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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Apesar da solidariedade europeia Portugal não avança

Países que há meia dúzia de anos nem sequer sabiam o que era uma economia de mercado já nos ultrapassaram. Com excepção da Grécia somos os piores de todos.

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Solidariedade europeia traduzida em muitos milhões de euros nunca faltou já das boas decisões na sua aplicação é que não podemos dizer o mesmo.

O quadro acima mostra como a riqueza por habitante evoluiu nos países do euro. Lembram-se como por cá se dizia "não somos a Grécia" ?

Já há plano para aplicarmos a pipa de massa que nos foi mais uma vez atribuída ou andamos ainda aos papéis como habitualmente ? Não há uma visão para o país? O que é que vamos ser enquanto povo ? A ideia continua a ser turismo e lazer para os velhinhos ricos da Europa ?

A União Europeia solidária e o milagre das rosas

Há uma União Europeia com países ditos "frugais", com países "ricos" e com países "pobres" e, mesmo assim, encontram consensos onde prevalece a solidariedade.

Um acordo entre 27 membros só é possível se for do interesse de todos e de cada um. Esperar que países paguem as contas a outros países que não fazem o que devem não é esperar um acordo. É esperar o milagre das rosas.

A China ( de quem tantos dos inimigos da UE, esperam tanto) diz que " se queres ajudar um pobre não lhe dês um peixe, ensina-o a pescar " que é como quem diz , aprende a sair da pobreza com o teu trabalho não com o meu dinheiro.

Já sabemos por cá, há muito, que o "socialismo acaba quando acaba o dinheiro dos outros" e, é isso, que vemos agora no comportamento de António Costa. É talvez o único daqueles líderes que está de bem com tudo e com todos. É que sem dinheiro não tem alternativa . Qualquer acordo é sempre bom.

Embora abra o precedente da criação de um fundo baseado na emissão de dívida pela Comissão Europeia, também é verdade que a UE ficou aquém daquilo que a excepcionalidade desta conjuntura pandémica exige e muito aquém daquilo que defendiam Alemanha e França. O que é dado é sempre aquém, diz o PCP.

E, assim, iremos viver mais dez anos com o governo socialista e as esquerdas ( que tanto odeiam a UE) a dar um peixe "poucochinho" a cada um de nós e a enterrar o resto do dinheiro nas "paixões" súbitas, tipo TAP bandeira, Novo Banco, Novo Aeroporto, indústria do hidrogénio, ferrovia com bitola ibérica ( a mesma que se fala há 20 anos), TGV, Montepio e outras ainda não declaradas mas já devidamente preparadas e declaradas.

E, no fim, lá voltaremos à solidariedade europeia, mão atrás mão à frente, contra os maus dos "frugais" que não nos querem compreender. 

Olhos postos no milagre das rosas.

Milionários querem pagar mais impostos

Não é solidariedade é defesa e prudência. Ninguém melhor que eles sabe que a crescente desigualdade não terá um final feliz. E não é por acaso que têm muito dinheiro é por serem inteligentes.

Os signatários desta carta não têm dúvidas que "é necessário reequilibrar o mundo antes que seja demasiado tarde" e que não haverá outra oportunidade para o fazer corretamente. Terminam a carta como a começaram, pedindo que os impostos que pagam sejam mais elevados.

"Ao contrário de dezenas de milhões de pessoas por todo o mundo, não temos de nos preocupar com [a possibilidade] de perdermos o emprego, as nossas casas ou a nossa capacidade de sustentar as nossas famílias. Não estamos a lutar na linha da frente desta emergência e temos menos probabilidade de sermos vítimas. Por isso, por favor. Tributem-nos. Tributem-nos. Tributem-nos. É a escolha certa. É a única escolha. A humanidade é mais importante que o nosso dinheiro", rematam.

Alemanha pronta para um acto extraordinário de solidariedade

O que é bom para a União Europeia é bom para a Alemanha diz Merkel.

A Alemanha tem uma situação financeira e orçamental folgada e está disponível para ajudar os países mais frágeis por forma a manter um mercado europeu forte.

"Para Itália e Espanha, por exemplo, a pandemia de coronavírus significa um enorme fardo em termos económicos, médicos e, naturalmente, porque muitas vidas se perderam, emocionais"

A saúde económica da Europa pode influenciar muitos aspetos. Um desemprego muito elevado num país pode tornar-se politicamente explosivo e, dessa forma, aumentar as ameaças à democracia. Para que a Europa sobreviva, a sua economia tem de sobreviver"

"Nestas circunstâncias, o mais acertado é a Alemanha não pensar apenas em si própria, mas estar preparada para fazer parte de um ato extraordinário de solidariedade",

A Europa respondeu de forma firme e solidária

A Europa tantas vezes criticada por falta de solidariedade desta vez respodeu de forma firme e solidária. E Portugal bem precisa.

A dívida pública é, desde há vários anos, muito elevada (podendo chegar aos 130% do PIB no final deste ano), a poupança há muito que atingiu mínimos históricos, o PIB per capita é actualmente o antepenúltimo dos países que integram a Zona Euro, a produtividade do trabalho é muito baixa, ainda há fragilidades no sistema bancário e a justiça é morosa, tudo questões estruturais que temos tardado a melhorar ou ultrapassar.

Portugal, com a sua entrada no espaço europeu em 1985, já recuperou anos e anos de atraso e conseguiu desenvolvimentos assinaláveis desde essa data. Mais tarde, com a criação da moeda única, Portugal libertou-se das altas taxas de inflação que corroíam os nossos rendimentos, bem como dos juros exorbitantes do passado e permitiu às nossas empresas terem acesso a um mercado alargado e competitivo, incrementando o nível e volume das nossas exportações.

Portugal, integrado na União Europeia e fazendo parte da Zona Euro, tem possibilidade e capacidade de, perante este desafio pós-covid, vir a reagir e situar-se numa rota de maior desenvolvimento, inovação e criatividade se optar por um bem estruturado plano de reindustrialização que tenha como pilares a transformação digital, a economia circular e a economia do conhecimento.

Solidariedade Europeia - há 25 anos também foi assim

Plano de recuperação da Comissão Europeia propõe mil milhões de euros, com 750 mil milhões (75%) como subvenções (doações) e 250 mil milhões (25%) como empréstimos .

Há 25 anos quando participei na recuperação da rede hospitalar também foi assim. 75% foi da responsabilidade da União Europeia e 25% da nossa responsabilidade. É uma bazuca que mostra mais uma vez que a solidariedade europeia diz presente nos momentos difíceis.

Claro que vão ser dadas orientações para a aplicação deste dinheiro, na recuperação do emprego, no reforço de uma economia verde e no reforço de actividades que nos últimos anos foram extraditadas para países orientais.

Nestes momentos ponho-me a pensar naqueles que advogam a nossa saída da União Europeia e do Euro. Um país pequeno e pobre sem a solidadriedade europeia e afastado das grandes mudanças em curso.

As gerações futuras merecem um país com qualidade de vida e solidário

Solidariedade - o plano de recuperação europeu

Os eurodeputados aprovaram uma resolução que pressiona a Comissão Europeia a apresentar um fundo de recuperação complementar ao orçamento da UE e apoiado sobretudo em subvenções.

500 mil milhões em cima dos 514 mil milhões dos fundos de coesão. O Parlamento Europeu reitera a opção já assumida pela Comissão e pelos líderes europeus e que consiste na emissão de dívida por parte do órgão executivo da UE mediante garantias dos Estados-membros. Quanto ao método de distribuição de verbas pelos países, Estrasburgo reitera que o modelo deve assentar sobretudo em subvenções e apenas parcialmente em empréstimos.

Os empréstimos serão reembolsados não ​​pelos beneficiários mas por todos os Estados-Membros, segundo o princípio da solidariedade.

O nosso desejo é dotar a Europa de competências muito concretas no campo da saúde. Com reservas comuns de máscaras e testes, capacidade para compra conjunta e coordenada de medicamentos e vacinas, planos partilhados de prevenção de epidemias".

É complexa a solidariedade que se faz a 27, necessita de tempo, resiliência e vontade política. Mas a União Europeia, move-se ! pese a animosidade dos seus inimigos que não apresentam nenhuma alternativa válida.

A solidariedade alemã reforça o orçamento da UE

Não pode haver a curto prazo "Eurobonds" mas vai haver mais dinheiro da Alemanha para reforçar o orçamento da União Europeu. É a isto que se chama solidariedade para com os países que estão em má situação.

"A Alemanha está disposta, no espírito de solidariedade e de forma temporária, a fazer contribuições claramente mais elevadas no quadro do orçamento comunitário" para ajudar os parceiros mais atingidos pela pandemia, disse Merkel no Bundestag (Câmara Baixa do Parlamento alemão).

Os líderes europeus deverão adotar o pacote de emergência acordado pelos ministros das Finanças, constituído por três "redes de segurança": uma linha de crédito do Mecanismo Europeu de Estabilidade, através da quais os Estados-membros podem requerer até 2% do respetivo PIB para despesas direta ou indiretamente relacionadas com cuidados de saúde, tratamentos e prevenção da covid-19, um fundo de garantia pan-europeu do Banco Europeu de Investimento para empresas em dificuldades, e o programa «Sure» para salvaguardar postos de trabalho através de esquemas de desemprego temporário.

O Bloco de Esquerda não aceita solidariedade interna

Para isto nos remete a conversa da treta do Bloco de Esquerda. Há solidariedade da União Europeia mas quanto há solidariedade entre os que manterão salários (funcionários públicos ) e as pensões e os que perderão rendimentos e salários aí já fia mais fino . Só se não houver austeridade, leia-se corte nos rendimentos .

Conversa populista do piorio. Como é que o Estado com a quebra da receita dos impostos aguenta 150 000 desempregados que são quantos já estão inscritos no Fundo de Desemprego ? A solidariedade é só Europeia ? Para um partido anti- Europa é quase comovente esta posição política.

Com uma sombra no optimismo ( espero não ter sombras no pulmão) a verdade é que o melhor mesmo é estarmos preparados para sofrermos a austeridade que se impõe para haver a solidariedade interna que se exige.

O Bloco de Esquerda diz tudo o que for preciso para enganar os pobres coitados que não sabem mais.

Solidariedade exige partilha da austeridade

Quem mantiver rendimentos vai ter que pagar a austeridade pesadamente. Dividendos, salários e pensões nesta ordem e progressivamente.

“Teria de dar toda a razão ao ministro das Finanças holandês se tudo se resumisse a ir ao Banco Central Europeu (BCE) e à Comissão Europeia buscar dinheiro, se, em casa, quem sobrevive não for chamado a contribuir”, sublinha, salientando que não se excluí desse esforço.

“Espero sobreviver e, portanto, estou a falar contra mim”, afirma.

O professor universitário defende mesmo que o pior cenário que se pode dar aos portugueses, por irrealista, “é que o BCE e a UE vão resolver o problema, sem uma distribuição interna de custos”.

“As duas coisas têm de ir a par. Por isso é que falo de solidariedade. Perco toda a autoridade moral se tento pôr o essencial do contributo e da responsabilidade em terceiros. E isso para já não irmos mais longe, porque estamos a falar do nosso problema, mas há sempre, no mundo, problemas mais graves, para cuja resolução também teremos de contribuir; há sempre pior”, diz Daniel Bessa.