O sectarismo como receita
É por isso que, mesmo que haja na apologia da ministra Graça Fonseca a melhor intenção do mundo, a sua proposta política colide com o valor da liberdade e com o direito individual ao gosto e à diversidade cultural, por bizarro e ofensivo que seja para a sensibilidade de outrem. E sim, como bem dizia Manuel Alegre ao PÚBLICO, é esta mania politicamente correcta que estimula os extremismos e cerceia o espaço de tolerância onde se valorizam as diferenças e se abrem portas aos compromissos. Ao sonegar aos outros o seu próprio sentido de civilização, por errado que seja, a ministra Graça Fonseca pode dar lastro aos novos devaneios do PAN ou de outros partidos que fazem do sectarismo receita; mas não contribui para a imagem de partido de massas, aberto e pluralista, que o PS ainda reclama para si.