O PCP não quer que a Carris passe para a gestão do município . Porque a gestão do estado central é melhor. Porquê ? Isso não diz. É melhor, ponto.
Quem não está de acordo com o PCP são os próprios trabalhadores da Carris . Isto é, o PCP quer proteger os trabalhadores deles próprios.
Curioso é que na Câmara do Seixal, comunista, a gestão dos transportes urbanos é do município. Claro, é a tal superioridade dos comunistas. Nós é que sabemos o que é bom para o povo. E o que é bom para o Seixal não é bom para Lisboa. Porquê ? Bem isso eles não dizem.
O Presidente da República vetou a vontade do PCP e do BE terem os transportes urbanos totalmente estatais. Tal como fez saber que não gosta da escola pública totalmente estatal bem como o Serviço Nacional de Saúde.
Que ninguém duvide, se deixarmos, rapidamente, o país estará nas mãos dos sindicatos comunistas. E se mesmo assim não reagirmos sabemos o que nos espera. Já aconteceu nas nacionalizações em 1975 ( até uma barbearia foi estatizada) onde não houve limites.
O ex-presidente da Câmara de Lisboa, agora primeiro ministro, que nos garantiu que queria reverter os transportes urbanos para a órbita municipal vê-se agora, por força dos apoios da extrema esquerda, forçado a dar o dito por não dito. Mais uma vez palavra dada não é palavra honrada.
Na Educação, nos muitos anos de governação socialista, nunca os contratos de associação foram rasgados ou mesmo reduzidos. Na Saúde, a complementaridade entre hospitais estatais e hospitais privados era uma vantagem com vista a optimizar a capacidade instalada a bem do doente. Os 160 000 pacientes em filas de espera para cirurgia dentro do prazo clínico razoável, aí estão para nos lembrar que serão sempre as pessoas a sofrer com as ideologias totalitárias.
É isto que devemos a António Costa e ao seu apego ao poder. A visão totalitária estatista que irá tão longe quanto a chantagem o permita. Bem andam os investidores que não metem cá dentro um tostão furado.
Dezoito por cento dos votos (PCP+BE) governam o país.
Os tribunais decidiram que o estado terá que indemnizar os privados no processo do TGV. 150 milhões nem menos o que abre caminho para mais facturas no caso das reversões das empresas de transportes.
O estado só porque muda o governo não pode rasgar contratos e compromissos. A factura é o custo do apoio dos partidos da extrema esquerda ao governo. E as recentes decisões dos tribunais no que diz respeito aos contratos com as escolas em associação vão no mesmo caminho. Tudo junto é uma nota preta.
Entretanto os famosos 600 milhões que tanto celeuma causaram que tinham que ser cortados na Segurança Social estão transformados nos 597 milhões agora cativados. Ninguém diz nada e o silêncio é de ouro, talvez porque em vez de corte se chame cativação.
Esfumadas as reversões nos salários e pensões o governo já fez saber que não haverá aumentos de salários em 2017. Os sindicatos nem querem ouvir falar de tal coisa, preparam-se manifestações e barulho na rua. Depois das férias com o orçamento de 2017 a austeridade por enquanto escondida rebentará nas mãos de quem vendeu o leite e o mel.
António Costa está a aprender à sua custa que palavra dada tem que ser mesmo palavra honrada.
Estão de luto, sentem-se gozadas. Claro que são patriotas, em igualdade de preço abastecem do lá de cá mas, com esta diferença de preço têm que olhar para os custos. Um dos participantes na marcha lenta dizia que poupava 300 euros em gasóleo por cada ida e volta ao estrangeiro. Mil litros é quanto é necessário para atestar o depósito.
Devolvem-se rendimentos para aumentar o consumo e, para compensar, aumentam-se impostos nos combustíveis. E não são só as transportadoras que sentem o peso do imposto os automobilistas também sentem e não é pouco. É com estas medidas que vamos criar emprego ?
O ministério das Finanças já veio dizer que não há razões para rever o imposto sobre combustíveis atendendo à evolução do preço nos mercados exportadores . Espanha importa ao mesmo preço mas os combustíveis são bem mais baratos no utilizador.
Uma das soluções já ensaiadas é o custo do combustivel ter uma majoração fiscal nas contas das empresas. Lá se vai a receita do IRC...
Não é um orçamento é um carrocel senão mesmo uma geringonça.
A decisão mais difícil para o governo PS já está garantida pela CGTP . A reversão da subconcessão das empresas dos transportes públicos. Mas que vimos nós ? Cercar a Assembleia da República e uma anunciada vaga de greves .
O gesto funcionou como um recado aos representantes eleitos do povo: "lembrem-se de que estamos aqui, que, se as vossas decisões nos não agradarem, cá estaremos na rua para vos contestar". É como se a vontade expressa pelo povo português nas eleições legislativas ficasse refém dos interesses corporativos das tropas do senhor Arménio Carlos.
Já se percebeu que a estratégia do senhor Arménio Carlos - estranho já o silêncio do senhor Mário Nogueira, com certeza desejoso de reeditar a miserável campanha que organizou contra Maria de Lurdes Rodrigues - é "esticar a corda", agora que o saldo financeiro das quotizações sindicais já está garantido nos bolsos da CGTP.
E Jerónimo e o Comité Central ao qual estes eternos sindicalistas pertencem, não têm nada a dizer sobre isto ?
É como o bêbado que chega a casa e dá uma sova na mulher. Ele não sabe porque lhe dá porrada mas a mulher sabe. Assim estão os sindicatos das empresas de transporte público. Fazem greve não por causa do governo de António Costa mas por causa do governo de Passos Coelho.
Um quadro de provocações aos maquinistas pelo governo que já não governa, merece bem uns dias de greve na quadra natalícia. Para que António Costa coloque no sapatinho as reivindicações dos grevistas. Uma espécie de greves antecipadas . Neste jogo, os utentes que pagam o passe antecipadamente, não são dados nem achados. Já pagaram o passe mas vão ficar em terra . Eles, os utentes, não sabem mas a verdade é que têm a culpa de tudo. Pagam o passe antecipadamente porquê ? É mais barato mesmo não usufruindo do serviço repetidamente ?
Outra hipótese é não precisarem dos transportes públicos. O primeiro passo é investirem o seu dinheiro num transporte que lhes assegure o serviço. Comecem por aí, vão ver que os trabalhadores dos transportes públicos se deixam de greves preventivas. É que só lhes dói se lhes forem à carteira
"Há uma decisão de realizar um número mais alargado de greves" caso o governo não responda positivamente a questões como a alteração dos regimes de férias e dos horários dos trabalhadores. E nem o compromisso de reverter o processo de concessão da gestão do metro a privados nem a promessa de devolver os cortes feitos nas suas pensões os faz recuar.
As empresas dos transportes públicos já estão a aquecer os motores para as greves como prenda de Natal . Tudo, claro está, para defender os utentes e para cumprir as ameaças de Arménio Carlos da CGTP. Reverter as subconcessões aos privados é o objectivo a par da melhoria das condições salariais dos maquinistas.
O actual ministro da Economia em texto de 2011 já escrevia que era difícil de compreender que um maquinista leve para casa mais de 5 000 euros entre salário e extras .
A greve já está marcada há mais de 15 dias e "resulta de um quadro político anterior de provocação clara a estes profissionais", explicou, garantindo que se o actual Governo não mostrar vontade relativamente às suas reivindicações poderá haver mais paralisações.
Assim se vê a força do PC. Reúne com o PS no governo e ataca na rua com a CGTP. Vamos longe com esta consistência e estabilidade.
É quanto valem os prejuízos acumulados de sete empresas de transportes públicos. Mas não chegam às primeiras páginas dos jornais. E não é por meterem medo que não aparecem. É por serem públicas. Nestas empresas é tudo mau. Os gestores, com uma ou outra excepção, são péssimos. Não existe equilíbrio entre os custos e as receitas. As greves são contínuas no intuito de obterem mais subsídios e mais mordomias.
O estado, em desespero, vai entregá-las à iniciativa privada. Enquanto públicas são insustentáveis. Mas os trabalhadores estão muito preocupados com os utentes, os tais que pagam bilhete mas não têm o serviço por causa das greves. O Governo quer estancar a hemorragia e nesta semana quebrou um tabu: a gestão da Metro do Porto e dos STCP será entregue a privados ainda em 2014 e, no início do próximo ano, o mesmo acontecerá aos transportes coletivos da Área Metropolitana de Lisboa. E, assim, promete, o Orçamento de Estado de 2015 será o primeiro da democracia que não transfere "indemnizações compensatórias" para cobrir défices de operação.
Desde que este governo tomou posse : ... quase todas as empresas neste sector têm prejuízos crónicos e elevados. Quando os trabalhadores exigem melhores condições, não estão a tentar aumentar a fatia que recebem da riqueza que é produzida pela sua atividade. Na margem, cada euro a mais recebido por um trabalhador da CP é apenas um euro a mais de impostos sobre todos nós. Quando falta dinheiro para apoiar os mais pobres, é difícil justificar esta redistribuição de riqueza.
Que dizer quando nas Parcerias Público Privadas se discutem sete mil milhões de Euros ? Como é que foi possível que advogados e economistas do lado do estado tenham assinado e assessorado um crime desta amplitude? "Quando se anunciam reduções de custos de 7,4 mil milhões de euros com as PPP rodoviárias, não haverá explicações para dar? Como foram as negociações iniciais? Antes disso, como foi a definição do modelo de negócio, do estudo económico? Que entidades financeiras apoiaram esse desenho? Bancos de Investimento? E nacionais ou estrangeiros? E quem aconselhou juridicamente? Escritórios de advogados? Gabinetes de Consultoria? É que sendo um tipo de contrato em que uma ou duas das três partes nunca perdem, não se acredita que juristas e economistas tenham concordado com tal modelo...
E que dizer da dívida escondida nas transportadoras que montam a vinte mil milhões? O outro caso é o da clarificação do regime a que ficará sujeita a dívida, não avalizada pelo Estado, do setor público, como disse, principalmente, do sub-setor dos transportes. Como se sabe, estão previstas para breve privatizações e/ou concessões desta área. Há vários nacionais e estrangeiros interessados, mas para esses processos terem sucesso é fundamental que essa questão magna, que ronda os 20 mil milhões de euros, seja resolvida. Por força das nossas obrigações no seio da União Europeia e por força dos compromissos no Eurostat, todas as matérias dessa natureza terão de estar resolvidas e esclarecidas até 2015. Mas se o Governo quer privatizar ou concessionar a exploração da Carris e do Metro, certos troços da CP ou outros, tem de resolver o assunto antes. Tem de o fazer, principalmente, se quiser mesmo privatizar. De qualquer modo, com privatização ou cessão de exploração, esta é uma matéria também relevante para a transparência das contas públicas. Também aqui era bom o historial da dívida acumulada neste domínio. A não ser assim, em qualquer altura pode aparecer outro apóstolo das virtudes a levar à prática um monumental embuste que custam anos e anos de sacrifícios aos portugueses.