O estado agora chama os privados a fazer benemerência função que lhe compete a si. Mas, feitas as contas, como são uns milhões, dá o dito por não dito e assalta os proprietários. O encanto disto tudo é que era António Costa, então ministro da administração interna, que se gabava de ter resolvido: " "uma questão que tem seis décadas e que é responsável pela degradação do património imobiliário das cidades portuguesas, pelo abandono de imóveis e pelo clima de suspeita e desconfiança entre inquilinos e proprietários".
Podem dar as voltas que quiserem, falar dos velhinhos e dos pobrezinhos e de histórias de fazer chorar as pedras da calçada; esta medida nada mais é que poupar dinheiro ao Estado impondo a privados um dízimo de solidariedade obrigatória - dízimo que estão a pagar há décadas. Trata-se de prolongar uma situação de injustiça e iniquidade.
Quando se poupam alguns milhões nos transportes nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, é possível estender o desconto social a todo o território.
""O Estado já para este ano de 2015 reservou um montante de até 35 milhões de euros de apoio social para todo o país, em que não só os que moram nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, como até aqui, mas todos vão poder ter descontos nos transportes, em função do rendimento do agregado familiar"
""Compete agora às câmaras fazer a avaliação ao sistema de transportes e contribuir para que as pessoas que estão sobretudo em zonas menos habitadas ou mais distantes da sede de concelho possam ter um transporte, regular ou a pedido, que possa ser subsidiado pelo Estado".
Os órgãos locais municipais têm agora a palavra para implementar o conceito junto das populações mais desprotegidas antes que apareça por aí, mais um referendo contra a municipalização dos serviços do estado, como já está a acontecer na educação
Foram as prestações sociais que subiram de 16% para 38% em 10 anos. Tivemos que pedir emprestado lá fora para as pagar. Como agora ninguém nos empresta dinheiro temos que fazer reformas estruturais. Sem estas reformas não há investimento e sem investimento não há crescimento da economia.
Este governo já baixou a despesa em 10 mil milhões faltam outros 10 mil milhões. Mas nos primeiros contam-se a despesa de investimento que foi fácil de parar . É incompreensível que o PS apresente propostas que só aumentam a despesa.
Silva Penedasublinha que a razão mais forte de que resultou a actual crise é o esquecimento por parte da banca das suas responsabilidades sociais. A ganância da banca e do sistema financeiro.
Silva Peneda, que falava na conferência “Global Compact Network Portugal” sobre a responsabilidade social das empresas, sublinhou a importância da dimensão ética, cujo afastamento no sector financeiro levou à crise.
Segundo o presidente do CES, a situação actual é exemplo de como, “com a ausência de princípios éticos, um sector pode arrastar milhares de empresas e cidadãos para um mundo de dificuldades”.
Para Silva Peneda, há lições a tirar “desta crise perfeita, em que os consumidores não consomem, os produtores não produzem, as financeiras não financiam e os trabalhadores não têm trabalho”.