Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

BandaLarga

as autoestradas da informação

BandaLarga

as autoestradas da informação

Portugal caminha para nova tempestade perfeita na dívida

Apesar de a compra de dívida por parte do Banco Central Europeu ter baixado as taxas de juro da dívida, Portugal não foi capaz de reduzir a dívida pública em termos absolutos. Reduziu em percentagem do PIB quando este cresceu. Como o PIB vai ter uma enorme queda, também em percentagem, a dívida vai voltar a crescer. E em valores absolutos é uma calamidade.

Nos últimos anos nunca conseguimos colocar a economia a crescer acima dos 2% e num período prolongado no tempo . 

Com esta subida, Portugal mantêm-se, como até aqui, um líder mundial em endividamento público, só que agora a maré está muito mais alta para todos.

De acordo com estas projeções do FMI, que contam com um défice público de 7,1% neste ano, e uma recessão de 8% (ambos podem ser superiores, alertaram já vários decisores), o rácio da dívida portuguesa sobe para 135% do PIB, o quarto mais elevado no grupo dos países avançados. Mais alto só no Japão (251,9%), na Grécia (200,8%) e em Itália (155,5%).

O FMI mostra também como vários soberanos estão particularmente vulneráveis já em 2020 porque precisam, mais do que outros, de ir aos mercados emitir dívida nova para financiar a dívida que vence mais o défice público.

Em três dezenas de economias, Portugal ocupa agora a oitava posição, quando se medem as necessidades brutas de financiamento em 2020. A República necessita do equivalente a 18,6% do PIB em dinheiro novo que terá de vir dos mercados.

Apesar das apregoadas vitórias de Costa e Centeno estamos novamente muito mal colocados para o que aí vem.

A tempestade perfeita montada pelo PS

Só os óculos cor-de-rosa é que não deixam ver.

“Somos o país que menos cresce entre os amigos da coesão. Fomos o país que cresceu menos em 2018, em 2019 e preparamo-nos para ser o país que menos cresce em 2020 e 2021. A queda sustentada do desemprego cessou e ler o boletim do INE de dezembro é como ver uma tempestade a aproximar-se”, afirmou João Cotrim Figueiredo, no primeiro debate quinzenal deste ano.

A par disso, João Cotrim Figueiredo nota que o “índice de produção industrial está a cair, índice de criação de empresas e olhamos para os serviços públicos e é melhor nem falar”, sobretudo no que toca ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), cuja qualidade tem vindo a “degradar-se”.

Que acordo é que aguenta mais um resgate na banca ?

De que forma é que o próximo governo lidará com adversidades inesperadas, nomeadamente nos bancos ? E a solução está no acordo ?

Não haverá aumentos de impostos, nem cortes de salários e pensões. Já sabemos, está no acordo. Mas Portugal não será capaz de financiar as brutais necessidades de capital, com recursos próprios, que persistem no sistema bancário.

Há dois caminhos : um novo programa europeu para resgatar a banca portuguesa ou um bail-in, em que depositantes podem ser chamados a resgatar o sistema financeiro .

Esta tempestade perfeita não foi discutida nem consta no(s) acordo (s) mas não é por isso que desaparece do horizonte. E não há acordo nem governo que resista a uma tempestade destas.

Para já o acordo de governo vende medidas simpáticas mas, não tardará, as medidas antipáticas atingirão sem piedade a classe média que paga sempre tudo. Para quem julga que governar em 2016/7 é bom, talvez não se tenha apercebido que mais um resgate está mais perto do que longe.

PS : a partir de um texto do Expresso - Pedro Adão e Silva )

 

A tempestade passou nada mais resta

No meio de um vasto pinhal foram-se construindo casas com pequenos quintais, onde se plantam árvores de fruto . Gente do centro da cidade que recriou ali a vida da aldeia distante. Mas trouxeram os carros e o horror pelo chão cheio de resina que vai caindo dos pinheiros, pelas pinhas  e pela caruma. Foi um passo desde que o primeiro começou a cortar os pinheiros por um qualquer pretexto. Hoje há cada vez menos resistentes.

Telefonaram-me para me dizerem que a tempestade me deitou pinheiros ao chão e partiu telhas da casa e do churrasco. Vou entrar em despesas. E em discussões. Para quê os pinheiros? Só fazem lixo...

Mas se é assim, porque não ficaram na Avenida de Roma, onde não há pinheiros nem caruma? Nem árvores de fruto? Não contam que de noite se ouve o barulho do mar, a maresia ao cair da tarde e que em cinco minutos se está junto ao mar. Nesta altura do ano, a partir de Setembro temos um areal de quilómetros só para nós. Limpo, sem calor e sem multidões.

Vou para lá juntamente com o brasileiro que trata dos quintais para me assegurar que só corta o que já está partido, vou defender os meus pinheiros.

Cortem-nos quando eu morrer!