Os accionistas privados não aceitam converter os empréstimos em capital e, sem isso, o accionista Estado não mete lá os 1,2 mil milhões já e os 300 milhões que já se falam para meter lá para o fim do ano.
A Comissão Europeia exige uma reestruturação o que implicará uma redução drástica da companhia em aviões, rotas e trabalhadores. E a eventual nacionalização não resolve nenhum desses problemas. Sem isso não há dinheiro europeu para a companhia.
Os accionistas têm que negociar e encontrar uma solução a tempo de a situação não piorar. É que as outras companhias europeias já o fizeram e estão a iniciar a recuperação. E vão começar a voar para Faro, Porto e Lisboa com os aviões da TAP em terra.
Sem ajuda imediata a companhia ficará sem liquidez em poucas semanas, em ruptura financeira. Mas as regras europeias exigem a repartição de encargos com accionistas e credores, retirada de rotas deficitárias e alienações e medidas comportamentais que limitam a actuação da empresa.
E a questão é bem óbvia e clara. Como pode a TAP ser uma companhia de bandeira num sector onde há tão forte concorrência ?
Milhares de trabalhadores sem emprego no Reino Unido candidatam-se a preencher a falta de imigrantes asiáticos que no actual contexto não podem entrar no país.
Cá em Portugal a questão já foi colocada pelos empresários agrícolas que enfrentam o mesmo problema. Com generalizado escândalo, como é óbvio.
Considerando o impacto da covid-19, o grupo de lobby estima um défice de cerca de 80 mil trabalhadores e instou os cidadãos do Reino Unido - que normalmente representam menos de 1% dessa mão de obra - a candidatarem-se a estes empregos.
As inscrições para vagas aumentaram 83% no último mês, de acordo com o site de empregos Totaljobs.
"O enorme aumento da procura por empregos na apanha de frutas mostra a rapidez com que os candidatos respondem aos anúncios no ambiente atual", disse Pawel Adrjan, chefe de pesquisa para a região EMEA no Indeed. "Isso mostra com que urgência muitas pessoas precisam de um emprego nesta altura."
Mas isto serve para os ingleses pobres, não para os portugueses ricos .
O mais triste é haver pessoas que trabalham e não ganham o suficiente para ter uma habitação condigna.Pessoas que trabalham sem contrato, sem férias, sem subsídio de férias e sem subsídio de Natal. Com um salário base a rondar os seiscentos euros como é que podem pagar rendas de 300/400 euros mensais ?
Querem convencer-nos que prioritário é baixar a carga horário das 40h para as 35 horas aos funcionários públicos que ganham mais que os 600 euros, têm férias e subsídios. Comparados com os trabalhadores sem direitos são uns privilegiados, mas claro representam muitos votos, estão organizados em sindicatos e partidos. Tudo de esquerda, como não pode deixar de ser.
Mas quem não tem partido, nem sindicato, nem contrato de trabalho e não ganha o suficiente para ter uma vida digna? Destes ninguém fala e a esquerda boazinha não tem tempo para eles embora se preocupe muito com o folclore dos activistas que nunca trabalharam nem têm intenções de alguma vez trabalhar.
“Entre os pobres temos 10,7% que são trabalhadores. Quer dizer que ter emprego não é suficiente para tirar uma pessoa da pobreza”, sublinha.
No Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, esta organização aponta como prioridade uma maior aposta na educação e na melhoria das qualificações.
Taxa de risco de pobreza acima da média da UE
Portugal apresentava em 2017 uma taxa de 23,3% de pessoas em risco de pobreza ou exclusão social, acima da média da União Europeia (UE 22,5%) mas 2,7 pontos abaixo da de 2008, divulgou esta quarta-feira o Eurostat.
Mas o(s) orçamento(s) da geringonça só apontam para quem tem emprego e rendimento assegurados cortando no investimento única forma de criar emprego bem remunerado.
As crianças merecem tudo até uma creche para que os pais possam trabalhar aos sábados. Nada a dizer . Mas quando esta creche é o resultado da "greve histórica" e das manifestações dos sindicatos na Autoeuropa lembra a "montanha que pariu um rato ".
Os sindicatos em assembleias onde compareciam 500 dos 5 000 trabalhadores recusavam os acordos conseguidos pela administração da empresa e a comissão de trabalhadores, e exigiam ao governo que negociasse com o Grupo alemão a estratégia para a produção futura dos modelos eléctricos, exibindo uma petulância que roçou o ridículo.
Não só pelo que a empresa representa para o país em termos de PIB, exportações e emprego mas, também, porque a Volkswagem jamais aceitaria jogar os seus princípios e regras com sindicatos que visam objectivos políticos. Não cedendo a AutoEuropa reduziu o problema a uma creche que a Segurança Social paga ( os contribuintes pagam).
Os sindicatos ( da CGTP) julgam que salvaram a face com a esmola mas na verdade sofreram uma derrota histórica. O secretário geral da UGT, sensatamente, veio criticar a CGTP por andar a brincar com o emprego de milhares de trabalhadores e a confirmar a batota que se fazia nas assembleias gerais de trabalhadores.
A táctica é mais que conhecida e até as palavras e a entoação são as mesmas. Todos nos lembramos e a memória não se apaga com ridículas demonstrações de força que não se possui .
A Autoeuropa é uma empresa privada não depende do Estado. E o governo paga a creche a estas crianças filhas de trabalhadores bem remunerados o que não faz com as crianças de trabalhadores menos afortunados.
Uma adesão histórica segundo os sindicalistas não chega a metade dos trabalhadores ( 41%). E, ao contrário do que os sindicalistas quiseram fazer crer a administração tornou a sublinhar que não negoceia com sindicatos.
A fábrica liderada por Miguel Sanches garante que não recua no trabalho ao sábado e que não negoceia com sindicatos, só com a comissão de trabalhadores.
A fábrica liderada por Miguel Sanches garante que só vai voltar à mesa de negociações com a nova comissão de trabalhadores, que vai ser eleita a 3 de Outubro.
Mas como a fábrica quer continuar a ouvir todas as partes envolvidas vai ouvir os sindicatos a 7 de Setembro mas não negociar. O objectivo da administração é assegurar o cumprimento de todas as encomendas dos seus clientes nos prazos acordados.
A Lisnave esteve falida, sem trabalho mas cheia de greves. Foi comprada por um euro por dois engenheiros que ali trabalhavam. Conhecedores do negócio puseram a empresa a dar lucros. Ali trabalham em permanência cerca de 400 trabalhadores mas por dia trabalham cerca de mil e duzentos. Conforme as encomendas.
Tem clientes em todo o mundo e repara mais de 70 porta contentores por ano.
E a diferença que separa os estaleiros que vivem do seu trabalho e os que vivem de subsídios é o conhecimento do negócio. Ter os contactos necessários e a reputação profissional certa. E cumprir prazos.
Os estaleiros de Viana do Castelo andaram anos a viver de subsídios e sem trabalho, com greves e com lutas sindicais. Os estaleiros da Mitrena foram comprados por um operador privado e a partir daí são um caso de sucesso. Tudo para exportação.
O estado não pode andar metido em negócios que não conhece
Compramos jeans a 5 euros porque na China há trabalhadores que trabalhando em condições horríveis ganham miseravelmente. E esta é a razão primeira do desemprego nos US e na UE.
Foram estes trabalhadores americanos desempregados ou "em perda" que deram a vitória a Trump. Estados tradicionalmente democráticos deram agora a vitória aos republicanos e, não por acaso, constituem a "cintura industrial do lixo " na América.
Entretanto, em cada seis chineses há um milionário , como bem se vê pelas compras milionárias que a China e os chineses fazem por essa europa fora e nos US.
Com o politicamente correcto na agenda fomentamos a globalização, não pelas razões certas mas pelas razões erradas. Cresceram os pobres e os ricos de ambos os lados à custa dos avanços sociais que a classe média dava como adquiridos.
Por cá, pelo quadrado, vemos a classe média ser depenada para encher os bolsos ( antes fosse) de quem tem trabalho certo e seguro . Há cada vez mais excluídos e isso tem consequências mais tarde ou mais cedo. Tudo tendo como pano de fundo uma economia que não cresce, que não cria riqueza. O mesmo dinheiro só muda de mãos. Entre muros e inter-nações.
Sem uma economia capaz de pagar salários decentes e sustentar o estado social o contágio será inevitável na Europa. O populismo à esquerda e à direita fará o resto pouco que falta.
Merkel, a cara da má direita, segundo os progressistas, lidera as soluções para acolher os milhões de migrantes que nos procuram . Passou de besta a bestial .
Não há trabalho para todos e haverá menos com a evolução da tecnologia. E as pessoas terão opções que agora não têm. Podem ter tempo para o lazer, para tomar conta e educar os filhos e podem optar por ajudar quem precisa. Os jovens e os idosos que agora estão entregues a instituições sem rosto.
As poupanças em horas desperdiçadas no trânsito, os custos dos transportes financeiros e ambientais evitados mais do que compensam o desperdício do que compramos. E o trabalho da administração pública na sua voraz perseguição a quem trabalha. Milhões de cidadãos que não preenchem papéis, que não pagam impostos e que não necessitam de uns quantos milhares a escrutiná-los.
É o Simplex por excelência, a redução drástica da burocracia. E o estado poderá dedicar-se ao que verdadeiramente interessa. É uma espécie de ovo de Colombo mas que já está a ser preparado por vários países europeus.
Claro que os amigos dos trabalhadores, sem o exército de desempregados estarão contra. Aposto que o grande argumento vai ser a "dignidade do trabalho". Como se tratar dos outros não fosse trabalho. A D. Catarina Martins já disse que é tudo uma treta.
Centeno anda a tentar captar investimento com o argumento que os trabalhadores portugueses são baratos e os que mais trabalham na Europa. Nós que vimos par aí tanta gente a criticar que a economia assente em baixos salários ficamos esclarecidos mas surpreendidos. É que as vozes que se arranhavam agora estão mudas. Aliás, não vêem, não ouvem e não falam.
"O salário mediano em Portugal é um terço do francês. Esta diferenciação salarial não existe em mais nenhuma área monetária; nos Estados Unidos a dispersão salarial máxima é entre Mississippi e Boston, Massachusetts, e é um rácio de dois terços."
E rematou, dizendo que "os portugueses são, de todos os trabalhadores da Europa, os que trabalham mais horas. Trabalhamos mais 25% de horas do que os noruegueses, do que os alemães. Somos, em número de horas de trabalho, concorrentes com o Japão e os EUA".
Para Mário Centeno, esta "é a força que temos de aproveitar no momento em que colocamos decisões de investimento em cima da mesa".