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BandaLarga

as autoestradas da informação

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PS manda uma pantufada no BE

O BE se não está nos cuidados intensivos anda lá perto depois da pantufada que Carlos César sem moderação lhe atirou.

O BE e outros, no dizer do dirigente socialista, não mandam no país.

"Se nós fôssemos sempre atrás do estilo de aventura e de que tudo é fácil, tudo é barato e tudo pode ser feito - que o BE em especial mas também alguns dos nossos parceiros alimentam frequentemente - nós tínhamos um país com uma mão à frente e outra atrás e voltávamos ao tempo da bancarrota. Ora com o PS isso não vai acontecer."

Existem boas condições para PSD, PCP, PEV e Bloco de Esquerda votarem favoravelmente esta lei, com a qual nos sentimos muito confortáveis. É melhor que a lei anterior e mesmo com as votações verificadas, é uma lei que não deixa de consagrar um princípio fundamental que é o da substituição do regime que existia que é o de concorrência entre o setor privado e o setor público, por um regime de colaboração", defendeu o líder parlamentar socialista.

Um regime de colaboração entre o sector público da saúde e o sector privado da saúde. Como não pode deixar de ser. O recreio acabou.

TALVEZ SEJA JÁ TARDE

Se a maioria actualmente no poder fosse de direita, não teria sido discutida, hoje, no parlamento, a imposição do pagamento de taxas moderadoras a quem queira abortar. Teria, sim, sido reposta a discussão pública acerca da lei que aceita a interrupção da vida humana, indiscriminadamente e sem motivo sério. E tê-lo-ia sido, não hoje, mas há quatro anos.

 

Num quadriénio em que se legislou, bem, no sentido de prevenir o punir os maus tratos a animais, quando se especula e trabalha no sentido de conferir ao animal a dignidade de pessoa e, de quando em vez, ressurgem as pouco serenas discussões acerca das touradas, consentir que a vida humana intra-uterina seja ceifada arbitrariamente com o apoio dos meios clínicos mais avançados, pagos por todos nós, é algo que fere, não só o sentimento geral, como a elementar harmonia que deve enformar qualquer sistema jurídico.

 

Não podemos sujeitar um cão ao isolamento, à fome ou à doença, mas é-nos permitido pôr termo à vida de um feto, sem invocar motivo, que pode até ser o simples rompimento da relação que lhe deu génese. E assim é tão francamente, que há um número considerável de mulheres que fazem mais de um aborto por ano; numa época em que, salvo acidentes marginais, só engravida quem quer, a prática assemelha-se a um desporto. À vista de todos.

 

Independentemente da posição que se tenha relativamente à questão principal, impor a obrigação de pagamento de taxas moderadoras a quem queira fazer um aborto é, pois, da mais elementar justiça e equidade.

 

Não há motivo algum para que um doente as pague e esteja delas isenta a mulher, saudável, que quer abortar, sendo, para mais, que o custo do aborto ao SNS, estipendiado por todos nós, é muito superior ao da generalidade dos tratamentos, quer pela natureza do próprio acto, quer pela precedência de que goza.

 

Andaram bem, pois, os deputados afectos ao governo, ao ignorar o berreiro infrene, as frases feitas sem conteúdo e as manifestações ruidosas, sempre amplificadas pela bem orquestrada comunicação social.

 

Pena que, pelo menos aparentemente, só no final do seu mandato a maioria se tenha dado conta de que os eleitores não vão na arreata dos vanguardistas desordeiros.

 

Foram cobardes durante quatro anos. Demasiado iguais aos outros.

 

Receio bem que já seja tarde para que a maioria que vota os veja como diferentes.