Recuperar os meses perdidos de Março e Abril trabalhando em Junho, Julho e Agosto. Até porque em Setembro poderá vir a segunda vaga.
Cada mês em confinamento custa entre 6 a 7 mil milhões, diz Centeno. Não há economia que aguente e muito menos um país pobre como o nosso.
Mais de 150 empresários, médicos e gestores assinam uma carta enviada ao PR, PM e PAR no sentido da retoma da actividade económica, tomando as necessárias cautelas para que não aconteça o mesmo que em Espanha e Itália.
Claro que há trabalhos sazonais que dificilmente poderão ser executados em julho e agosto –vindimas, por exemplo. Mas em muitos sectores é possível. Trabalhar no verão poderá permitir-nos recuperar o que não fizemos em abril e maio e anteciparmo-nos a futuros confinamentos. Claro que o sector do turismo será (ainda mais) prejudicado se uma ideia destas avançar, mas muito provavelmente já têm o ano lixado de qualquer forma e assim ainda poderiam compensar parcialmente, com a transferência de férias para outras alturas.
Pára a produção, pára o dinheiro, pára o consumo. Para quem não sabe isto é uma catastrofe económica
Há dois dias, no Twitter, li o desabafo de Carlos Fernandes, responsável numa cadeia de restauração: “O meu dia de trabalho: Andar de loja em loja a informar as pessoas que não vai ser renovado o contrato ou demitir quem se encontra no período experimental, tudo devido ao coronavírus. As quebras nas vendas estão nos 70%. Puta de sorte”. Explicou que há lojas com quebras de vendas de 90% porque os centros comerciais começaram a ficar vazios e os clientes não aparecem. São cerca de três dezenas de pessoas que perdem o emprego para tentar manter os outros cerca de 200.
Não é difícil adivinhar que neste momento há centenas de Carlos Fernandes e de empresas com a mesma sorte e largos milhares de trabalhadores que, de um momento para o outro, ficaram sem emprego. As estatísticas vão mostrá-lo brevemente.
E daqui por menos de duas semanas, quando chegar o momento de pagar ordenados, muitas empresas vão ver-se impedidas de o fazer porque não há dinheiro. Em muitos sectores do consumo, em que a quebra da procura foi quase instantânea e em que a tesouraria vive dos fluxos de caixa de curtíssimo prazo, esse drama vai ocorrer.
O que se está a passar é uma catástrofe económica. Por razões sanitárias as pessoas estão impedidas ou altamente limitadas no desempenho das duas funções centrais na equação da economia: produzir e consumir.
Olha se o país tivesse ido na cantiga e não tivesse as contas controladas . Olha se o Estado não tivesse agora onde bater à porta e a União Europeia não ajudasse com todo o poder de fogo ?
Empregam 1 300 trabalhadores, enchem a cidade de vida, esgotam a habitação disponível. E pensarmos nós que há bem poucos anos estavam moribundos, sem trabalho, sem salários e com a demagogia dos que os mantinham públicos.
Assistimos a romarias de políticos e sindicalistas e o presidente da càmara até fez um cenário de funeral. Logo que foi possível a iniciativa privada fazer o que sabe apareceu trabalho. Para os trabalhadores e para a cidade. E vai continuar por muitos anos e bons.
Muito se falou "no passado dos trabalhadores que iam ficar sem emprego", mas "a construção naval está ao rubro e continuará assim por muitos anos".
Ao impulso que apontou no setor da construção naval, Mário Ferreira juntou o "conhecimento" adquirido com os "desafios" que se colocaram com o projeto do primeiro paquete e aos quais os estaleiros "souberam responder".
A tecnologia "inovadora" implicou "a procura de parceiros que ajudassem a desenvolver um produto complexo, com regras ambientais muito apertadas", frisou.
É preciso conhecer o negócio factor que o estado não assegura . Carlos Martins realçou que desde 2014, ano em que o grupo Martifer assumiu a subconcessão daqueles estaleiros navais, “já foram reparados mais de 200 navios, construídos 16, estando outros seis em construção”.
Trabalhar quatro dias por semana é uma proposta que está ser estudada . Uma forma inteligente de melhorar a produtividade .Pessoas menos cansadas, menos stressadas produzem mais e ajuda a combater o desemprego. Por agora o que temos é gente a trabalhar horas a mais e gente desempregada. Todos infelizes .
- O conceito de trabalho “comprimido” tem vindo a ganhar peso e adeptos
- A semana de trabalho de 5 dias, adoptada nos finais do século XIX e inícios do século XX, está, para muitos, desactualizada
- Quanto menos tempo há para trabalhar, menos tempo existe para se perder tempo
- O problema do mundo laboral consiste no número de pessoas que trabalham demasiado face aos que não têm trabalho algum
- Mais tempo livre poderia diminuir o desemprego e ajudar ao desenvolvimento de uma Europa mais sustentável
- Para atingir – e usufruir – de um fim-de-semana prolongado [enquanto prática normal], precisaríamos de reimaginar a sociedade mediante formas que subvertem completamente a ética do trabalho
- A matemática é simples: trabalhar oito horas por dia numa semana de cinco dias é o equivalente a fazer jornadas diárias de 10 horas em quatro dias da semana
- Quando os trabalhadores não são tão produtivos quanto poderiam ser, é geralmente a organização que deve carregar o ónus da culpa
- Em média, são necessários 15 minutos para se “regressar” a um projecto importante depois de uma interrupção por email
- Em organizações em que a contratação não acompanha o crescimento, acabam por ser os mais “cumpridores” e talentosos as maiores vítimas do excesso de trabalho
A Europa mais uma vez está na liderança das formas de trabalho do futuro . Maior produtividade, gente mais satisfeita e com mais tempo para o lazer, mais gente empregada .
Não se pode mudar de povo mas pode-se mudar a organização do trabalho
A remuneração do capital cresce mais que a remuneração do trabalho mesmo que nada se faça para que isso aconteça. As séries longas estatísticas de que nos falam vários livros já permitem tirar essa conclusão .
A OIT sublinhava há pouco tempo isso mesmo : na maioria dos países o crescimento do rendimento do trabalho ficou aquém do crescimento da produtividade do trabalho . Ora como o rendimento do capital se concentra num muito menor número de pessoas com mais recursos leva a que as desigualdades aumentem. Os progressos na tecnologia de informação e telecomunicações e uma proporção alta de ocupações que foi automatizada representam cerca de metade da queda dos rendimentos do trabalho.
Isto tem a ver com tudo o que pior nos tem acontecido nas nossas sociedades. Aumentam as desigualdades e o ressentimento, como se viu na recente eleição de Trump nos USA. No mesmo relatório indicava-se que em Portugal a fatia do rendimento do trabalho entre 2003 e 2015 tinha caído de 62% para 52%.
Sem resolver esta questão a crise estrutural nas democracias liberais vai continuar .Podíamos dizer que este tendência resulta da mudança de paradigma da economia que estamos a enfrentar mas, o que as séries de dados recolhidas nos últimos 30 anos mostram, é que o rendimento se reparte sempre desta forma em benefício do capital .
Manter uma mais justa repartição do rendimento é, pois, uma medida de puro bom senso como forma de mantermos sustentável o estado social, a democracia e as liberdades e impedir o avanço dos populismos de esquerda e de direita.
Trump, não é de mais repetir, foi eleito com os votos dos trabalhadores . Um certo cabo de bigodinho, na Alemanha, também .
Carpiram, manifestaram-se, ameaçaram. Trabalho é que não havia. Agora os velhos estaleiros voltaram a ter vida. " Reparação de 20 navios até ao final do ano, reconversão do Atlântida, arranque da construção de dois "patrulhas" em Março e a encomenda de uma série de navios-hotel em perspectiva. Eis a nova vida dos estaleiros navais de Viana. Cinco meses depois de a West Sea, empresa da Martifer, ter entrado nos estaleiros navais de Viana do Castelo, o presidente de ambas, Carlos Martins, revela a estratégia da subconcessionária e o trabalho feito até ao momento que comporta a reparação de dez navios. A facturação vai nos 3 milhões e até ao fim do ano vai montar aos 4 milhões de euros.
O presidente da câmara de Viana do Castelo que trouxe a Lisboa uma coroa de flores ao que ele entendia ser o enterro dos estaleiros devia demitir-se.
Esta medida tem futuro. Reduzir o tempo de trabalho e o salário e assim ter mais tempo para si próprio e para a família. Trabalhar menos duas horas por dia ou menos um dia por semana é só uma questão de habituação. Perceber que ganhar menos alguma coisa não faz falta nenhuma, até porque pode compensar com poupanças. Não sair de casa corresponde a uma poupança relevante. Pagar menos no colégio do filho também. Para não falar da qualidade de vida.
Não é uma invenção deste governo. Longe disso. Há muito que nos países mais desenvolvidos em que o delírio de possuir "coisas" já passou que se preparam os trabalhadores e empresas para o trabalho em "part-time". E para trabalhar quando é preciso. Por cá na AutoEuropa há muito que já é assim, com o chamado "banco de horas".
Estas medidas estão agora a chegar à gestão dos recursos humanos na administração pública. Em vez de subsídios "a torto e a direito" para trabalhar mais, incentivos para trabalhar menos. E os desempregados agradecem!
Alexandre Soares dos Santos é um empresário com provas dadas e é frontal no que diz. Tem muitas vezes razão mas, desta vez, eu não entendo. As pessoas passarem a trabalhar os fins de semana para trabalharem menos tempo durante os outros cinco dias? Para as empresas é capaz de ter vantagens mas para os trabalhadores não vejo como. Há filhos para criar, família para tratar lazer para recuperar energias.
Tudo para não ter que pagar horas extras a 200% ? As empresas venderiam mais? Não sei. As empresas contratariam mais pessoal? Duvido. Mas mesmo que tudo isso acontecesse acabar com os fins de semana de descanso seria um tremendo retrocesso civilizacional.
Estou mais de acordo que para haver trabalho para todos é necessário que as pessoas com trabalho o partilhem com outros, trabalhando menos horas, ganhando menos e ficarem com mais tempo para usufruírem da vida. E possuírem menos coisas que não lhes fazem falta nenhuma. Nem trabalhar mais para ganhar mais nem trabalhar menos e continuar a ganhar o mesmo ou mesmo mais como querem os sindicatos..
Motorista contratado a prazo impedido de sair com a viatura. Por volta das 7h30, um motorista contratado a prazo preparava-se para sair da estação de recolha de Francos, mas os trabalhadores que se encontram ali concentrados desde a meia-noite barraram a saída junto ao portão principal da empresa e o autocarro acabou por não sair, de acordo com informação avançada ao PÚBLICO pelo coordenador do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes.
Fernando Oliveira adiantou que a adesão do cerca de 800 motoristas da STCP “é total”, e nos outros sectores, oficinais e administrativos a paralisação “superou as expectativas” dos dirigentes sindicais, porque na empresa há muitos motoristas com contratos precários.
“Na STCP, num total de 1290 trabalhadores, cerca de 800 são motoristas, sendo que 140 trabalham com contratos a prazo e todos aderiram à greve, o que é uma enorme vitória”, afirmou ainda Fernando Oliveira. Como se vê, isto é o que se chama uma "contradição insanável".
As entradas de Lisboa e Porto estão fortemente congestionadas com viaturas particulares o que mostra que os trabalhadoresse dirigem para os seus postos de trabalho.