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BandaLarga

as autoestradas da informação

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A iniciativa da sociedade civil no ataque ao coronavírus

A organização e a energia da sociedade civil

Peter Villax sublinhou que a mobilização e a energia da sociedade civil permitiu que hoje haja "em termos de ventiladores, o triplo daqueles que estão em utilização, em termos de viseiras há uma capacidade gigantesca de produção, quanto ao gel, a Hovione já forneceu gratuitamente 132 toneladas de gel alcoólico, que dá para lavar as mãos de 150 milhões de pessoas". Sublinhou que "as máscaras são a única coisa que ainda não está resolvida e é da maior urgência" para se poder proceder à abertura da economia.

Para Peter Villax, há um sentimento de urgência e tem de se começar a dizer aos empresários e aos gestores como é que se trabalha em segurança, "como é que protegemos os trabalhadores, como é que reduzimos a densidade nos espaços laborais e fabris, como sentamos as pessoas nos refeitórios e nas cantinas para não se contaminarem uma às outras e como é que instituímos o uso universal e obrigatório de máscaras. A máscara é como um cinto de segurança, não é perfeito, mas todos os condutores usam cinto de segurança".

A indústria portuguesa possa produzir "uns milhões de máscaras reutilizáveis por semana". Acrescentando que uma das vantagens de Portugal e ter uma "capacidade industrial ociosa em função da crise que estamos a viver", e que pode ser aproveitada. Além disso, estes produtos são de venda livre.

O que assusta Miguel Pina Martins, CEO da science4you é o anúncio de que as creches e as escolas só reabrem em Setembro. Diz que "enquanto as escolas não estiverem a funcionar é difícil que a economia volte a funcionar, porque quem tem filhos em idade escolar e é uma parte relevante, não vão produzir da mesma maneira".

 

 

O perigo é gente habitualmente séria não querer ver

Mesmo gente que não exercia nem nunca exerceu cargos políticos ou de nomeação não viu. A partidarite tem este perigo, cega, e cegando a sociedade civil não há como parar o assalto que está a ser executado à luz do dia.

Foi tudo à desgarrada e descarada, sem pudor nem freio, com o desfecho visivel nos bancos e na dívida pública, e o desfecho invisível nos negócios.

Quem discordava , afastava-se ( como o ministro Campos e Cunha), era afastado ( como Abel Mateus) neutralizado ( como Jorge Tomé) ou perdia negócios ( como a SONAE na OPA à PT ou o BPI na OPA ao BCP).

Quem queria e tinha algo para dar entrava na boda ( como a Ongoing, ligada ao BES, que desenhou a estrutura de gestão do BCP e demandou na PT, ou vários construtores como José Guilherme e Emídio Catum)

Só falhou a tomada do poder na TVI pela PT ( ligada ao BES) o que lhe daria o controlo na trindade banca, política, comunicação social.

...verdade: a de que então o poder político do Governo PS usou o poder financeiro da Caixa Geral de Depósitos para, com o apoio do Banco de Portugal, dominar o BCP, assim controlando metade da banca em Portugal. Os indícios já permitem o uso do prudencial advérbio “alegadamente”. Alegadamente: isto não é um assalto, é uma conspiração; é uma associação criminosa.

PS : a partir de texto Pedro Santos Guerreiro - Expresso

Em França a revolta da sociedade civil

Vergados a um Estado cada vez mais centralizado, fechado sobre si próprio, maior e  insaciável a sociedade civil ( os contribuintes) desceram à rua .

Em Portugal suportamos a maior carga fiscal de sempre mas os socialistas já nos avisaram que não está no seu programa descer impostos. E os seus parceiros, bem pelo contrário, todos os dias exercitam a imaginação com novas taxas e taxinhas.

Apesar de tudo disso os serviços públicos apresentam uma qualidade insatisfatória. Ao centralismo do estado junta-se a sofrível criação de riqueza. Por mais que estique a riqueza produzida não chega.

É necessário um Estado amigo da iniciativa privada que relance o investimento, a inovação e as exportações. A devolução dos rendimentos está a apresentar a factura. As importações crescem mais que as exportações e o défice comercial externo é maior. Vai-nos safando os subsídios europeus e o Turismo.

Tal como em França a sociedade civil descerá à rua e lutará pelos seus direitos. Não é possível sustentar um Estado que já arrecada cerca de 50% do PIB e o povo continuar a sofrer de inúmeros problemas sem conseguir ter uma vida com um nível europeu.

O recente escândalo da família PS que assaltou o poder mostra que a um Estado centralizado está sempre associado o abuso .

Somos mansos até um dia como mostra a história

As pessoas já não querem que lhes digam aquilo que têm a fazer

A sociedade civil cada vez mais informada quer participar nas decisões que condicionam a sua vida tanto pessoalmente como em comunidade .

“Temos de pensar qual é o efeito da descentralização da informação e do conhecimento. A grande questão é como os partidos vão envolver as pessoas, para que tragam esse conhecimento. Isto pressupõe uma grande mudança naquilo que é um partido político”, disse.

No seu discurso nesta convenção, o antigo secretário de Estado Adjunto referiu que “está a acontecer na saúde está a acontecer na política: as pessoas já não querem que lhes digam aquilo que têm a fazer”. “Querem construir o futuro connosco e trabalhar connosco”, explicou Carlos Moedas.

O contrário do que propõem os partidos que querem o estado a controlar a vida das pessoas. E o que se conhece da história não deixa margem para dúvidas.

A sociedade genericamente desconfia do Estado

Nuno Garoupa

Ao mesmo tempo, porque o Estado é ele mesmo extrativo e corporativo, a sociedade genericamente desconfia dele. Por isso, não há um respeito intrínseco pela lei (por exemplo, nem existe a palavra “enforcement” em português), porque é sabido que a lei foi feita para beneficiar os grupos que dominam o Estado e não o bem comum. Existe, assim, um jogo de soma nula entre os diferentes grupos para capturar o Estado que justifica uma inveja antropológica e um permanente “nós vs. eles”, numa distinção em que a sociedade se desresponsabiliza de quem governa, algo tanto mais chocante em épocas democráticas porque o “eles” foi eleito por “nós”.

Como somos um país relativamente homogéneo e pequeno, não temos movimentos regionais ou locais que limitem o Estado central, o que explica porque muitas das características que observamos, sendo comuns a Espanha, França ou Itália, parecem ter em Portugal mais força e mais dinamismo.

É preciso restituir poder à sociedade civil

O monopólio público é tão mau como o monopólio privado :  Uma Administração acarinhada, sentida pela sociedade. Fortalecer em vez de servir. É preciso continuar a restituir poder à sociedade civil, às comunidades locais, fortalecendo o civismo republicano, mas também a tradicional sociedade-providência. É preciso, por esta via, que os cidadãos se sintam empenhados, não apenas enquanto utentes mas, sobretudo, como donos do seu destino.

Uma Administração competitiva. Promover a competição saudável. Promover a escolha na prestação de serviços. A questão central não é tanto a do serviço ser prestado pelo setor público ou privado. A questão decisiva está em existir concorrência ou monopólio. É que o monopólio, público ou privado, tende sempre a degradar a qualidade dos serviços e a encarecer os custos. Por isso, o caminho passará por garantir concorrência entre prestadores de serviços, sob um enquadramento legal claro e equitativo.

Mário Soares sempre recusou a "maioria de esquerda " com o PCP

PS e PCP têm  ideias antagónicas sobre a organização politica da sociedade. Mário Soares nunca concordou com a chamada " unidade de esquerda". Por mais de uma vez deu a sua carreira política às balas correndo o risco de estar contra a corrente maioritária. Avançou para Presidente da República com apenas 8% de apoio nas sondagens. Mas recusou sempre juntar-se ao PCP para o que teve que confrontar-se com outro político de envergadura - Salgado Zenha.

A resposta é dada pelos factos: em 22 anos de maioria numérica de esquerda, nunca houve governos de maioria de esquerda porque o Partido Socialista nunca deixou. Porque o Partido Socialista nunca aceitou coligar-se com o Partido Comunista.

Por outras palavras, a recusa da “maioria de esquerda” foi um traço constitutivo do Partido Socialista de Mário Soares. Ele pensava que o que separa o PS do PCP não são meras divergências políticas de circunstância, mas sim dois conceitos de sociedade. Não estão no mesmo campo no que diz respeito à democracia e à liberdade.

Os actuais líderes socialistas não estão obviamente impedidos de romper com esse legado do PS. Mas manda a decência que digam publicamente que estão a fazê-lo. E mandam as boas práticas democráticas que os eleitores possam a curto prazo dar o seu parecer sobre o tema.

Democratizar implica desestatizar

O estado serve, essencialmente, para controlar a sociedade civil. "O controle rigoroso que a ditadura exercia sobre a sociedade não era tanto social e económico como eminentemente político e ideológico: quem discordava era punido, às vezes assassinado; muitos saíram do país por causa da repressão. Num regime eleitoral, o controle não se faz dessa maneira. Tem de ser difuso: social, económico, clientelar e comunicacional, propagando-se a «opinião publicada» através de veículos privilegiados, incluindo os estatais. Por isso, a democratização da sociedade terá de passar pela desestatização. Ou não passa, com todos os custos que o controle estatal tem!"

O "luxo" de ter como preocupação central a desigualdade

Depois de satisfeitas as necessidades mais básicas o individuo começou a dar importância à sua posição relativa na sociedade.

"Uma família pobre num país desenvolvido típico tem hoje acesso a habitação, alimentação, electrodomésticos básicos e serviços de telecomunicações. Em termos absolutos, está bem acima do que qualquer família de classe média-alta poderia aspirar há poucas décadas."

.Esta é uma geração que na sua maioria nunca viveu a tirania da sobrevivência e cujos pais e avós apenas a sentiram de forma tangencial. É por isso uma geração que se pode dar ao “luxo” de ter a desigualdade como problema central nas suas vidas