Além dos impostos também pagamos as taxas e taxinhas que uma vez inventadas somam às já existentes e assim sucessivamente. Não acabam mais .
Em Lisboa foi inventada a taxa de um euro por turista e, agora, a câmara de Cascais quer cobrar 1,50 euro por turista/noite até um máximo de cinco . É sempre assim, os maus exemplos são seguidos é uma questão de tempo.
Ainda me lembro do selo do carro, há muitos anos foi apresentado como tendo um tempo de vida limitado. Já lá vão duas ou três dezenas de anos. E assim chegamos ao máximo histórico .
Quando foi criada a taxa em Lisboa o presidente da câmara de Cascais escreveu contra a taxa mas agora : é que o presidente da mesa da Associação de Turismo de Cascais, organismo que lançou a proposta, é Carlos Carreiras, também ele presidente da câmara, o que poderá significar que haverá uma via verde para que o cenário agora proposto seja rapidamente colocado em prática.
Eles, os cobradores de fraque, estão em toda a parte.
Em cima da carga brutal um euro é simbólico. Queremos um Centro de Congressos que não é necessário ? Saca-se aos turistas sempre que dormirem em Lisboa. O argumento dá para muito mais. Se Costa for primeiro ministro a lógica é a mesma. Passa é a ter um âmbito global. Qualquer português que durma na sua cama passa a pagar um euro. Coisa pouca, simbólica. Com essa receita construímos o novo aeroporto e o TGV. E não custa nada a ninguém.
O que assusta é que esta lógica é a que nos trouxe até aqui. Aumentar impostos e queimar subsídios da UE e pedir emprestado para fazer betão. O novo Museu dos Coches também era fundamental para o turismo mas está há três anos a degradar-se sem abrir. Não faltam em Lisboa salas onde se podem realizar congressos com centenas e milhares de participantes.
Quando Costa se apercebeu que devolver salários e pensões atingia 800 milhões recuou como, aliás, já recuou em várias frentes como se constatou em recente entrevista. E já consegue ter os empresários a protestar. Cortar despesa é, para Costa, transferi-la para as juntas de freguesia. E apresenta esse truque de malabarismo como uma bandeira.
O Presidente da Câmara de Lisboa apresentou um trabalho notável na frente ribeirinha, com a Praça Europa e não precisou de muito dinheiro nem de construir mamarrachos de betão. Agora que pode estar em trânsito e deixar o lugar esperemos que não deixa taxas e taxinhas para trás.