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BandaLarga

as autoestradas da informação

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O governo já está a anunciar a austeridade

Aumento de salários não é certo e congelamento das carreiras é provável, eis como o governo está já a preparar o auncio da austeridade.

E o corte de salários não é afastado embora as respostas sejam prudentes. Claro que nunca será a primeira opção mas está em cima da mesa. Para já não teremos a troika que foi afastada com a ajuda da UE já anunciada. Mas é claro que vai exigir sacrificios.

Quando falei em rejeitar a austeridade o que quero dizer é exatamente isto: num momento em que a economia precisa de investimento e de rendimentos, até para que as pessoas possam dinamizar o consumo interno, até porque provavelmente o consumo externo sofrerá, [essas] não serão as primeiras medidas a privilegiar, mas eu neste momento não posso excluí-las liminarmente", diz.

"A incerteza é grande" e o Governo tomará as medidas que forem necessárias mas cortes salariais "não serão, provavelmente, a primeira opção" do Governo.

A austeridade está aí bem pode o governo negar.

É um insulto, inaceitável, incompreensível

Diz o governo que os 0,3% de aumento nos salários e pensões da administração pública são a somar aos 2,9% decorrentes da progressão nas carreiras. Os sindicatos dizem que essa interpretação é um insulto. Aumentos e progressões são coisas bem diferentes.

É claro que em termos de aumento da despesa pública são coisas iguais. Aumentam a despesa e têm que ser pagas. Chamem-lhes o que quiserem.

Uma das nossas desgraças foi essa. Aumentavam-se os salários em 2% (inflação) mas no fim do ano a massa salarial crescia 5% ou mais devido ás progressões e promoções nas carreiras. Automáticas.

O país está a empobrecer, a degradação dos serviços públicos é disso prova que sentimos na pele, especialmente na saúde e na educação, não há como dar a volta à realidade. O país não tem dinheiro, está no fim da tabela por mais que a magia de Costa nos mostre o contrário.

O discurso agora é que lá para o fim de 2023 vamos ter tudo o que nos foi tirado nos últimos anos. Não se vê como e, por isso, as promessas já são datadas para daqui a quatro anos. Em 2015 as promessas apontavam para 2019. 

Corremos o risco de sermos o país mais pobre da UE no fim da era de António Costa.

 

António Costa demitia-se com o aumento dos professores mas agora quer aumentar os funcionários públicos

O primeiro ministro diz o que quer e quando quer e ninguém lhe aponta nada. Há menos de um mês ameaçava demitir-se porque o aumento aos professores descarrilava o orçamento agora, apregoa que vai aumentar os funcionários públicos e ninguém lhe chama a atenção para o descarrilamento do orçamento.

Todos estamos à espera que o governo invista na melhoria dos serviços públicos esquecendo que quem vota são os funcionários públicos. Para Costa os utentes dos serviços públicos não são preocupação.

O actual governo deu a machadada final na qualidade dos serviços públicos baixando das 40 horas para as 35 horas . O objectivo foi o mesmo. Ganhar os votos dos funcionários públicos estragando a qualidade dos serviços públicos.

Mais funcionários públicos, menos horas de trabalho e aumento de salários

Dá na degradação dos serviços públicos que é gritante e só não vê quem não quer.

Reduziu-se  a semana de trabalho de 40 horas para 35 horas o que, mesmo com aumento de funcionários, reduziu o trabalho produzido o que, por sua vez, levou à degradação dos serviços prestados pelo estado.

Claro que numa equação destas os sindicatos, o PCP e o BE aproveitam para apertar com o governo para aumentar os salários. Menos horas de serviço, mais funcionários, mais carga salarial. A produtividade cai a pique.

Mas como tudo isto tem um impacto insustentável orçamental, os dois partidos da extrema esquerda deixam o trabalho sujo para os sindicatos que exigem, aumentos salariais para todos os funcionários públicos e não só para os salários mais baixos. Na educação também querem a reposição do tempo em que, como todos os outros, tiveram a carreira congelada.

O resultado é o governo estar constantemente a ser pressionado para escolher entre ser da direita ou ser da esquerda. Não é mais que populismo medíocre . Porque o que está em equação é manter as contas públicas sãs como exige a União Europeia e a nossa vida em comum.

António Costa está a descobrir que não há almoços grátis.

Descongelar a bomba

O aumento salarial deve alinhar com o aumento da produtividade e com a inflação. Por isso a discussão começa sempre à volta dos 2%. O problema é que depois com a progressão das carreiras o aumento da massa salarial ( não confundir com o aumento dos salários ) fica muito acima dos tais 2% .Nunca menos dos 5/6%. Ora isto é uma bomba ao retardador.

E como todos os anos se repete o mesmo processo o aumento é sempre efectuado sobre uma base já inflacionada. O resultado é que a despesa pública com a massa salarial é insustentável.

A CGTP já anda a falar num aumento de salários de 4% e o PCP em sede orçamental não abdica do descongelamento das carreiras. Para já o governo ( o tal que tinha acabado com a austeridade) respondeu que não tem dinheiro, não chega, tem só metade do necessário.

Entretanto, na Segurança Social, aos 600 milhões que Passos diz que faltam, o governo acrescenta-lhe mais 400 milhões com o arredondamento ( é feio chamar-lhe aumento) o que dá mil milhões .

Os médicos, enfermeiros e juízes protestam e querem aumentos de salários . Na Educação os professores manifestam-se ( por andará o Nogueira?). São os sectores que não estão enquadrados pela CGTP.

E os serviços públicos degradam-se visivelmente com as cativações. Acabou a austeridade ? É que os cortes efectuados no tempo da Troika ainda permanecem apesar do governo nos andar a vender que "temos o maior crescimento do século ".

Quem semeia meias verdades colhe ambições desmesuradas. Morre do próprio veneno.

A vastidão da calamidade que aí vem

É muito difícil cortar ou conter os salários e as pensões mas é muito fácil cortar nos serviços que o estado presta aos cidadãos. Os que exigiram mais dinheiro para as suas clientelas são agora os que se lamentam com as mortes e com as humilhações.

" Este processo, começado em 2008 e agravado após 2011, atingiu o paroxismo com o actual governo. Apregoando a ilusão do fim da austeridade e a (ínfima) reposição de salários e pensões, o rigor orçamental foi abertamente desviado para cativações e cortes no investimento, direitinhos nos custos de operação. O problema fica escondido no curto prazo, até a paralisação da actividade gerar um desastre. Nessa altura, aqueles mesmos que forçaram a situação, com desvios de dinheiros públicos para "direitos inalienáveis" dos seus constituintes, são os que mais se indignam com a calamidade. Mas nunca chegam a explicar onde teriam encontrado os fundos para a evitar.

A culpa destes desastres é, sem dúvida, da austeridade. A hipocrisia está nas críticas virem de muitos dos que tornaram inevitável esta inoperacionalidade. Negando a necessidade dos cortes, conseguiram servir-se primeiro dos recursos reduzidos, à custa da paralisia dos serviços. Mantêm a concha pública, mas vazia de eficácia e operação. Pior, com instituições e infraestruturas ocas, o torpor, incompetência e, até, desastres destes só podem multiplicar-se.

Combater a desigualdade salarial

As empresas fornecedoras do estado terão um tecto salarial de 20 vezes o salário mínimo praticado nessas mesmas empresas. 

Em concreto, a proposta refere que os patrões não recebam mais do que 20 vezes o salário do funcionário com a renumeração mais baixa da empresa.

A proposta foi feita numa entrevista à rádio BBC 4, e citada pelo Guardian, horas antes de realizar um discurso sobre o “Brexit” onde propôs mais medidas para combater a desigualdade salarial. Ou seja, o que o trabalhista propõe é que apenas as empresas que apliquem este tecto salarial aos respectivos donos possam servir como prestadores do Estado.

Aqui está uma proposta que devidamente discutida pode ajudar a uma maior justiça social . Por cá, os fornecedores do estado já estão obrigados a cumprir certas condições de ordem financeira . Um passo em frente ?

O que nunca esqueci foram aqueles cartazes empunhados pelos trabalhadores, nas fábricas onde se trabalhava muito e se ganhava pouco : "Dá-me o teu aumento que eu dou-te o meu ordenado "