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BandaLarga

as autoestradas da informação

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A economia já está a abrandar

Teodora Cardoso aponta para um abrandamento no resto do ano que se fixará em 2,7%. Para 2018 aponta para 2,1% e e abrandará em 2019 e 2020 para 1,7%.

É este o sucesso para um país que tem que pagar uma dívida monstruosa e que vê as suas contas externas deteriorarem-se de forma dramática.

Nada do que está a acontecer em Portugal é estrutural e sustentável, vamos à boleia de condicionantes externas que capricharam em alinhar .

O Conselho das Finanças Públicas considera que as exportações líquidas “deverão apresentar um contributo líquido nulo em 2017”. Por isso, o PIB irá crescer principalmente graças aos contributos positivos da procura interna, onde se destaca o investimento — o CFP projeta um aumento de 9,1% da formação bruta de capital fixo. O consumo privado deverá crescer 2,2%.

Mas se os números são bastante positivos, "temos de ter em conta um conjunto de riscos", continuou a presidente do CFP, entre os quais destacou "a tentação de voltamos a apostar no crescimento da despesa pública como uma forma considerada necessária para reforçar o crescimento da economia e para resolver o conjunto de problemas estruturais que a economia portuguesa continua a exigir", afirmou.

 

Os problemas estruturais não estão resolvidos

O PIB vai ser melhor este ano mas abranda no médio prazo. O mesmo se passa com o emprego . Isto mostra que a economia sem investimento esgota-se na capacidade instalada. E assim não pagamos a dívida nem baixamos os juros.

Se os partidos populistas perderem ( e tudo aponta para que tal aconteça) a economia na Zona Euro pode crescer bem mais do que o esperado o que arrastaria a economia portuguesa.

“O PIB tem uma aceleração para 1,7%, que até poderia ser ligeiramente superior, não nos espantaria que fosse 1,8%, e depois tende a abrandar até 2021”, explicou Teodora Cardoso, presidente do Conselho das Finanças Públicas (CFP). Já a nível de finanças públicas, “a principal conclusão deste relatório é que ainda que tudo corra bem a nível do Procedimento por Défices Excessivos, ficamos com um grande espaço ainda para cobrir de ajustamento estrutural a que ficaremos submetidos logo após a saída”, adiantou.

No que diz respeito ao crescimento do emprego, projeta-se a continuação de um crescimento, embora desacelere, tal como acontece ao PIB, até ao final do horizonte temporal em análise. Por exemplo: este ano projeta-se um crescimento de 1,1% do emprego, enquanto em 2021, num cenário de políticas invariantes, este crescimento abranda para 0,4%.

Quer dizer para que o comportamento da economia garanta melhores resultados a médio e longo prazo é necessário que se mudem as políticas, única forma de pagarmos a dívida, baixar os juros e manter o país fora dos défices excessivos.

É isso o que quer dizer "num cenário de políticas invariantes " .

 

Há alianças que comprometem

O governo começou com uma previsão para a economia de 2,4% acabou em 1,4% . Que moral tem o governo para atacar quem também errou ?

Explorando uma deslocada referência de Teodora Cardoso a um possível "milagre" no défice orçamental do ano passado, um deputado do PCP, mais papista do que o papa na defesa do Governo, veio considerar ser um milagre que Teodora Cardoso ainda tenha emprego e salário. É uma advertência coerente, pois na futura "democracia popular" que o PCP defende não haveria obviamente entidades independentes de escrutínio orçamental e quem ousasse discordar da pauta do poder teria como destino imediato a porta da rua. De facto, há alianças que comprometem...

E quando a execução orçamental, deixa cair os princípios do documento dos doze sábios,( em que se baseou o programa do governo) apostando no consumo interno e se agarra desesperadamente às exportações e às cativações que degradam o serviço público, dá que pensar ouvir o BE e o PCP exigirem a saída de quem falhou bastante menos .

Aponta o roto para o nu ...

 

Sem confiança os juros não baixam

Quem o diz é Teodora Cardoso, economista reputada e independente que chefia a Comissão das Finanças Públicas. E não são as variáveis externas que explicam os juros muito mais altos que Portugal suporta em relação aos outros países que saíram de intervenções externas .

O governo não tem apoio bastante que restaure a confiança e faça baixar os juros como se vê nesta situação da TSU. Não, PCP e BE são anti-União Europeia não oferecem confiança aos credores. E cada vez mais o governo não terá apoio nos seus apoios parlamentares. Estão a chegar as medidas que exigem a tomada de opções políticas e aí, tudo passará pela fractura pró - anti- União Europeia e Zona Euro.

"Este elemento da confiança que é uma coisa difusa, mas [a subida das taxas de juros] significará que os mercados não estão convencidos de que aquilo que estamos a fazer seja suficiente para garantir que a nossa dívida é sustentável", reforçou.

E acrescentou: "O facto de neste ajustamento orçamental haja uma parte muito importante que efetivamente vem de despesas de investimento e ao mesmo tempo haja despesas muito rígidas, como é o caso das despesas com o pessoal que estão a subir, não é um fator de confiança na sustentabilidade da dívida portuguesa".

É isto o que este governo está a fazer desde que tomou posse e foi desde aí que os juros subiram numa trajectória permanente. Não há coincidências e é melhor não dar cabo do futuro com o corte no investimento público. Outro crime.

Tempestade perfeita : Juros altos, dívida monstruosa, economia que não cresce por falta de investimento e descontrolo orçamental . Depois digam que é o PEC IV...

É impossível pensar na despesa pública como motor do crescimento

Mas é a alternativa (falsa) que nos andam a vender incluindo o PS. Teodora Cardoso,  deixa alertas para o que, defende, o próximo Governo tem de fazer: uma política económica e fiscal integrada e de longo prazo, privilegiando o crescimento e o investimento privado.

E não me venham dizer que a economista tem uma preferência partidária porque não tem.

"É a tal história que dizia o Einstein, a definição de estupidez: fazer a mesma coisa e esperar que o resultado seja diferente. É muito complicado. Sobre a Grécia tenho muitas dúvidas. Para já, nunca acompanhei a economia grega, que é uma coisa muito estranha. É uma economia fechada quase, com excepção do turismo, não tem praticamente indústria, tem muito pouco sector produtivo e vive muito de importações e das suas relações com o exterior."

A Presidente do Conselho das Finanças Públicas, ouvindo-a falar sobre a situação do país e o que precisamos para os próximos anos, é inevitável sentir que está mais próxima da estratégia seguida pelo actual Governo do que da mudança prometida pelo PS de António Costa.  

Ferro Rodrigues orgulhoso

Está como estava há quatro anos quando as suas políticas levaram o país à bancarrota. Teodora Cardoso é que tem opinião diferente :"

Criticando essas mesmas propostas, afirma sem contemplações que “simples políticas de estímulo à procura, avaliadas estritamente pelo seu impacto de curto prazo, já demonstraram a sua ineficácia: não só não garantiram o crescimento da produtividade e a competitividade da economia, como, ao aumentarem o peso do endividamento, público e privado, comprometeram o seu crescimento”. E continua, ainda falando do mesmo documento: foi “por ter levado longe demais o estímulo orçamental à procura” que “Portugal perdeu competitividade e capacidade autónoma de financiamento da dívida, predominantemente externa, e só poderá retomá-la quando os credores acreditarem que a necessária transformação está em curso”.

Ferro Rodrigues afirmou no Parlamento que está como estava. Não muda. Mas há bom remédio. Muda o país.

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