Cavaco nunca caiu nas graças da intelectualidade nacional
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Daniel Oliveira : Sou um social-democrata tradicional, defensor de uma economia mista. O que quer dizer que convivo bem com a economia de mercado mas recuso uma sociedade de mercado. Todas as experiências que recusaram a iniciativa privada redundaram num fracasso económico absoluto. Mas onde os Estados que conseguiram controlar elementos-chave da sua economia e deter serviços públicos essenciais, sem abandonar a economia de mercado, garantiram níveis de qualidade de vida para os seus cidadãos provavelmente nunca conhecidos na história da Humanidade. Aliás, a época de ouro da Europa é aquela em que, no Ocidente, se casou economia de mercado com um forte papel do Estado na economia e nos serviços públicos.
Concordo com o Daniel Oliveira. Na Europa, todos os partidos têm programas sociais democratas. Na Grécia, por exemplo, recentemente governada por coligação de extrema-esquerda e extrema-direita (Syriza + Anel), foram quatro anos de governação com programa social democrata.
Acontece que a social-democracia é o nosso inimigo!
As lutas de classes acabaram. É preciso harmonia de classes, para que as classes mais baixas continuem endividar-se, criando a necessidade de terem que ir trabalhar todos os dias, alimentando a máquina. É unânime que o capitalismo venceu. As transições para o socialismo através de revoluções acabaram. O novo objectivo é a transição suave, através de uma economia de mercado amordaçada, sob total controle, regulando, tributando, restringindo e submetendo todos os empreendedores às ordens do Estado. É preciso manter o poder sobre os agentes do mercado.
Não de pode matar o hospedeiro com revoluções marxistas! A ideia é mantê-lo vivo, explorando-o o máximo possível.
Dois resultados exemplificativos e já conseguidos: cada vez mais o ordenado médio se aproxima do ordenado mínimo, e cada vez mais os membros da classe bolchevique nomeiam familiares para sinecuras. Até parece que houve uma revolução de Outubro e ninguém reparou. Brilhante, não é?
Enquanto social - democrata acredito que é possível acabar com a pobreza . Para acabar com a pobreza nos USA chegavam 1% do PIB. Um quarto da despesa militar.
No entanto, poderemos continuar a assistir a essa pobreza humana ao nosso lado? Podemos continuar alegremente a assistir à substituição do homem pela máquina e a não ajustar o modelo de sociedade em que vivemos?
Não é nossa obrigação tentar incluir, alargar a riqueza a todos? Não, não virei socialista. Penso que o acesso a condições básicas é a base da sociedade, só assim se garante equidade. No entanto, quem quer mais, quem luta, quem trabalha e arrisca deve receber mais e enriquecer. Acredito e muito no mérito. Acredito e muito no trabalho recompensado. Bem recompensado. Não sou contra o sucesso individual de cada pessoa. Mas também não me sinto bem, enquanto social democrata, em deixar pessoas para trás daí nascem as sementeiras das crises e o combustível para os extremismos.
A extrema direita não ganhou nada, subiu uns votos, e foi a Social Democracia que ganhou as eleições na Suécia obtendo a maior votação. E como é que os jornalistas da SIC colocam a questão ? A Social democracia ganhou mas teve o pior resultado nos últimos cem anos. E esta, eh ?
O que a comunicação social devia explicar é porque à medida que a extrema esquerda avança com as chamadas questões fracturantes ( imigração sem controlo e sem limites) a extrema direita cresce.E devia também explicar porque é que são os partidos sociais democratas, democratas cristãos e socialistas democratas (europeístas) que aguentam o barco e se mantêm na liderança.
A extrema direita e a extrema esquerda face à União Europeia e à Zona Euro são iguais...
Para se perceber a coisa ( a vermelho os que perderam...)
Concordo com os princípios basilares que movem Rui Rio . Repor o PSD, social democrata, no centro direita e no centro esquerda . Para tal é necessário que o PS esteja amarrado à extrema esquerda opção que tomou por razões meramente de circunstância e de apego ao poder depois de perder eleições.
Um PS pró-europeu amarrado ao PCP e ao BE, anti-europeus, mais tarde ou mais cedo vai ter que optar e vai ser obrigado a obter maiorias absolutas para governar . Ninguém acredita que a extrema esquerda algum dia se converta.
Rui Rio lembrou que o partido que Sá Carneiro e Pinto Balsemão fundaram "é um partido do centro, que vai do centro-direita ao centro-esquerda". "Não é e não será um partido de direita como alguns têm tentado caracterizar."
Rio apontou depois baterias à chamada 'geringonça', defendendo que o "país não se pode deixar hipnotizar pela [actual] conjuntura positiva" e que é necessário pensar nas reformas estruturais que permitam "preparar o futuro" porque não chega "gerir o presente e lamentar o passado". Destacando as "contradições" programáticas dos quatro partidos que integram a 'geringonça', Rio sustenta que "a coligação parlamentar que hoje nos governa jamais será capaz" de governar a pensar no futuro.
É mesmo isso, por a geringonça não ser capaz de pensar no futuro é que o PS tem um tremendo obstáculo . A geringonça e livrar-se dela.
Ser social democrata não é ser uma tia rica de que dependem todos. O Estado hoje, por mais Simplex que exista, continua a ser pesado e ineficiente. Para reformar o Estado é preciso coragem, não chegam cativações. É preciso perceber que cada funcionário público deve ter bem presente que precisa de atingir objectivos e de prestar um bom serviço aos cidadãos. O Estado empregador não pode ser uma licença para o remanso, espécie de aposentação precoce. Devem existir metas, tal como incentivos, mas sobretudo olhar de forma crítica para a utilidade e necessidade social de cada direcção de serviços, para cada direcção-geral e perceber como podemos melhorar, sobretudo com quem já lá está.
Ora, é reformando o Estado, atacando à séria as gorduras e burocracias inúteis e bloqueantes, que podemos pensar em ser competitivos. E ser competitivo obriga a ter um Estado menos presente na factura das empresas e das famílias. Sim, estou a falar de impostos, mas também de licenciamentos e de outros obtusos procedimentos burocráticos, que mais não fazem do que castrar a iniciativa empresarial. Esta presença constante do Estado, nas contas do motor da nossa economia, falo das famílias e das empresas, faz deste país, um país pouco competitivo. E é a baixa competitividade e produtividade que não nos coloca a crescer num nível tal que nos permita chegar ao pelotão da frente, em qualidade de vida, na Europa."
Estes dois anos do actual governo mostram bem que é necessário o PSD ocupar o centro político e deixar o PS à sua esquerda de braço dado com a extrema esquerda. Já vimos que não crescemos o suficiente, não conseguimos baixar a dívida, deterioram-se apressadamente as contas externas. E continuamos a depender inteiramente de qualquer circunstância exterior menos favorável .
O populismo e o extremismo andam à solta pondo em causa os princípios básicos da democracia, do estado social, da economia social de mercado e do bem estar da sociedade.
É preciso voltar ao centro e à social democracia e isso faz-se participando numa Europa de valores que têm valido 70 anos de paz . O que se vê hoje é muito parecido com o que se viu nos anos de 1920 e 30 e que resultou em duas guerras com milhões de mortos.
Para ser bem entendido, chamarei a este quadro institucional a democracia liberal e social: uma combinação virtuosa de liberalismo político, economia de mercado, política pública redistributiva e sociedade de bem-estar. Em função da sua visão do mundo, cada um/a de nós tende a interpretá-lo e a dizê-lo a seu modo. Sem esse pluralismo, ele não seria, aliás, viável. Contudo, ele define uma larga agenda comum para todos quantos quiserem assumir a responsabilidade de combater o mal que corrói a nossa cidadania, opondo-lhe uma ação firme em favor dos valores, das instituições e da cultura democrática.
A incapacidade de voltar às soluções apresentadas pelo centro político( PS e PSD) é o maior perigo para a paz, o progresso e a melhoria das condições de vida . Quando o governo assenta em dois partidos que colocam em causa a União Europeia e o Euro, o país paga com a incapacidade de crescer economicamente, suportando taxas de juro que não param de crescer e que estão cada vez mais próximas dos fatais 4% , uma dívida pública monstruosa e que cresce todos os dias e uma dificuldade em aceder aos mercados que se acentua em cada operação de colocação de dívida.
Tocam os alarmes dentro do maior partido da governação e quando é o vice primeiro ministro a manifestá-los publicamente envolve todo o governo .
A social-democracia e o socialismo democrático têm um verdadeiro problema de que são exemplos o que se passa com os partidos socialistas em Inglaterra, na Espanha e em Portugal.
Nos partidos de governo da Europa, era costume os líderes que perdiam a confiança dos eleitores ou dos seus pares retirarem-se. Nos partidos sociais-democratas, deixou de ser assim, porque é possível ao líder rejeitado sobreviver com o amparo de um radicalismo sectário que demoniza a “direita” e trata como “traidores” os que, à esquerda, não pensam dessa maneira.
Em Portugal, temos um precursor de Sánchez. Em 2015, António Costa foi recusado pelos eleitores. Por alguns instantes, na noite de 4 de Outubro, terá havido dúvidas no PS. Ao entregar-se ao PCP e ao BE, como Sánchez pensou fazer com o Podemos e a Esquerda Unida, Costa salvou-se. Não arranjou apenas uma maioria de derrotados para governar. Secou qualquer alternativa no partido, porque criticá-lo passou a ser fazer o jogo da “direita”, essa força maléfica que justifica o pacto do PS com partidos que negam os seus valores.
Os sociais democratas ganharam as legislativas na Suécia com 31%, seguidos da extrema-direita e retirando do poder o centro-direita. Os sociais-democratas, com Stefan Lofven como provável futuro primeiro-ministro, prometeram apostar na educação, na criação de emprego e no Estado social. Por outro lado, vão aumentar os impostos da restauração, dos bancos e dos mais ricos.
Não temos nada a inventar é só seguir quem vive muito melhor com mais qualidade e com mais igualdade. É começar por esta evidência. Lá os sociais democratas são de esquerda, cá são reaccionários. Esta diferença explica muita coisa boa na Suécia e muita coisa má em Portugal. Sofrem os mais pobres.