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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Precisamos de um Estado amigo do empreendorismo

Um conjunto de cientistas, engenheiros, médicos, físicos e empresas juntaram-se para, trabalhando dia e noite, desenvolver um ventilador totalmente português. Conseguiram-no em 45 dias.

Depois foi preciso que o Estado desse a sua bênção através do INFARMED que o licenciou. Fê-lo demorando mais tempo que os tais 45 dias que se demorou a desenvolvê-lo.

Entretanto, o país andou a comprar ventiladores lá fora e deixou de exportar o nosso. E os nossos doentes tiveram que esperar para beneficiar do trabalho e da imaginação dos nossos empreendedores.

Cem destes ventiladores já estão a tratar os nossos doentes nos nossos hospitais e 500 deles foram exportados para o Brasil havendo outras encomendas de vários países.

Este peso do Estado é um dos principais handicaps que trava o empreendorismo. É mais fácil importar do que fabricar . O Estado não sai da frente, não faz nem deixa fazer e, é de tal maneira pesado que impede que a necessária reforma se faça.

Há muito que se reconhece que o estado não faz parte da solução mas, as reformas tardam, pese a cada vez maior certeza que sem reformas Portugal vai continuar a patinar e a ficar para trás.

E não, não é por falta de dinheiro.

Se o estado sair da frente a sociedade civil inova e produz

Primeiro foram os ventiladores. Em 45 dias os nossos engenheiros e médicos desenvolveram ventiladores capazes de serem usados nos cuidados intensivos. O INFARMED demorou tempo a licenciá-los mas agora já foram entregues os primeiros 100 e os próximos 400 já estão encomendados.

Para o centro, este é um "passo importante" para a distribuição nacional e internacional daquele ventilador médico invasivo para dar suporte ao tratamento de doentes com falência respiratória aguda provocada pela covid-19 produzido em Portugal.

"Um momento histórico que valida definitivamente a nossa capacidade para desenvolver e produzir novos produtos críticos para a soberania do país", adianta o CEiiA.

Mas as novidades não ficam por aqui. A nossa indústria desenvolveu um mecanismo capaz de desinfectar ambientes fechados.

Estamos a desenvolver um robô autónomo. O que há no mercado são torres móveis, com as lâmpada, que implicam sempre alguém para mover a torre", explica. Eliminando a presença humana, com recurso a sensores de movimento e térmicos para verificar se uma divisão ou sala está vazia, o aparelho também estará melhor equipado para fazer uma limpeza eficaz e verificar que nenhuma zona ou superfície ficou de fora do alcance das suas lâmpadas. A desinfeção do espaço será previamente determinada e ajustada à potência das lâmpadas, uma vez que é a partir destas que o robô consegue desinfetar as superfícies, paredes e chão.

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A SEAT fabrica ventiladores com peças de automóvel

A SEAT produziu um ventilador usando peças de automóvel incluindo um motor do limpa para brisas

Desenvolvido nas instalações da marca do Grupo VW, em Martorell, com a supervisão do diretor do gabinete de inovação de um dos mais importantes hospitais do país, o equipamento médico será produzido por impressoras 3D industriais, o que torna possível o fabrico de 50 a 100 unidades por dia, já a partir da próxima semana.

As empresas privadas só pensam no lucro dizem eles...

Esta crise é uma oportunidade de mudar para melhor

De um momento para o outro bens usados na saúde passaram a ser fabricados em Portugal. Temos o Know How é só mudar de atitude.

A nossa indústria têxtil começou a fabricar máscaras, batas e calçado para os profissionais usarem em meio hospitalar. Em duas semanas estão aí.

Bem mais complicado foi avançar para a produção de ventiladores . Das universidades às empresas foi um ver se te avias. E um jovem médico teve a feliz ideia de fazer de cada um ventilador um apoio para dois doentes. Também já estão em processo industrial

Chega agora que os nossos cientistas também não ficaram parados. Produzir um Kit para detecção do vírus. Em menos de uma semana.

Não foi necessário criar um laboratório novo – a palavra aqui é “adaptação”. A tecnologia usada é a mesma que já é vulgarmente aplicada no IMM na investigação do parasita da malária. E os reagentes, muito importantes durante todo o processo, já são produzidos cá para essa tecnologia. O kit já foi acreditado pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (Insa), o laboratório de referência em Portugal para a realização dos testes. Aliás, a quantidade e a qualidade de reagentes disponíveis para estes testes foram um problema nos Estados Unidos.

Ventiladores: Quem vive e quem morre

Não basta apelar aos hospitais privados, sociais e militares para libertarem ventiladores .É também necessário libertar equipas de técnicos especializados.

Há hospitais públicos a libertarem ventiladores nos blocos operatórios bem como nos cuidados intermédios. O mercado não  dá resposta atempada para novos ventiladores já com listas de espera. Há salas disponíveis nos hospitais. Adiar cirurgias e camas nos cuidados intensivos. Os doentes que necessitam de ventiladores por outras razões ( AVC, ataques cardíacos, etc) estão a ser transferidos para regiões livres do coronavírus.

Em Itália os médicos e enfermeiros trabalham em ambiente próximo do ambiente de "guerra". O nosso rácio de camas em cuidados intensivos é 9 por 100 000 habitantes em Itália são 12. Temos que aprender com o que se está a passar naquele país. Hoje veio a boa notícia que na região de Milão - onde primeiro apareceu o vírus - não há novos casos. Parece que para nosso sossego está a acontecer o mesmo que aconteceu na China. A pandemia duas semanas depois está a abrandar.

Os hospitais privados dispõem de unidades de cuidados intensivos, que podem funcionar como apoio de rectaguarda que poderá ser muito útil na altura do pico da procura, corrobora João Carlos Winck. E há outra circunstância que deixa o médico mais sossegado: há muitos enfermeiros, fisioterapeutas e técnicos habilitados a tratar em casa doentes menos graves, sem insuficiência respiratória.

Em Itália foi feita uma lista de critérios para optar entre "quem vive e quem morre".

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Sem iniciativa individual não há ventiladores suficientes

Os Estados podem ter muito dinheiro mas quem resolve os problemas são os individuos.

Há infetados com Covid-19 a morrer em Itália com a falta de ventiladores e em Portugal as autoridades admitem que o pior do surto ainda está por vir. João Nascimento lançou o desafio de criar ventiladores possíveis de fabricar localmente e em massa. Mais de 800 especialistas de todo o mundo estão a colaborar. E já há uma empresa em Guimarães disponível para os produzir.

Se pensarmos só do ponto de vista económico, a quantidade de dinheiro que seria necessária para juntar 500 ou 600 engenheiros a trabalhar 24 sob 24 horas? É uma coisa absolutamente fabulosa", salienta, atribuindo "o mérito deste movimento" aos engenheiros, académicos e cientistas envolvidos. "Eu só juntei estas pessoas todas muito inteligentes numa 'sala'", aponta João, que está atualmente a coordenar este projeto a partir de Cascais, onde reside, dada a impossibilidade de regressar a Harvard devido à suspensão das viagens da Europa para os EUA ordenada por Donald Trump.

É assim nos países liberais do Ocidente.

A maioria das mortes acontece por falta de ventiladores

O jovem português a estudar nos Estados Unidos apercebeu-se do problema e tocou a rebate. De um dia para o outro mais de 500 pessoas entre médicos e engenheiros juntaram-se e iniciaram a investigação para a produção daqueles equipamentos

“Comecei a aperceber-me que a maioria das mortes acontecia por falta desse material”, sublinha o estudante, que ficou particularmente impressionado com o caso de Itália. Naquele país, onde mais de mil pessoas já morreram infetadas com este tipo de coronavírus, o relato das equipas médicas tem sido impressionante: “A ventilação não-invasiva é apenas uma fase passageira. Como, infelizmente, há uma desproporção entre os recursos hospitalares, as camas de cuidados intensivos e as pessoas criticamente doentes, nem todos são entubados”, relatou ao Corriere della Sera um médico anestesiologista em Bérgamo.

Um médico espanhol, por exemplo, fez adaptações num ventilador para dar para mais pacientes, algo que tinha sido debatido no grupo de engenharia de hardware médica”, afirma. Outro resultado está no contacto que já tiveram com um jornal de pesquisa médica dinamarquês, com interesse em possivelmente “extrapolar uma das matérias que estava a ser discutida num dos canais” no âmbito da investigação científica.

Um país ligado ao ventilador DBRS

Nem "coiso" nem sai de cima . O tão apregoado sucesso não é reconhecido por ninguém lá fora. A DBRS - a única agência que nos mantém acima do "lixo" - é o fio vital que nos mantém acima da linha que nos permite ir ao mercado e evitar novo resgate .

No relatório divulgado esta sexta-feira, 21 de Abril, a DBRS justifica a manutenção do "rating" da dívida de longo prazo de Portugal com vários factores positivos: ser membro da Zona Euro e aderir à estrutura de governança económica da União Europeia; possuir uma estrutura favorável da maturidade da dívida pública, bem como um pequeno excedente das contas correntes.

No entanto, deixa um alerta: "Portugal também se depara com desafios substanciais, incluindo os elevados níveis de endividamento no sector público e privado, o baixo potencial de crescimento, as pressões orçamentais e o elevado endividamento do sector corporativo".

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