O PM e a Ministra da Saúde face ao estado em que se encontra o SNS em que há um milhão de consultas em atraso, cem mil exames e sessenta mil cirurgias por fazer, deviam assumir os erros de planeamento e a ideologia que os impediu de coordenar o SNS com o sector privado.
Deixar morrer gente sem tratamento porque a visão economicista que tanto criticam, sobreleva o interesse dos doentes é algo de muito grave. Culpa grave que tem responsáveis.
Não se pode admitir que a Ministra seja ministra do SNS e não do Sistema Nacional de Saúde ( SNS + H privados + H social) não usando toda a capacidade hospitalar instalada, com graves repercussões no tratamento dos doentes por razões ideológicas e pretensas razões economicistas.
Foi preciso o Presidente da República determinar como segue para que a bebeira ideológica terminasse :
"Podem ser utilizados pelas autoridades públicas competentes, preferencialmente por acordo, os recursos, meios e estabelecimentos de prestação de cuidados de saúde integrados nos setores privado, social e cooperativo, mediante justa compensação, em função do necessário para assegurar o tratamento de doentes com covid-19 ou a manutenção da atividade assistencial relativamente a outras patologias".
Perceberam ou vamos ter mais mortes por falta de tratamento ?
A realidade é bem diferente do que parece para a maioria de nós.
Se perguntar a alguém minimamente informado qual é o principal setor, por volume de negócios, na prestação de cuidados de saúde e venda de produtos de saúde em Portugal, provavelmente, a resposta será o SNS – Serviço Nacional de Saúde, que integra cuidados em ambulatório (centros de saúde e unidades de saúde familiar e hospitais), cuidados hospitalares (incluindo, MCDTs e medicamentos) e cuidados continuados.
A surpresa é que a resposta correta é: o setor privado.
Quadro 1
Ano 2018
Valor Total Despesa Saúde
Setor Público
Setor Privado
Milhões de euros
19 303
8 010
11 293
% Total
100%
41%
59%
Fonte: INE, Conta Satélite da Saúde
Uma análise mais fina revela quais as principais componentes:
Quadro 2
Unidade
Total Despesa Saúde
Setor Público
Setor Privado
% Setor Público
% Setor Privado
Hospitais
7 975
5 816
2 159
73%
27%
Unidades residenciais de cuidados continuados
399
10
389
3%
97%
Prestadores de cuidados de saúde em ambulatório
5 040
1 383
3 657
27%
63%
Prestadores de serviços auxiliares
862
121
741
14%
86%
Venda a retalho e outros fornecedores de bens médicos*
3 673
0
3 673
0%
100%
Prestadores de cuidados preventivos
21
8
13
38%
62%
Prestadores de serviços de administração e financiamento dos sistemas de saúde
405
174
231
43%
57%
Resto da economia
767
418
350
54%
46%
Resto do mundo
159
79
80
50%
50%
Valores em milhões de euros; *o valor de venda das farmácias foi de 2833 milhões de euros em 2018. Fonte: INE, Conta Satélite da Saúde
Com a crise #COVIDー19 foram adiadas 1,4 milhões de consultas médicas e 51 mil cirurgias, das quais 2500 cirurgias oncológicas - doentes com cancro. Isto para além dos doentes que já estavam em listas de espera antes. É fundamental garantir acesso imediato à #saúde a quem precisa.
Mas a ideologia é mais importante que os doentes. É criminoso haver listas de espera cheias de gente pobre . O SNS e os doentes merecem mais que esta cegueira ideológica da esquerda .É necessário usar todo o Sistema, toda a oferta instalada - SNS + privado + social.
A Saúde é a principal fonte de preocupação dos Portugueses. Cada um de nós sente a falha na resposta de cuidados aos nossos familiares e amigos: greves; falta de medicamentos; subfinanciamento; atrasos inadmissíveis na prestação de cuidados;condições de assistência deploráveis; censura e abolição de PPP eficientes; contestação alargada entre os profissionais do setor, mas, mais grave, a falta de ação deste Governo.
Nos últimos 5 anos fomos governados por uma Frente de Esquerda responsável por este colapso, indiferente às necessidades das pessoas e dos doentes, entretendo-se com debates estéreis sobre a natureza, pública ou privada dos prestadores de saúde e com acomplacência dos Partidos com assento parlamentar que também alimentaram esta farsa política.
O SNS dedicou-se ao combate do covid-19 mas deixou os outros doentes com diferentes doenãs em lista de espera. A juntar à lista de espera habitual de 150 000 doentes passou paea 400 000. É um crime.
Portugal é um país com recursos demasiado escassos para poder dar-se ao luxo de deixar o sector privado ou o sector social de fora do SNS. É imperativo garantir que todos são envolvidos na defesa da saúde da população. Infelizmente muitos continuam demasiado preocupados em defender fundamentalismos ideológicos...
No final de contas, seja por gestão pública ou privada, o que deverá preocupar o Estado é a qualidade, acesso e satisfação dos utentes. O resto é politiquíce que em nada contribui para melhorar a Saúde dos Portugueses!
A pandemia veio evidenciar algumas situações caricatas. Não existe qualquer racional lógico que justifique o recurso a alternativas de exceção, como a construção de hospitais de campanha instalados em tendas e pavilhões desportivos, com condições sub-ótimas, menos sustentáveis e paradoxalmente mais dispendiosos, sem que antes tenham sido esgotadas todas as capacidades de resposta e internamento dos sectores social e privado
Fazer recair a austeridade sobre o sector privado é profundamente injusto. Não só porque o sector público já goza de privilégios que o sector privado não tem, mas também, porque a austeridade distribuída por um número menor de pessoas é maior.
O economista João César das Neves lamentou que nesta fase se estejam a discutir aumentos salariais para 2021. “ Acho que não é altura para falar nisso. É uma tolice. Claro que está tudo a colocar-se, isso já são jogadas, mas que não mostram grande elevação de valores. No meio desta confusão, estarmos a falar disso não me parece nada razoável. Mas isso só mostra o poder que esses grupos têm. Esse é o drama que nos deu cabo do Orçamento durante décadas e que é estrutural na economia. Essas entidades têm o poder e a arrogância do poder, o que é extraordinário. O país está com uma epidemia, as pessoas estão a morrer e há uns senhores preocupados com o seu bolsinho no próximo ano. É incrível”.
Lembre-se que este ano já houve aumentos salariais para os funcionários públicos.
Há uma enorme injustiça entre as consequências desta pandemia nos trabalhadores do sector privado e os funcionários públicos.
O lay-off, as reduções de salários, o desemprego, as falências, os aumentos do endividamento são exclusivos daqueles que dependem do sector privado. Os funcionários públicos nada sofrem financeiramente com o confinamento, apesar de muitos nem sequer estarem em teletrabalho. Mesmo assim, apesar da crise, o Governo manteve os aumentos salariais e os sindicatos já estão a falar da necessidade de novos aumentos.
Para o setor privado, independentemente dos discursos políticos, a austeridade já começou e vai agravar-se.
Pouco se tem falado dos milhares empresários que têm vivido tempos de enorme dificuldade e em muitos casos dramáticos, em especial os das pequenas e médias empresas, que de um dia para o outro, sem qualquer responsabilidade, viram desmoronar os seus negócios, sendo incapazes de cumprir as suas obrigações perante trabalhadores, fornecedores e credores.
Catarina Martins apela à utilização do sector privado hospitalar no combate ao coronavírus.
No BE há gente em quarentena e até mesmo sintomático como se vê no apelo ao sector privado. Ou então a situação é bem pior do que pensamos e o BE segue o regulamento : em tempo de guerra não se limpam armas.
Se há coisa que nunca me passou pela cabeça é justamente esta de ver o BE reconhecer que à procura dos doentes o Estado tem a obrigação de responder com toda a oferta instalada, seja ela pública, privada ou social. Quem é que aceita sem corar de vergonha a existência de listas de espera onde só estão doentes pobres ?
"O SNS já está a ter muita pressão e é previsível que venha a ter ainda maior pressão. Achamos que, sendo necessário, não se deve pôr de parte a requisição de meios e instalações ao setor privado", disse.
Aquela palavra " requisição" preocupa-me. Será que Catarina quer dizer que o Estado faça mão baixa das instalações e equipamentos do sector privado e não o seu uso segundo as regras de parceiros no mesmo combate ?
Com 3 milhões de cidadãos que se tratam no sector privado é fácil de perceber o que aconteceria ao sector público se o sector fechasse. Um tsunami e quem se tramava, como bem diz o Bastonário da Ordem dos Médicos, seríamos todos nós.
Não é uma questão ideológica é uma questão de sustentabilidade financeira e de acessibilidade bem como de capacidade de oferta face à procura.
Nem nos países ricos o estado consegue suportar sozinho o peso da procura universal e gratuita.
São estes avanços que andam para trás em vez de andarem para a frente. Como se reduzir de 40h para 35 h não implicasse mais pessoal, mais organização e mais dinheiro.
Médicos e enfermeiros exaustos e doentes em filas de espera eis o resultado. Entretanto no sector privado a paz social é a base de cada vez maior procura. Não há médicos e enfermeiros em greve e não há listas de doentes em espera.
Percebe-se bem porque os estatistas temem o sector privado. À medida que os portugueses tiverem melhor nível de vida maior será a procura do serviço hospitalar privado. E chegará o momento em que por cá se fará como na maioria dos países europeus. O doente escolhe e o estado financia. É o direito e a liberdade de escolha.
Coordenar a oferta pública e a oferta privada entre si para optimizar a capacidade instalada a bem do doente é que é o verdadeiro "avanço". O resto são ideologias com resultados maus e estúpidos que os doentes sofrem em listas de espera.
O sector privado na Educação continua a crescer apesar do corte do apoio do Estado nos contratos em convenção e agora nos contratos simples.
...muitos pais portugueses preferem pagar a ter os filhos na alternativa gratuita existente. Este é um fenómeno que está a aumentar. Se a crise financeira que atravessámos levou a que muitos pais se vissem na contingência de tirar os filhos do ensino privado, a verdade é que muitos outros aproveitaram as vagas deixadas e ocuparam-nas, bem como muitos outros aproveitaram a recuperação económica para regressar. Podendo escolher, a opção recai, expressivamente, no ensino privado. Em 2006, 11,2% dos alunos em Portugal estavam no ensino privado. Em 2016, esta percentagem era de 13,2% e a tendência é de crescimento. Em Portugal, os alunos oriundos de muitas famílias que têm em comum a sua capacidade financeira encontram-se em escolas privadas. Da mesma forma, os filhos de famílias com menos capacidade financeira encontram-se em escolas públicas.