Nova sondagem dá a Nova Democracia à frente do Syriza na intenção dos votos.
Ao mesmo tempo, também a popularidade de Alexis Tsipras estará a afundar-se rapidamente, com 28,8% dos inquiridos a responder que o preferem para primeiro-ministro, valor muito distante dos mais de 40% que assim respondiam há cerca de um mês e já muito próximo do que recolhe Evangelos Meimarakis (na foto), líder do ND, encarado por 27,1% dos inquiridos como o melhor candidato a liderar o próximo Governo.
A vida das pessoas faz-se de pequenas coisas como pagar as contas .
É a questão que anda no ar e que pode desencadear novas eleições na Grécia..Fala-se na possível separação do Syriza, afastando a fação mais à esquerda do partido, chamada Plataforma de Esquerda – liderada por Lafazanis -, e procurando uma nova coligação de Governo com o PASOK – equivalente ao PS em Portugal – e o To Potami, um partido recém-formado que ficou em quarto lugar nas eleições do início deste ano. O jornal cita uma fonte das instituições dizendo que “Tsipras terá de escolher entre ser primeiro-ministro da Grécia ou líder do Syriza”.
Há novas discordâncias dentro do PS. Um deputado afirma que o apoio de alguns dirigentes do PS ao Syrisa envergonha a história do PS que é feita de : "João Paulo Pedrosa defende que “o PS não é um partido extremista, nem radical, nem revolucionário”. E acrescenta: “o PS funda a sua história e a sua política na luta contra a desigualdade, na valorização do papel do Estado na economia de mercado e numa carta de direitos sociais que protegem o cidadão na adversidade”.
Ora a vitória do Syrisa foi vista por António Costa como " mais uma mudança na Europa no caminho certo". Em que ficamos?
Na Grécia o Syriza já teve uma diferença a seu favor de 13% na preferência dos eleitores. Nesta última sondagem essa distância encolheu para cerca de 3%. Esta é que é a verdadeira notícia mas, para os jornais, a notícia é que subiu umas décimas. Ora a Nova Democracia subiu significativamente de 23% para 27%.
E notícia é a evolução do pensamento do líder do Syriza : O BCE não pode deixar "a Grécia de fora", disse, antes de desvalorizar "a propaganda do medo" dos adversários políticos ou "a ameaça de deixar o euro, a Grexit". A mesma sondagem da Rass, divulgada hoje, indica que 74% dos inquiridos quer que o país continue na zona euro.
Como se vê a posição do Syriza está muito longe da imbecilidade da nossa extrema esquerda que, sem oferecer nada em troca, quer sair do euro. E em 22 de Janeiro, três dias antes das eleições, haverá a reunião que vai decidir o programa de investimentos global para toda a Zona Euro que o Syriza aguarda com esperança.
Enfim, estar perto do poder obriga a ponderação e a menos populismo. Ninguém quer entrar em aventuras.
Não parece ser o caso, Catarina. Desde logo, porque "cá de baixo" se percebe que o PODEMOS e o Syrisa não querem sair da União Europeia e do Euro. Depois, porque enquanto o BE vai desaparecendo numa deriva autofágica irremediável, o PODEMOS e o Syrisa crescem nas sondagens. Há aqui matéria para nos tirar o sono, Catarina.
Por outro lado o BE jura que é, verdadeiramente de esquerda, enquanto o PODEMOS diz que é "cá de baixo" em alternativa aos "lá de cima". Ora isto levanta outro problema. De esquerda e de direita, há gente em todos os estratos sociais, enquanto "cá de baixo", somos todos, com excepção de uns quantos que passam pelas administrações dos bancos depois de terem passado pelos governos de esquerda. Que os ex governantes de direita façam o mesmo a gente percebe agora aquela malta snob de esquerda...
E que dizer do afrontamento injustificável ao partido verdadeiramente de esquerda que é o PCP? É que este não perdoa, Catarina, em menos de nada, o BE é rejeitado nas manifestações de rua, nas "grândoladas" e nas Aulas Magnas. E o BE, não representando nada nem ninguém desaparece . Ora não tendo votos, não tendo câmaras e não conseguindo juntar-se às manifestações do PCP resta o quê ao BE ?
E que dizer a todos aqueles que saíram do BE exactamente por quererem ter a mesma posição política do PODEMOS e os "bicéfalos" não deixaram? Isso não vai nada bem, Catarina.
Sabemos agora que a grande maioria do povo Grego apoia a redução do número dos funcionários públicos, incluindo os votantes do Syrisa, o partido da extrema esquerda. Como o estado não muda, tal como cá, mudam as pessoas.
Em Portugal, pela mão de governos do PS, vamos na terceira intervenção externa. E este ciclo não mudará se não formos capazes de reduzir a administração pública. Com os meios assim libertados podemos reforçar a capacidade de produção económica.
Tal como na Grécia, a origem de todos os males é o gastar sem limite do estado, as parcerias, as swaps, a obra pública sem freio, tudo desorçamentado, debaixo do tapete, vergonhosamente escondido. E uma administração pública insaciável, usada por todos os que querem continuar à mesa do orçamento, inimiga do investimento e da iniciativa da sociedade civil.
O povo na Grécia já mudou. Já percebeu que o país não suporta um estado gigantesco que distribui o que tem e o que não tem para se manter e não mudar. Mais tarde ou mais cedo os Portugueses também vão perceber que não se pode distribuir o que não se produz.