Nunca se viu tal coisa. Os serviços do Estado, até do mesmo ministério a atacarem-se mutuamente num passa culpas vergonhoso. A secretaria geral do MAI ataca a protecção civil, esta ataca os bombeiros, estes atacam o SIRESP e este diz que com eles está tudo bem. Uma espécie de piscar de olho a quem negociou pelo estado o contrato do sistema de comunicações. E foi António Costa.
A barafunda é tal que Costa, passado o tempo do colete verde e do olho lacrimejante, já anda a pedir sondagens de popularidade que foi e é o seu grande medo. Que a barafunda lhe caia em cima.
Um estado abocanhado pelos interesses corporativos e pelos apoios envenenados partidários, um estado decadente que deixa arder a floresta e morrer pessoas e deixa roubar armamento militar de um paiol . Se não fosse triste e perigoso este estado de coisas seria uma pantomina.
As cativações que mais não são do que verbas atribuídas aos serviços mas retidas para conter o défice, mostram de forma indiscutível como se degradam os serviços públicos que dizem defender.
Nem maior estado nem menor estado mas pior é o que nos está a ser oferecido.
O resultado de ser grande, de estar em toda a parte, de não lhe serem imputadas responsabilidades, de haver sempre dinheiro, está todo nesta notícia. O Estado, ou melhor, os serviços do Estado deixaram morrer estas duas crianças. Todos sabiam mas ninguém teve coragem e bondade para resolver esta questão. Porque estas questões resolvem-se com amor e carinho, duas virtudes que o Estado nunca terá. E os gabinetes com ar condicionado lá continuarão o "faz de conta". Ainda se fossem chamados à responsabilidade...
As corporações que se auto intitulam de prestadores de "serviço público" deixam morrer pessoas nos hospitais e encerram linhas no METRO . A sociedade civil tem que se erguer contra estes senhores que a coberto dos seus privilégios, fazem tábua rasa dos direitos mais elementares da população que lhes paga o vencimento.
“Pese embora o transtorno pessoal e familiar que esta quadra festiva obriga a várias categorias profissionais de toda a sociedade, o serviço público desenvolvido pelos profissionais de diferentes áreas tem de ser garantido, sob pena de, colocando em causa os direitos de milhares de cidadãos, deixar de poder ser assim reconhecido”, defende a holding.
E agora pasmem com as razões apresentadas pelo sindicato : A Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), contactada pela agência Lusa, disse que esta situação se deve sobretudo a dois fatores: a saída de profissionais, nos últimos anos, sem que tenham sido repostos nos quadros, e a falta de diálogo com os órgãos representativos dos trabalhadores.
Já em relação ao S. José o bastonário veio dizer que a culpa era dos "cortes"...
Eles querem lá saber das pessoas a quem prestam o tal "serviço público" que justifica tudo. O MP tem a obrigação de investigar estes crimes
Só este ano já vão na oitava greve. Os trabalhadores - que ganham mais que a maioria - ainda não perceberam que os sindicatos, a mando da estratégia política do PCP, estão a destruir o serviço público de transportes. Basta perguntar aos utentes o que pensam das greves.
"Em 2014, as três empresas públicas de transportes que servem a capital (Metro, Transtejo e Carris) apresentaram um défice de natureza operacional superior a 110 milhões de euros - quantia paga pelo Orçamento do Estado, ou seja pelos contribuintes. Muitos deles pagam três vezes estes prejuízos: através dos impostos, dos títulos de transporte adquiridos por antecipação e dos meios alternativos que têm de inventar para deslocações nos dias como hoje.
Indiferente a tudo isto, a casta sindical já planeia novas paralisações. Aniquilando o transporte público enquanto proclama defendê-lo. À custa de todos nós."
Para esta gente, guiada por ideologias que nos trarão o paraíso, os utentes não são mais que vítimas colaterais até à vitória final.
Haver, há e não são poucos. Onze mil dizem alguns. Não sei se este número é rigoroso mas não deixa de impressionar. É preciso auditar, e chegar a conclusões. De 13 mil serviços "observados" no Estado apenas 2 mil prestam serviço directo aos cidadãos, referiu esta quarta-feira a deputada Conceição Ruão, do PSD. Os dados foram referidos no debate da especialidade sobre o diploma que vai reintroduzir cortes salariais aos funcionários públicos com salários brutos superiores a 1.500 euros. Parecem ser retirados do documento sobre a estratégia para a reorganização dos serviços de atendimento da administração pública, o programa Aproximar, onde já se dizia que à data de Janeiro de 2014 havia 12.910 serviços e equipamentos públicos, cerca de dois mil dos quais de atendimento.
Pela discussão e pelas posições tão longe umas das outras o que é certo é que nunca se fez uma análise cuidada mas é urgente fazê-la.
Municipalizar as escolas está a caminho. Seguro vem agora dizer que os municípios podem assegurar os serviços públicos centrais por forma a manter a proximidade com os cidadãos. É bom saber que estão de acordo. Bem vistas as coisas grande parte dos nossos problemas são de fácil solução, assim os políticos se entendam. Quanto à municipalização das escolas o Nogueira já veio dizer que está contra que isto da descentralização e da proximidade é coisa boa quando não mexe com o nosso quintal.
""o poder local democrático, designadamente as autarquias locais são parceiros importantes não apenas na estratégia de desenvolvimento do Interior, mas também na contratualização de soluções que impendem ao Estado e que podem ser asseguradas ou supervisionadas de maneira mais eficiente se for feito pelas câmaras municipais".
O caso da doente que esperou dois anos para fazer um exame médico, é muito esclarecedor quanto á virtude da discussão acerca dos serviços públicos serem prestados pelo público e pelos privados. Ou só pelas instituições públicas. Para além de se tratar de optimisar a capacidade instalada, baixando os custos e melhorando a qualidade, abre caminho ao acesso mais simples aos cuidados médicos. E são os menos informados e os mais pobres que ganham com o acesso mais simples e mais fácil O mesmo se trata na educação.
Se um hospital não tem capacidade para satisfazer a procura a alternativa não é deixar que o doente morra, é encaminhar o doente para uma instituição pública ou privada que possa fazer o exame dentro do prazo terapêutico aconselhado. E até que o doente esteja entregue a outra instituição, continua a ser responsabilidade do hospital origem.
Para além do terrível destino desta doente ( quantos haverá?) o Serviço Nacional de Saúde vai gastar muitíssimo mais dinheiro com o tratamento da doente sem que o sucesso seja provável. Não se diga pois, que é falta de dinheiro ou meios de diagnóstico. Trata-se de não aceitar como parceiros, privados que com qualidade reconhecida, podem e devem prestar serviços públicos.
De uma vez por todas o estado tem que regular e auditar com rigor mas não tem que prestar todos os serviços públicos.
As fraudes têm sempre um parceiro. O estado. Envolva agentes públicos ou privados o estado não é capaz de prevenir, de programar, de controlar. Ontem foi um esquema com medicamentos envolvendo médicos e farmacêuticos e que atinge milhões de euros de prejuízo para todos nós. Hoje são os "turbomédicos" com cinco empregos no estado .
Todos os dias temos notícia de doentes não operados no prazo terapêutico recomendado. Doentes que permanecem mais que um dia nos corredores dos hospitais à espera de um exame ou de uma consulta. Clínicas privadas que privilegiam os doentes "privados"...
E, no entanto, o parque hospitalar é moderno e está ao nível dos países mais desenvolvidos. O que gastamos do orçamento na saúde está também ao nível desses mesmos países.
Qual é, pois, a diferença? Lá fora não se exclui uma parte da sociedade só porque é privada, ou melhor, porque não tem um vínculo ao estado. Todos são poucos para que o serviço público sirva o melhor que pode e sabe os cidadãos. E, é assim, em todos os serviços do estado, sem "meias cores", com transparência e com tudo devidamente auditado pelo estado que representa quem paga -os contribuintes. O dinheiro não é do estado é dos contribuintes. Enquanto não se perceber isto os serviços públicos não melhoram. Enquanto não houver uma efectiva concorrência (ganha mais quem apresentar melhores resultados) as fraudes vão continuar. Na saúde, na educação...
Durante todo o ano mas especialmente nas épocas festivas, temos sempre um sapatinho cheio de greves. Qualquer pretexto serve. Há quem faça greve por não estar de acordo com o Orçamento nacional. Trabalhadores com trabalho e salário a reivindicar mais isto e aquilo.
Depois quando as empresas vão à falência e o os contribuintes estão fartos de meter lá dinheiro, temos as greves pelos serviços públicos. Defender os estaleiros públicos, já nem se disfarça. Não se trata de defender os postos de trabalho têm que ser públicos.
Para o dia 31 deste mês já estão marcadas mais greves que o "reveillon cansa".
Controlar as despesas nas organizações exige pouco mais que diligência e uma atitude de responsabilidade. Este caso do funcionário público que usou o telefone fixo do seu serviço em meio milhão de euros sem que tenha sido detectado, mostra bem como os serviços públicos usam os nossos impostos. Num caso destes não só o montante e o número de chamadas chamariam de imediato a atenção como os próprios números de valor acrescentado, facilmente seriam notados. Isto só quer dizer que ninguém olha minimamente para nada. Se é assim com os telefones também é assim com todos os outros gastos. Fotocópias, papel, internet...
Agora multiplique-se pelos milhares de serviços do estado e faça-se uma ideia de como são genuínas as queixas de quem diz que "assim não pode trabalhar". Como em tudo haverá quem faça e bem o seu trabalho mas a maioria dos serviços do estado é assim que funciona. Sem controlo orçamental, "à grande e à francesa"...
E, no fim do ano, não se esqueça que gastar tudo é fundamental não se vá julgar, no próximo orçamento, que nadamos em dinheiro...