Um cheque de pobreza e um carro de 25 000 euros à porta
Receber um cheque da Segurança Social de rendimento mínimo e ter um carro de 25 000 euros ( ou outros bens) é uma flagrante injustiça.
Porque o subsídio mínimo é pago por quem trabalha que, na maioria dos casos, não tem, nem nunca terá, folga para comprar um carro de 25 000 euros. Ora, a maior injustiça de todas é que quem trabalha tenha menos dos que não trabalham. Injustiça é trabalhar e não ter uma vida acima da pobreza.
Para receber o cheque do subsídio mínimo, manda o bom senso, é preciso vender o carro e pagar as dívidas ou comprar os eléctodomésticos que faltam lá em casa ou os livros para a escola dos filhos.
Esta questão está a ser usada numa aparente divisão ideológica entre esquerda e direita, mas quando um político de esquerda está a dizer que não faz mal alguém com um património em bens móveis de 25 mil euros receber uma prestação social para os pobres está a esquecer que quem paga impostos para sustentar esse subsídio são maioritariamente pensionistas e trabalhadores, que dificilmente terão meios para ter um carro com um valor tão alto.
O dinheiro das prestações sociais não é elástico e subsidiar quem efectivamente não precisa é um erro. O Estado deve ser solidário, mas não pode desbaratar o dinheiro dos contribuintes.