Carros e soluções já há, agora é preciso convencer os consumidores. É que os consumidores não pensam na poluição, ou antes pensar, pensam, mas pensam primeiro no custo. Então para se trocarem os carros a combustão por carros eléctricos é preciso que estes últimos sejam mais baratos.
E há duas maneiras de baixar os custos . A primeira e que parece mais à mão é os governos darem ajudas. Subsídios, baixar impostos, acabar com taxas e taxinhas. A segunda maneira é limitar a velocidade por forma a que os eléctricos andem à força toda e os de combustão não ganhem nada em serem mais rápidos.
Afinal se são mais rápidos mas não podem andar depressa ( quanto mais depressa andam mais combustível consomem logo poluem mais) para quê comprar um carro mais caro ?
A velocidade máxima nas auto-estradas locais está há muito fixada nos 130 km/h. Recentemente, nas zonas mais próximas das grandes cidades, foi decidido reduzir esse valor para 100 km/h, tendo como objectivo a redução das emissões, pois quanto menor é a velocidade, mais baixo é o consumo e, por tabela, as emissões.
Seguindo este raciocínio, o Governo austríaco está a pensar permitir que os carros eléctricos continuem a circular a 130 km/h. Logo, a passar pelos outros a gasolina e a gasóleo, isto porque a maior velocidade dos VE não implica uma maior poluição.
Ora, qual é o condutor que aceita ver os outros passarem à frente ?
É esta a questão fundamental no que diz respeito a Portugal .
O maior problema de António Costa está dentro da própria coligação. O debate de ontem no Parlamento não deixa lugar a dúvidas. O PCP já decidiu fazer da campanha contra o euro e a Europa o seu prato de substância para 2017, abrindo uma frente de batalha dentro da coligação que não será fácil de gerir. Se restasse alguma dúvida em relação ao BE, ela também ficou esclarecida: a insistência com que Catarina Martins descreveu a União como um projecto falhado. Falta ainda acrescentar que António Costa tem plena consciência de que, antes de terminado este ciclo eleitoral europeu, não é possível colocar algumas questões em cima da mesa, nomeadamente sobre o que fazer à dívida para reduzir o seu peso. Angela Merkel ou Martin Schulz — será um deles a dar a resposta depois de 24 de Setembro.
Em Bruxelas, na cimeira que começa hoje, o primeiro-ministro insistirá em que as duas prioridades devem andar a par: o avanço para uma cooperação na defesa e o avanço para a conclusão da reforma da zona euro nos moldes apresentados pelo road map dos cinco presidentes (2015), que prevê a conclusão urgente da união bancária, a criação de uma capacidade financeira própria, a reforma do MEE (Mecanismo Europeu de Estabilidade) no sentido de funcionar como um FMI europeu, preparado para enfrentar choques assimétricos e capaz de funcionar como “emprestador de último recurso”, bem como uma melhor coordenação das políticas económicas (a ideia de um governo económico da zona euro, para libertar o BCE de funções que não são as suas), de forma a que haja condições para a convergência real entre os países que partilham a mesma moeda.