A frase é do "capitão" Mário Wilson quando foi para treinador do Benfica. Quando o "Glorioso" ganhava a todos por esssa Europa fora. Depois veio o FCPorto, que anda a ganhar quase tudo nos últimos vinte anos. A equipa do Porto ( uma equipa é um estado de espírito) foi construída ao longo de muitos anos, com derrotas e guerras dentro e fora do campo. Homens com muita experiência e, principalmente, com muito treino de balneário. O famoso "cheiro do balneário" foi substituído pelo curriculum académico. Apareceram os treinadores com curso mas que foram maus jogadores.
Introduziram o conceito de "equipa técnica" com "experts" de vários saberes, desde a estatística à preparação física, a preparação dos guarda redes e por sectores até aos observadores do adversário. Saber, previamente, como joga o adversário torna tudo muito mais seguro.
O primeiro, entre nós, foi Carlos Queiroz. Com os mais jovens chegou a campeão do mundo. Com os seniores faltava-lhe o "cheiro a balneário". Os jogadores não gostavam dele.
Depois veio José Mourinho, inteligente e com uma figura de "homem do martini". Atirou-o para a ribalta do futebol mundial um golo no último minuto numa final, com o Costinha encostado ao segundo poste à espera que a bola lá chegasse. E chegou. O F C Porto foi campeão Europeu. A partir dessa altura era ele,Mourinho, que escolhia os jogadores. Os melhores e os mais caros.
Vilas-Boas tentou ser a sombra do seu ex-chefe de equipa. No F C Porto foi vencedor quando qualquer um se arriscava a ganhar.Não é o caso em Inglaterra onde o campeonato é mais intenso e mais equilibrado. Pela segunda vez está de mal feitas!
Para mim, infelizmente, foi sempre óbvio que Jesualdo não renovava com o Sporting. Renovaria em qualquer outro clube mas não no Sporting.
Recuperou uma equipa, lançando e valorizando jovens jogadores das escolas do clube; aligeirou a folha de salários libertando o clube dos jogadores com vencimentos incomportáveis; reforçou a coesão entre a equipa e os adeptos. Não serviu para nada.
Bruno Carvalho é um principiante e, como todos os principiantes, não distingue o importante do acessório. O importante neste caso, seria dar continuidade ao trabalho feito, à experiência acumulada neste grupo de trabalho. O acessório é mudar a organização estrutural do clube numa altura em que não tem dinheiro para reforçar a equipa com mais e melhores jogadores.
É absolutamente claro, que um treinador como Jesualdo, com a sua experiência e o seu currículum, jamais aceitaria não fazer parte do núcleo decisório no que diz respeito à formação da equipa. Leia-se, dispensar e comprar jogadores. Mas Bruno, vai ficar a saber que há muitos treinadores que aceitam essa situação. Aqueles que não têm experiência nem curriculum para treinar uma equipa com a grandeza do Sporting.
Como se pode ver pelo exército de treinadores que passaram pelo Sporting e que não deixaram obra.
O Sporting tem um treinador experiente com provas dadas, com resultados, e ao mesmo tempo que enriquece os activos do clube colocando jovens jogadores a jogar como gente grande. E, vai já com quatro vitórias seguidas. Entretanto, vai limpando a folha de salários despedindo jogadores caros e pouco produtivos. Qualquer equipa ficaria feliz com tudo isto, mas não o Sporting. Vai buscar um treinador que não conhece o futebol europeu e muito menos o futebol Português. Quando souber alguma coisa já o Sporting terá perdido o campeonato.
Mas no Sporting sempre foi assim. Ou loucos apaixonados ou imbecis imberbes.
Aqueles golos que o Sporting sofria, de arrepiar os cabelos, terminaram. Acabou não há mais. E com os mesmos jogadores. Equipa que sofre golos não vai a lado nenhum. Há umas décadas havia treinadores que diziam " o que é preciso é que se marque sempre mais um" mas apesar da frase ser gira esconde muita coisa. É mais fácil montar a equipa para não sofrer golos do que para os marcar e quem não faz o mais fácil dificilmente fará o mais difícil.
A equipa está muito mais compacta embora ainda não todo o jogo. É preciso tempo para ganhar esse "tempo" que falta.
O que é lastimável é que ontem Godinho Lopes estava sozinho no camarote. Os ratos começaram a abandonar o navio para regressarem em força quando tudo voltar a navegar "à bolina".