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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Pela calada

A Santa Casa de Lisboa vai mesmo entrar no capital do Montepio. Enquanto o tal estudo sobre a situação financeira do Montepio espera instruções do governo, um representante da Santa Casa foi empossado como administrador financeiro no banco.

Primeiro tentaram vender a ideia que o banco valia 2 000 milhões de Euros valor muito acima do razoável. Os tais 10% que a Santa Casa tomaria valiam 200 milhões ( o total do dinheiro disponível ). Perante a reacção o governo vendeu-nos a ideia que afinal seriam 160 milhões para 6% de participação .

E se o Montepio é assim uma aplicação tão boa porque é que mais ninguém quer lá por o dinheiro ?

O PCP e o BE meteram a viola no saco. É preciso ir buscar o dinheiro onde ele está.

E nós somos todos estúpidos.

É preciso ir buscar o dinheiro onde ele está nem que seja na Santa Casa

Como se o problema fosse esse a Santa Casa prepara-se para entrar com 160 milhões para ficar com 6% do Capital do Montepio em vez dos 10% por 200 milhões. Uma palhaçada pois no essencial o golpe é o mesmo . Tirar o dinheiro de uma instituição social para o meter numa instituição com graves problemas financeiros .

Quer o governo, o Montepio e a Mutualista paga a Misericórdia .

Ninguém protesta ou poucos protestam neste ambiente tão PS em que vivemos . Quem defende a Santa Casa de uma aventura em que o dinheiro dos pobres é metido numa embrulhada crítica é reaccionário .

Além dos jogos, sua principal fonte de rendimento, tem um vasto património e é a mais importante organização de solidariedade portuguesa. Ocupa-se de doentes (Alcoitão, por exemplo), pobres, velhos e crianças.

Há evidentes riscos para milhares de pensionistas do Montepio, para outros tantos doentes, pobres, idosos e crianças apoiados pela Santa Casa. É chocante a irresponsabilidade dos governantes! E ainda mais surpreendente é a quase ausência de protestos na opinião pública. Só não se espanta quem pensa que os portugueses estão já tão moralmente corruptos que não se importam com a destruição de instituições de apoio social, em nome de opções políticas de oportunidade.

santa casa.jpg

 

Arrombar a caixa das esmolas

Foi o dinheiro dos contribuintes que salvou os bancos que não podiam falir. Agora com o montepio é o dinheiro dos pobres.

O Montepio constitui dos problemas mais tóxicos do sistema financeiro. Não admira que esteja a perder sócios e liquidez. Desenrolam-se já os estertores aflitivos, infelizmente familiares de casos anteriores. Mas, para lá da questão bancária, surge uma terceira diferença, ainda mais assustadora: como os donos do banco não são ricos mas mais de 600 mil associados da cooperativa, dependentes dela para pensões, saúde, etc., existe em potência uma larguíssima devastação social, sem par na crise recente.

Como bem diz a Mariana Mortágua é preciso ir buscar o dinheiro onde ele está .

Mais uma trapalhada

É disto que Santana Lopes vive politicamente. As trapalhadas que sempre o acompanharam e que pelos vistos acompanham .

Desta vez é Vieira da Silva que vem dizer que a iniciativa de a Santa Casa entrar no sector financeiro foi de Santana Lopes e que a indicação do Montepio foi do governo.

Trapalhada por trapalhada, quando foi este governo que renovou o mandato a Santana Lopes à frente da Santa Casa fica-se com um travo amargo. As coisas nunca são como parecem mas em política o que parece, é . É esta a percepção da população.

Com Rui Rio não há trapalhadas porque é por natureza um homem rigoroso. Com ele as coisas são o que são, preto no branco. Quem é que em pleno debate teria a insensatez de questionar a Procuradoria Geral da República justamente quando, com Joana Marques Vidal, há tantos poderosos no Pelourinho ?

Mas com Rui Rio não há trapalhadas embora possa haver incómodos politicamente incorrectos. Com Rio já estamos a avançar na transparência e na verdade. Ele diz o que tem a dizer. Não é isso que todos procuramos na classe política ?

Admiro-o por isso, há poucos como ele na classe política mas quando aparecem são mal quistos. Não nos podemos queixar. 

Vejam as declarações de Vieira da Silva, como tenta na sua habitual linguagem de trapos, convencer-nos que na Europa investir na banca é o mesmo que tomar posição societária num banco em grandes dificuldades. E numa Mutualista falida. E valorizar uma participação que avalia um banco em 2 000 milhões quando o Montepio não vale nem metade. Em Espanha a notícia que o dinheiro dos pobres vai ser utilizado para salvar um banco é notícia.

Estamos conversados quanto a trapalhadas.

São estas as trapalhadas em que Santana Lopes se deixa envolver

O negro negócio visa não deixar a Associação Mutualista "estoirar" em 2018

A "Mutualista" que detém o Montepio tem cerca de 600 sócios e está à beira de cair no buraco. É preciso ir buscar dinheiro onde ele está. Como ninguém está interessado em enterrar o seu próprio dinheiro o governo ( o actual pela mão de Vieira da Silva e com Costa a observar à distancia como rezam as narrativas) lança mão baixa do dinheiro que está disponível na Santa Casa.

Em 2014 a Associação tinha 600 M€ de capitais próprios. Em 2016 tinha 180 M€. As receitas baixaram de mil M€ em 2014 para 500 M€ em 2016. O grau de cobertura das responsabilidades era em 2016 de 100% (um valor muito baixo). Só nos últimos 2 anos a Associação perdeu cerca de mil M€ em aplicações financeiras.

Em síntese, um péssimo negócio para a Santa Casa: um preço elevado, uma decisão contra a estratégia da instituição, uma gestão de portfolio errada e futuras necessidades de mais capital. A somar a isso, uma decisão coberta por uma nublosa, sem informação pública. E que visa pura e simplesmente não deixar a Associação Mutualista “estoirar” em 2018.

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Quem precisa do dinheiro ? Esse é o culpado .

Esse é o culpado e foi quem iniciou o assalto à Santa Casa. E quem tem o menino nos braços é o governo que precisa de fechar aquela cratera no Montepio.

Depois foi seguir a máxima da Mariana Mortágua : ir buscar o dinheiro onde ele está.

Bem pode Vieira da Silva ( e António Costa com este à distancia ) vir dizer o habitual. Não sabem de nada e têm raiva ao Santana Lopes e ao seu segundo - da família socialista - por terem tido a iniciativa de propor meter o dinheiro todo disponível da Santa Casa no buraco do Montepio .

As reuniões e acta existente, com o ministro a pressionar a Santa Casa a enterrar lá os 200 milhões não passam de uma campanha reles. Uma narrativa com a mão de alguém mal intencionado atrás do arbusto.

Bem vistas as coisas isto nem sequer é original. A PT e os seus geniais gestores não meteram 900 milhões no Grupo BES falido ? Não é bem a mesma coisa, lá isso não, mas foi também à sombra de um governo socialista e acabou como todos sabemos. Foram-se as empresas e foi-se o dinheiro.

Ir buscar o dinheiro onde ele está . Olé ! Mesmo que seja aos mais pobres.

 

Agora sim os pobres têm 10% de um banco

A Santa Casa entra com 200 milhões para deter 10% do Montepio o que avalia o banco em 2 mil milhões de euros. Não é verdade, evidentemente, tão longe da verdade que todos sabem tratar-se de um arranjinho entre familiares e amigos.

Mas o governo precisa de resolver o problema e o provedor - socialista - apressa-se a arranjar o dinheiro.

PCP e BE nem piam perante este assalto aos pobres. Trata-se de uma concentração de risco enorme para uma instituição que tem como foco os pobres, mas o PS sempre nos habituou a estas negociatas envolvidas no manto diáfano dos compadrios.

Daqui a uns tempos - e quando uma coisa pode correr mal corre mesmo - o PS vai arranjar um culpado. Ou os pobres que não se juntaram numa manifestação a tempo de impedir o negócio ou o pobre do Santana Lopes que andou por lá a dar uma no Ferro e outra no Costa.

Tirar aos pobres ( Santa Casa) para dar aos ricos ( Montepio)

200 MILHÕES DA SANTA CASA
PARA O MONTEPIO
Segundo afirmou o Senhor Provedor da Santa Casa de Misericórdia de Lisboa, Dr. Edmundo Martinho, pessoa que respeito e que tenho como competente, no princípio do próximo ano vai verificar-se a entrada da Santa Casa no capital do Montepio, com 200 milhões de euros.
A solidez financeira do Montepio tem sido objecto de muitas dúvidas e a necessidade de recorrer a capitais da Santa Casa, significa que haveria poucos interessados em arriscar os seus capitais nesta instituição de crédito.
O Banco de Portugal e o Governo são parcos em libertar informação sobre a real situação do Montepio, mas não é plausível que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa despertasse do "pé-prá-mão" interesse pela Banca sem um empurrãozinho do governo.
Vamos ver se o Estado, que somos todos nós contribuintes, não vai ser chamado, daqui a uns tempos, a compensar este investimento no Montepio."

Literalmente tirar aos pobres para dar aos ricos

A gaiola dourada de Santana Lopes

Não se candidata a lugar nenhum. Está aprisionado como Presidente da Misericórdia de Lisboa e dali só sai quando o obrigarem ou souber de ciência certa que ganha as eleições.

Vou pensar...candidatura para a Presidência da República, candidatura para Presidente da Câmara de Lisboa e agora para Presidente do Partido. Pois sim.

Está num lugar com influência social e política o que é tão bom para ele mesmo como para os seus potenciais adversários. Não precisa de trocar o certo pelo incerto e os seus adversários têm-no ali pela trela ( sem ofensa).

Quem o colocou lá foi Passos Coelho e António Costa não lhe mexe apesar de o lugar ser tão apetecível .

Santana Lopes bem deixou o aviso : vou andar por aí...não anda, está engaiolado .

 

Banca assalta caixa das esmolas

É preciso ir buscar o dinheiro onde ele está. E está na Santa Casa . São as esmolas a alimentar a banca o cúmulo da vergonha. Agora sim batemos no fundo.

Se nenhuma instituição considera bom negócio meter dinheiro no Montepio porque há- de ser bom para a Santa Casa ?

A Caixa do Montepio não está com problemas por ter ajudado a economia social. O sarilho aí é exactamente igual ao dos outros bancos, com alguns erros ainda piores, como a desastrosa aquisição do Finibanco em 2010. Tudo isto significa que há muitos anos que essa instituição vem desvirtuando a sua missão solidária. Por que razão, quando esses negócios deram errado, se quer estender agora o veneno às Misericórdias, que se têm mantido fiéis à missão delas? Faltar ao dever para com os pobres para salvar bancos entalados não é solidariedade. Os santos amam o próximo, mas não são parvos.