A verdade deixou de ser um dever e passou a ser um instrumento. Em ambos os casos com o mesmo Primeiro Ministro.O governo prefere comprometer a gestão dos recursos e uma resposta local apropriada a permitir-nos conhecer a realidade dos factos. Lamentavelmente, isto não é novo. A falta de transparência tem caracterizado a gestão do Governo e da DGS desde o início da pandemia.
Em bom rigor, a interpretação que o Governo faz do dever de segredo estatístico é mais uma forma de conveniência. Depende do momento e do interesse (do Governo). A verdade deixou de ser dever e passou a ser segredo. Foi assim durante os incêndios fatídicos de 2017. É assim, em 2020, na crise do COVID-19.
E se voltarem a dizer que não há comparação entre a actuação do Governo em ambas as crises, atentem que, para além dos padrões de comportamento que as autoridades centrais portuguesas evidenciam, o funcionamento, a credibilidade e a aptidão de resposta do SINAVE é praticamente idêntica à do SIRESP em 2017. Mas, as semelhanças não se ficam por aqui. Em 2017, os comandantes dos bombeiros operacionais foram proibidos de dar informações sobre os fogos.
Na última década de 60, o "The Times" noticiou a morte de um cidadão britânico. Por erro. Vivo, mas aviltado, escreveu com indignação ao director, protestando pela notícia falsa, reclamando retractação e exigindo desculpas adequadas.
No dia imediato, a carta lá chegou à redacção do "The Times".
Dia aziago, em que o cidadão em causa, por funesta coincidência, veio, efectivamente, a soltar o seu último suspiro, facto este que os competentes repórteres de imediato fizeram saber à redacção.
Pôde, assim, "The Times" cumprir o seu lema de "sempre dizer a verdade".
Na edição seguinte, anunciando o saimento, o plumitivo de serviço exarou, com a circunstância própria do nojo - "Como havíamos noticiado anteontem, faleceu ontem Fulano".
A realidade encarregara-se da correcção, tornando inútil o desmentido.
Contaram-me esta história há mais de quarenta anos. Tempos bons, em que todos a interpretavam como anedota.
O que está escrito nos SMS entre Centeno e Domingues é bem mais do que o que foi revelado. Marcelo teve conhecimento desses dados e não gostou de ter sido enganado. Os partidos da esquerda impedem agora que se saiba a verdade toda. É a tal verdade a que temos direito como dizem os comunistas. A verdade deles.
Terão sido esses conteúdos dos SMS, que confirmam a versão de Domingues e desmentem Centeno mas que também mostram que o Presidente estava a par do que se passava, que levaram Marcelo a divulgar um comunicado, já perto da meia-noite desta segunda-feira, em que diz "reter" a "admissão pelo senhor ministro das Finanças de eventual erro de percepção mútuo na transmissão das suas posições".
A Caixa é uma catedral os outros são um bordel há, pois, que respeitar as diferenças. A Caixa é pública, é nossa, a Caixa é de todos não pode ser tratada com um qualquer BPN ou Banif . Nos privados roubavam na Caixa aproveitavam. Tudo muito diferente.
Uma festança com o dinheiro de todos. Um banco público não pode ser tratado como um qualquer banco privado diz um dirigente do PCP. E foi assim que a Caixa chegou à situação actual. As boas consciências aparecem sempre nestas alturas, a verdade choca com muitos interesses instalados. Basta conhecer os primeiros devedores da lista tornada pública para perceber que estão lá todas as empresas do regime, amigos nacionais e angolanos. Não está lá nenhuma pequena ou média empresa.
Os grandes escândalos financeiros ocorridos no país foram todos feitos de braço dado com o estado, com o dinheiro dos contribuintes, com a cegueira dos reguladores e com a cumplicidade de muitos que estavam obrigados a denunciar. São estes que agora querem esconder a verdade. Doa a quem doer.
A verdade pode destruir o banco público. E o que é a verdade ? É o que a extrema esquerda acompanhada pelo PS não quer que se saiba. Confuso ?
Mas olhe que foi assim que a Caixa andou a destruir valor há vários anos e se prepara para nos pedir ainda mais dinheiro . E ninguém viu ?
Eu não quero o fim do banco público mas não quero que andem por lá uns figurões a fazer mão baixa do nosso dinheiro e nem sequer são responsabilizados.
Sabemos bem a que negócios se dedicou a Caixa não se pode escamoteá-lo por mais que não se queira que a verdade veja a luz do dia. A reputação que está em causa não é a da Caixa é a dos administradores responsáveis. Isto é tão fundamental como o virar de página que o governo está a fazer no banco público. Pôr o conta quilómetros a zero.
É preciso recapitalizá-la mas também é preciso saber quem é que levou o dinheiro e enviar tudo para a PGR. Entre gestão danosa e incompetência há de tudo e não é preciso ir a todas, basta as principais que são mais que conhecidas.