O PCP não concorda com o PS na eliminação da taxa extraordinária do IRS. O diploma vai baixar à respectiva comissão de onde vai sair com cedências que é o mesmo de dizer que com mais despesa pública. Onde é que se vai buscar mais dinheiro para cobrir o buraco ? Depois vê-se.
O líder comunista lembrou ainda que a posição do PCP é válida também para o Orçamento do Estado para 2016. “O nosso posicionamento será sempre contra os cortes e aquilo que deve ser a reposição de rendimentos aos trabalhadores e pensionistas, seja no Orçamento do Estado, seja nessa iniciativa legislativa”.
Como é que se consolidam as contas públicas é deixado nas mãos do PS que vai ter que inventar dinheiro onde não o há. A última vez que soubemos do programa socialista o crescimento do PIB já ia em 3,4%, e Jerónimo já se queixou que nunca nenhum economista lhe disse porque "não o défice em 4% em vez de 3%. "
Mas é claro que todos os economistas sabem a razão. A dívida pública é o somatório dos défices, mas como o PCP não quer pagar a dívida...
Descerem as tarifas energéticas para as famílias, pequenas e médias empresas e grandes empresas ? Só pode ser erro. E grande.
As tarifas de gás natural transitórias, destinadas aos consumidores domésticos que ainda não passaram para o mercado liberalizado, vão registar uma descida média de 7,3%.
Para a pequena indústria (com consumos acima de 10 mil metros cúbicos), a diminuição é de 11,3%.
Já a grande indústria (consumos iguais oi superiores a um milhão de metros cúbicos) beneficiarão de uma descida de 12%.
Além da contribuição extraordinária sobre os activos de gás natural da Galp, no valor de 150 milhões de euros, dos quais 50 milhões já foram reflectidos nestas tarifas, a queda dos preços é ainda justificada pela redução das taxas de remuneração pagas à Redes Energéticas Nacionais e à imposição de metas de eficiência.
O efeito positivo da queda do petróleo no mercado internacional acabaria por ser parcialmente anulado pela desvalorização do euro
A dez anos A “yield” das obrigações portuguesas a 10 anos recua 3 pontos base para 4,85%, perto do mínimos de 2010, sendo que nos restantes prazos a tendência também é de queda ligeira. A “yield” dos títulos a 2 anos desce 3 pontos base para 1,76% e nas obrigações com maturidade a cinco anos a queda é de 4 pontos base para 3,69%. Em Espanha a “yield” da dívida a 10 anos desce 1 ponto base para 3,49% e em Itália, nos títulos com a mesma maturidade, a queda é idêntica para 3,45%. É a estas taxas que precisamos de chegar.
Para 2014, o governo Francês inscreveu no Orçamento, uma taxa de 75% sobre os rendimentos superiores a um milhão de euros. Durante dois anos.É uma promessa eleitoral de Hollande que assim se realizará. Esperemos que tenha seguidores. A polémica taxa de 75% sobre os rendimentos mais elevados em França, que o Governo está a reformular em resposta ao chumbo do Conselho Constitucional francês, começa a ser aplicada em 2014 e estará em vigor durante dois anos. A garantia foi dada pelo ministro francês da Economia e Finanças, Pierre Moscovici, numa entrevista ao jornal económico Les Echos.
Tem essencialmente um efeito moralizador que será importante.
A comunicação social e os partidos da oposição fazem tudo para manter e mesmo aumentar a confusão. Mas não há razão para haver dúvidas :
A contribuição de sustentabilidade sobre as pensões apenas será tomada em caso de absoluta necessidade, sendo que o Governo está colectivamente empenhado na identificação atempada de alternativas, de forma a que a medida possa ter uma forma completamente diferente ou possa inclusivamente ser substituída completamente por outra medida que seja considerada menos gravosa», declarou o ministro, em Bruxelas.
É melhor passar à frente. Problemas que cheguem temos nós.
A oposição estava já a afiar a "navalha" com esta taxa sobre as pensões e com efeitos retroactivos. Uma machadada das antigas na credibilidade do governo junto de três milhões de pensionistas. Foi capaz de ter sido uma jogada para o "partido dos contribuintes e pensionistas" aparecer impante a gritar "só por cima do meu cadáver".
Mas também é claro que a posição da troika sobre o assunto era mais que conhecida, havia pois, que ganhar tempo e espaço. Se tivesse que ser apesar de todo o empenho do governo...
A discussão é agora sobre a trapalhada. Os politólogos e comentadores avulso, afinam pelo mesmo diapasão. Tinham a dentadura ( a maioria deles já postiça) preparada para chorar banha e ranho sobre a maldade que o governo "insensível socialmente", tinha feito sobre os pobres idosos que não se podem defender. Não deu, muda-se a partitura. Agora é a trapalhada que mina a credibilidade da República. Mesmo bom, são os governos de um só partido, podem mandar o país para a bancarrota que nós só sabemos no fim. quando vem a factura a pagar...
E eu a julgar que a democracia é a arte da negociação, da discussão, da cedência...
PS : O Eurogrupo acaba de aprovar as medidas propostas pelo governo à Troika. Descansem agora e recuperem até à próxima confusão.
"O sr. Primeiro Ministro sabe que esta é a fronteira que não posso deixar passar" ! Ora, Passos já sabia há muito, depois de tantas reuniões, estava farto de saber. A jogada é magistral. Até arranjaram uma "almofada orçamental" para acomodar a posição pública de Portas. São três milhões de pessoas que representam para aí uns cinco milhões de votos. Gente que vota, que acredita no voto e que até ajuda os filhos desempregados. Os filhos que andam nas manifestações.
Com esta escapatória, e com Passos a explicar, bem, que é preciso que a Troika vá embora rapidamente, o governo sai deste "embrulho" com medidas que a maioria percebe. O acesso aos mercados e a baixa dos juros farão o resto. Até porque quem tem emprego , vencimento e pensões ,não corre riscos numa altura destas. Sem atropelos o governo, para bem do país, vai até ao fim da legislatura.
Não vale a pena pensar no que não é possível resolver a curto/médio prazo. O desemprego. Começar já o ataque, fazer crescer a economia, mas os postos de trabalho só aparecem, em força, daqui a cinco anos.