Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

BandaLarga

as autoestradas da informação

BandaLarga

as autoestradas da informação

Quem não sabe para onde vai dificilmente apanha bons ventos.

A Grécia vai processar a Alemanha por cauda de quatro submarinos que nunca foram ao mar. As empresas alemãs envolvidas são as mesmas que nos venderam dois submarinos . O negócio é mais ou menos este. Compra os submarinos que dá comissões para todos. Se fores ao fundo a gente tira-te de lá obrigando-te a um programa de austeridade que nunca mais esqueces. E, esta conversa resulta, claro, resulta sempre quando o comprador não sabe o que quer, não tem estratégia e está vergado ao peso das corporações que distribuem entre si as comissões. 

Em Portugal a encomenda inicial chegou a ser de quatro submarinos, passando depois para três ( a razão era para ter sempre dois no mar enquanto o terceiro estivesse em estaleiro). Coisa para três mil milhões para a Grécia, dois mil milhões para Portugal. E vão sobrando os custos de milhões para manutenção, contratos entregues directamente a uma empresa alemã sem concurso. O que nos safa é que tudo isto está isento de IVA! Quem não sabe para onde vai dificilmente apanha bons ventos.

Os submarinos encontraram o BES na Suiça

Foi num governo PS que se iniciou a compra dos submarinos. Eram três mas Portas reduziu a compra a dois. Sempre que há eleições os submarinos sobem à tona de água para submergirem logo a seguir. Mas o que é interessante é que desde muito cedo se soube que uma das empresas do universo do BES, tinha facturado trinta milhões de euros por serviços de consultadoria. Plano e montagem do negócio por trinta milhões. Todos perceberam que as comissões estavam encontradas era só preciso coragem para fazer uma investigação séria. E na Alemanha até há pessoas consideradas culpadas. Não era muito dificil. Agora encontraram-se contas secretas na Suiça com as comissões já devidamente distribuídas.

Agora é que os submarinos foram mesmo ao fundo

A acusação de burla contra empresários portugueses era, para os juízes, um "paradoxo", porque se teriam prejudicado a si próprios O Tribunal arrasou a acusação. " Não houve falsificação de documentos. Nem burla qualificada. Nem prejuízo para o Estado. Mesmo que o consórcio alemão não tivesse cumprido o que estava em causa no contrato de contrapartidas da compra dos dois submarinos, a questão devia ser discutida num tribunal arbitral e não no âmbito de um processo -crime.

Não se esqueçam de continuar a judicializar a política, remetendo para os tribunais decisões que só competem aos que foram a votos.

Taxa-se a 7,5% e ficamos todos amigos

Submarinos, Monte Branco e ESCOM . Ricardo Salgado, BES , Banco de Portugal e Ministério Público. Explosivo? Nem por isso. Taxa-se os 8,5 milhões que desaguaram na off shore com 7.5% e ficamos todos amigos. Ganham todos como vai ser superiormente explicado. 

A offshore Savoices terá sido utilizada por Ricardo Salgado para receber "ganhos paralelos à sua actividade de banqueiro", segundo o "Sol". José Guilherme, empresário de construção civil e um importante cliente empresarial do BES, confirmou àquele semanário que terá remunerado o presidente executivo do BES por este o ter ajudado a entrar no mercado imobiliário angolano - sector onde Guilherme está hoje presente. "Eu era até para ir para outra nação, mas foi ele quem me indicou para vir para aqui", disse o empresário.

Já houve tempos em que a actividade bancária se pautava pela confiança e credibilidade. Agora o melhor mesmo é ter a mão na carteira.

Mais um submarino ao fundo

As contrapartidas da compra dos submarinos tinham como objectivo a transferência de tecnologia. Do pouco que se fez resultou um hotel que tem tanto de tecnologia como um lagar de azeite (este tem mais). Mas nem o hotel conseguem por de pé. A ideia é a seguinte. Como o ministério público acusa os envolvidos de não terem cumprido com as contrapartidas, a existência do hotel, tomando o lugar da tecnologia, cumpre o contrato. Não há, pois, razão para a acusação.

Agora viram-se para os Estaleiros de Viana do Castelo que estão em fase de concurso público. Nesta fase o que podem oferecer ao estado que passe por aqueles estaleiros? Se a concessão vai ser atribuida a um privado que ainda não se sabe qual? A empresa alemã concorreu ao concurso? Que se saiba, não. Mas temos que admitir que a estratégia do advogado de defesa era boa. Acabe-se com o julgamento porque o estado já aceitou uma nova contrapartida.