela CGTP o discurso é que as greves são mesmo para prejudicar se assim não fosse não se faziam. E o governo cede a não ser que a opinião pública esteja contra como aconteceu com os professores na greve mais recente. São muitos, representam muitos votos.
A prioridade do governo empurrado pela demagogia do BE e do PCP foi reduzir o horário da administração pública de 40 horas para 35 horas lançando a confusão e acelerando o caos nos serviços públicos. Sabemos agora que no mesmo país há trabalhadores que trabalham 12 horas por dia se não mesmo mais, numa actividade perigosa e exigente. Os defensores dos trabalhadores durante todo este tempo não falaram não fosse desagradar a António Costa.
A comunicação social diz uma coisa hoje, para desdizer amanhã, mas sempre contra a posição dos motoristas.A última é que os camionistas das matérias perigosas tinham desconvocado a greve.Hoje dão o dito por não dito. Sem vergonha.
E que dizer das petrolíferas que com as suas margens de lucro, esmagando os salários destes trabalhadores, fazem de conta que não é nada com elas? E o governo com a mais elevada carga fiscal que da mesma forma esmagam os salários destes trabalhadores?
De um momento para o outro os trabalhadores passaram a ser uns deserdados. São poucos, representam poucos votos.
Já aconteceu mais vezes. O candidato que tem mais votos directos populares perde a corrida . A Democracia assenta no principio, "uma pessoa um voto" mas, nos US não é assim. Esta entorse democrática está novamente em cima da mesa.
Antes desta vitória de Donald Trump, outro republicano, George W. Bush, havia imposto em 2000 uma vitória a Al Gore, quando não conseguiu igualmente recolher a maioria dos votos: 48,4% para o democrata contra 47,9% para o antigo Presidente dos EUA.
Sem uma mudança na Constituição, os estados que compõem os EUA poderiam adoptar leis para atribuir os seus grandes eleitores ao candidato com a maioria dos votos a nível nacional. Porém este tipo de iniciativa, até ao momento, não surtiu efeitos.
Claro que a alternativa é por a economia a crescer. Crescendo mais podemos ter melhores salários e pensões e melhores serviços públicos . Sem crescimento o que temos é tirar com uma mão o que se dá com a outra. Embora não pareça mas continuamos todos sem dinheiro com a excepção de alguns que estão sempre fora do alcance do estado.
A Geringonça acredita que um pensionista com mais 5€ no bolso não se importará em esperar mais 10 minutos pelo metro ou mais 6 meses por uma operação. A Geringonça acredita que a troco de mais 20€ por mês os professores não se importarão de ficar mais uns minutos nas escolas a arrumar o lixo. A Geringonça acredita que os maquinistas lhes agradecerão nas urnas o dinheiro extra, mesmo que este acabe por voltar ao estado quando estes abastecem os seus automóveis ou pagam o IMI das suas casas. A Geringonça acredita, e provavelmente bem, que os comentadores televisivos com reformas milionárias agradecerão as centenas de euros a mais no final do mês com comentários positivos à sua actuação.
A seu tempo veremos se estas crenças se revelarão correctas. Mas o que é certo hoje é que a alternativa está à vista de todos e não é o crescimento: é a compra de votos a preparar 2018.
O PS quer ser alternativa de governo ou liderar a esquerda de protesto ? É que a esquerda de protesto passou a campanha a dizer que o PS não é de esquerda .
Depois de 41 anos de democracia ficamos agora a saber que quando a direita ganha com maioria relativa perde por maioria absoluta da esquerda.
O PCP e o BE sabem que já secaram o potencial eleitorado à direita agora falta continuar com o PS e só o conseguirão com Costa a governar com o seu programa e a falhar. Porque um governo do PS vai ceder perante a Europa. É como colocar o PS na cadeira eléctrica. Daqui a dois anos o PCP e o BE continuam a protestar fora do governo sem terem que pagar salários e pensões.
Não basta ver o que aconteceu ao Syriza no governo na Grécia ? Lembram-se do entusiasmo inicial e a seguir a frieza, o desconforto, o afastamento ?
Acima de tudo e com o que podemos sempre contar está a Democracia, as suas regras, os seus consensos e a sua história. E o que a democracia nos diz é que governa quem ganha as eleições. Quem quer confundir votos a favor com votos contra cai no ridículo, no caso o PS. Quanto ao PCP e ao BE já sabemos que não estão interessados na democracia. Servem-se dela para a subverter e para impor as suas regras. Vejamos do que se trata :
O argumento é: deve ser formado um governo liderado pelo PS porque houve uma maioria de eleitores, no caso de 61,5%, que rejeitaram o PSD/CDS. Mas se essa é a lógica temos então 67,6% de eleitores que disseram que não queriam um governo liderado pelo PS. E 89,8% dos eleitores rejeitaram a política defendida pelo Bloco de Esquerda e 91,7% votaram em opções diferentes das da CDU. Quando se opta pela lógica da batata e se prefere olhar para os votos “contra” em vez dos votos “a favor” é aqui que chegamos: não podemos ter um governo que 61,5% não escolheram. Mas devemos ter um governo liderado por um partido que 67,6% não escolheram aliado a partidos que foram rejeitados por cerca de 90% dos votos expressos. E achamos isto legitimo. Mais: há até quem ache isto democrático.
Governa quem ganha . O resto é mau perder, ânsia pelo poder, negar a vontade dos eleitores. Mentir ao povo com que sempre enchem a boca.
O PS nunca capitalizou o desgaste dos partidos do governo durante os três anos da Troika. E as razões são fáceis de entender. A primeira é que os votantes não esqueceram os últimos anos do governo minoritário de Sócrates. A segunda razão foi a falta de uma alternativa credível que convencesse os Portugueses. O PS assentou a sua estratégia em dois pilares. Recuperar as políticas públicas de Sócrates como boas e em "mais estado" . Como cortar na despesa pública, como baixar o déficite, como reestruturar a dívida e pagá-la. A estas questões magnas o PS não apresentou respostas.
Nunca o PS, como se pode ver na infografia seguindo o link, conseguiu descolar. Apesar do empobrecimento geral do país, do desemprego e do corte de salários e pensões. Os cidadãos preferiram sempre refugiar-se na abstenção do que dar o seu voto aos partidos da oposição. A excepção de última hora surgiu com Marinho Pinto e o MPT que arrecadou quase 8% dos descontentes.
O que teria acontecido se o BE confirmasse a sua razão de ser abrindo-se a uma coligação com o PS, em vez da radicalização a que se dedicou copiando o PCP ? Para o BE é tarde. Para o PS é grave. Para o país é mau!
Antes de votar há que perguntar primeiro ao sr. Malheiros em que quadradinho " José Vítor Malheiros, um senhor que escreve no Público, escreveu, um destes dias, sobre as "europeias": "O espectáculo da campanha vai ser triste, mas o que será mais desolador será ver a quantidade de votos que os partidos do Governo vão, apesar de tudo, recolher, ilustrando as limitações da democracia."
De facto, a democracia assim não vai a lado nenhum. Enquanto o povo não for educado ou não se proibir o voto nos "partidos do Governo" (tradução: na "direita"), de acordo com o que aconteça primeiro, nunca atingiremos o "domínio da real alternativa e da construção de uma sociedade mais justa" (decorre do artigo que o PS, cuja prevista vitória será - cito - "desoladora", também não serve).
Sempre a tentativa de cercear a liberdade de voto. O povo está enganado e, enganado, ainda vai votar neste governo. O espectáculo da campanha vai ser triste, mas o que será mais desolador será ver a quantidade de votos que os partidos do Governo vão, apesar de tudo, recolher, ilustrando as limitações da democracia. Assim como é desoladora a prevista vitória do PS, cujas promessas eleitorais e prática política se situam não no domínio da real alternativa e da construção de uma sociedade mais justa mas no domínio da nuance em relação ao PSD. Enfim, mais uma vez o povo enganado, não vai votar como eu quero o que demonstra as limitações da democracia.
Estou cada vez melhor. Depois de reflectir duramente, todo o dia de ontem, prolonguei a reflexão até às 15 h. De manhã andei por aqui a afastar os maus espíritos e a seguir ao almoço dormi uma soneca. Saí de casa para votar. A pé e à chuva. Corajosamente. E com certezas na bagagem que é algo que pesa.
Cheguei à escola e lá estava o pessoal do costume. Uma mãe jovem gritava pela filha "iara" que estava à chuva. Como um cavalheiro em dia solene fui deixando entrar umas quantas senhoras amparadas pelas empregadas de companhia. Aguentei estoicamente que o momento não é para desistências. Outra jovem mulher ria-se com o vizinho que lhe tinham oferecido um esquentador. Não me esqueci que nos últimos meses aqui na minha rua, substituíram os candeeiros, podaram as árvores e regaram a relva.
Voltei para casa à chuva mas já sem bagagem. Quem andou uma parte da vida impedido de votar nunca se esquece de votar. É preciso lembrar que à direita e à esquerda há por aí muitos que pensam e dizem que o povo (nós) não estamos preparados para votar. Se desistirmos eles votam por nós. Com os resultados conhecidos!