Ao ritmo de 3 mil milhões/ano e a partir de agora de 6 mil milhões /ano. Dinheiro não tem faltado o que faltam mesmo são ideias. E capacidade política para os necessários consensos e implementação no terreno.
Depois de nos últimos 25 anos e de tanto dinheiro não termos conseguido convergir com a UE, dá toda a razão aos holandeses para suspeitarem da nossa capacidade de fazer bom uso dos subsídios.
Por cá e, como habitualmente, a culpa não é nossa é dos outros que não são solidários . O que recebemos está sempre "aquém" do necessário no tipico linguarejar dos partidos que andam permanentemente a atacar a UE .
Desde a inviável TAP, passando pela sustentável e produtiva EFACEC, mergulhando no incerto e caríssimo hidrogénio ( já há 74 projectos apresentados para acesso aos subsídios) boa parte do dinheiro já tem destino. Não contando com os inúmeros buracos sem fundo que nos atormentam há muitos anos.
Mas o dinheiro demora a chegar às empresas que produzem, exportam e criam emprego. Ajudá-las a capitalizarem-se e a ganharem dimensão, projectos seguros que têm todas as condições para crescer ao longo da cadeia de valor.
Portugal cresceu e convergiu com a UE de 1960 a 2000, os últimos 20 anos são uma miséria completa. Não será tempo de mudar de modelo de crescimento e de protagonistas ?
E sem uma Administração Pública eficaz, amiga do desenvolvimento, nunca chegaremos lá. Onde estão as reformas sempre tão prometidas e nunca realizadas ? Que forças estão interessadas em bloquear as reformas tão necessárias na máquina do estado ?
Daqui a dez anos os holandeses continuarão a ter razão ?
Vêm aí cerca de 50 mil milhões de euros da UE para gastarmos em sete anos. Uma pipa de massa. Os portugueses reconhecem o contributo dos fundos europeus para o desenvolvimento do país. Mas todas estas décadas de dinheiros europeus também nos mostram outra coisa: os fundos, por si só, não desenvolvem um país, relembra o Fernando. Tal como nos anos 90, um trabalhador português produz hoje cerca de metade do valor de um trabalhador alemão.
Pequenos grupos de interesse, os do costume, na sombra, já estão a afiar os dentes para abocanhar, uma vez mais, o grosso da tal pipa de massa. As bravatas dos nossos governantes na Europa tornam-se cada vez mais ridículas. Ainda bem que os chamados países frugais se mostram exigentes em relação ao uso dos dinheiros. Nós, enquanto cidadãos, devemos era fazer o mesmo. Caso contrário, já sabemos qual vai ser o fim desta história.
Convém que o objecto social da empresa seja o mais generalista possível para poder responder aos inúmeros concursos públicos. Não precisa de curriculum.
Convém ter alguém próximo do governo que lhe dê as dicas necessárias. Data do concurso ( para poder analisar o mercado e encontrar o fornecedor), montante e facilitadores. No prazo indicado para concorrer só aparece a sua empresa, com o trabalho de casa feito.
Depois tem que aguentar a reacção, se a houver, dos que não chegaram a tempo. Uma hipótese de os calar é dar-lhes a oportunidade de ganharem o próximo concurso. Pequeno.
O dinheiro está a caminho, é muito, vai ser distribuído, convém estar preparado
Hortense Martins é presidente da distrital do PS de Castelo Branco e deputada à Assembleia da República. O marido é Presidente da Câmara de Castelo Branco e está envolvido num processo de perda de mandato porque fez negócios( enquanto autarca) com a empresa do pai .
É público que o Hotel Dona Amélia naquela cidade é da família e vamos sabendo que há outras empresas criteriosamente instaladas em sectores que beneficiam de subsídios estatais. Diz-se na Beira Baixa que quem está perto do fogo, aquece-se. E os subsídios são concedidos.
O Estado quer agora que a deputada devolva 170 mil euros de um subsídio concedido a uma sua empresa. Empresas com accionistas políticos e beneficiárias de subsídios estatais são como cogumelos. Conhecem os programas europeus que concedem os subsídios e têm poder para influenciar as decisões . Juntar poder e dinheiro dá nisto e, é por isto, que o Estado centraliza tudo e quer estar em toda a parte.
Descentralizar e perder poder nunca será objectivo do estado central a não ser que a sociedade civil o exija.
Os subsídios eram distribuídos através dos balcões do IFADAP - Instituto Financeiro de Apoio ao Desenvolvimento da Agricultura e Pescas - e rapidamente utilizados para comprar geeps muito em moda e que a população rapidamente crismou de "ifadaps".
Fomos bastante precoces no desvio desses subsídios de que só uma pequena parte chegava aos verdadeiros agricultores e pescadores. A notícia vem de uma investigação em vários países da UE .
Segundo aquela publicação, "isto ocorre porque os governos da Europa Central e Oriental, vários dos quais liderados por populistas, têm ampla latitude na distribuição dos subsídios, financiados por contribuintes de toda a Europa, mesmo quando todo o sistema está oculto em sigilo".
O artigo do NYT cita um estudo que revela que 80% do dinheiro vai parar aos maiores recetores, que representam 20% do bolo.
Dos 58 mil milhões de euros anuais que a União Europeia disponibiliza para a agricultura, uma parte fica nos bolsos dos mais poderosos, entre eles, os líderes populistas húngaro e checo.
O Estado quando parte e reparte segue a velha máxima " quem parte e reparte e não fica com a maior parte ou é tolo ou não tem arte".
Quem ataca a UE e ou dela quer sair esquece sempre a modernização que Portugal teve com a aplicação dos subsídios que recebeu . António Costa não esquece.
"O partido, que, desde o pedido de adesão e até hoje, nunca teve dúvidas de qual era a sua posição: defender a integração de Portugal, o aprofundamento do projecto europeu, defender que haja cada vez mais Europa e maior solidariedade dentro da Europa".
E ainda nos lembramos todos como havia alguns que queriam sair da UE ou do Euro .
O líder do PS disse que os portugueses "sabem bem porque é que importa defender a União Europeia", lembrando que "é graças à União Europeia que temos 32 anos de modernização, de progresso e de desenvolvimento, como era muito difícil imaginarmos que poderíamos ter tido se não estivéssemos na União Europeia".
E deu como exemplo Alqueva esse gigantesco projecto que mudou o Alentejo e que não teria sido possível sem os subsídios da Europa.
Uma grande maioria ( PS - PSD - CDS ) de eleitores são pró- UE . A minoria está contra mas paradoxalmente apoia um governo PS .
Estamos a chegar ao fim da legislatura e dá para perceber que a água e o azeite não se misturam .
Os investimentos do estado por cá são uma espécie de lotaria. Não são os projectos rentáveis emanados da sociedade civil que são apoiados. O estado distribui conforme os interesses em presença. Depois dá nisto.
Um subsídio para todos a troco de nada. Única forma de acabar com as desigualdades. Comprar tempo para si e para os seus.
Há quem diga que isso seria destruir a economia tal qual a conhecemos mas a verdade é que a indústria cada vez mais roboritizada não cria empregos para todos.
Os promotores do movimento defendem que com o RBI é dada a oportunidade a cada um de “escolher livremente um trabalho verdadeiramente gratificante, social e economicamente produtivo ou outras formas não remuneradas de contribuir para a sociedade“. “O RBI também liberta tempo para dar um novo fôlego à atividade associativa, ao envolvimento cívico, aos projetos profissionais e à criação artística, recriando laços sociais, familiares e de confiança nas nossas cidades, bairros e aldeias”, .
No resto da Europa, foi aberta em 2013 uma Iniciativa de Cidadania Europeia (ICE) neste sentido, mas esta fechou com menos de um terço das assinaturas necessárias para que a medida fosse estudada e discutida pelo Parlamento Europeu (seria necessário um milhão de assinaturas). Ainda assim, uma sondagem recentemente feita a nível europeu revelou que 58% dos inquiridos sabem do que se trata quando se fala em RBI e 64% dizem que votariam a favor se fossem diretamente consultados sobre o tema. A ideia parece ser particularmente bem recebida em Espanha e Itália.