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BandaLarga

as autoestradas da informação

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A opção é entre um sistema possível e um sistema idealizado

Numa Europa zangada seria de esperar que a esquerda se juntasse, apresentasse um programa comum progressista mas possível. Mas não é isso que acontece. A extrema direita aproveita e cresce. Não se queixem!

A clivagem ocorrida em 2011, quando uns se sentaram à mesa com a troika e os outros se recusaram a fazê-lo, não foi apenas um jogo eleitoral de curto prazo, antes traduziu a clivagem eterna entre os que estão dispostos a governar um mundo possível mesmo que imperfeito e os que só aceitam o seu mundo idealizado. Isso é claro quando pensamos no PCP, onde se continua a sonhar com uma Cuba ibérica, ou quando olhamos para os sectores mais ideológicos e assumidamente revolucionários do Bloco. Mas isso também é verdade quando pensamos em todos os que julgam que, neste quadro de crise e de políticas impopulares, é possível dar “sentido prático à resistência e ao protesto” propondo um plataforma política que é apenas uma definição de trincheiras.

Soares pariu um nado-morto

Nunca a esquerda convergiu. Bem pelo contrário. Para o PCP se juntar ao PS seria o chamado "abraço de urso". Para o PCP e BE convergir com o PS há uma condição à partida : o PS tem que deixar de ser quem é. Ora, o PS tem quase 40% dos votos tal como é. Pode rasgar o memorando porque dois pequenos partidos, que valem metade, o exige? Claro que não pode.

Basta ler o discurso dos representantes dos três partidos para se verificar que não pode haver maior divergência. Aliás, Soares sabe isto melhor que ninguém. Libertar o país da austeridade não se faz , infelizmente, por vontade própria. Seja quem for governo terá que continuar com a austeridade, embora possa percorrer caminhos e ritmos diferentes.

Mas deu, e esse era o objectivo, para mandar recados para Belém e para o país. Às vezes este povo pacifico é violento!