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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Um FMI mínimo

Cortar no salário mínimo num país como Portugal é uma manifestação de incompreensão do país. Levar os empreendedores a contratar pessoal baixando o salário mínimo é como deitar fogo à floresta para acabar com o lixo. Claro que há sempre quem , por miséria, esteja disposto a aceitar um salário mínimo cada vez mais baixo. Mas isso é também a prova que o empregador irá desaparecer do mercado tão depressa como entrou. Empresas sem tecnologia, sem inovação, vivendo de baixos salários não contribuem para o fortalecimento da economia.

A agenda de 32 pontos para a discussão com o Governo, percebe-se, assenta sobretudo na preocupação de resolver o problema do desemprego através da redução dos custos de contratação, quando o País precisa de valor acrescentado, que não pode ser assegurado com esta estratégia. Uma estratégia de baixar os salários que já são baixos, de flexibilizar a situação laboral de quem recebe o salário mínimo. A intenção é bondosa, os resultados seriam catastróficos.

O problema tem que ser atacado pelo lado dos custos de contexto há muito conhecidos mas que ninguém tem coragem de atacar. Cabe ao governo bater-se contra a redução dos salários.

Confundir o ultraliberalismo com a iniciativa privada

O Daniel Oliveira desta vez acerta. Naturalmente que não se pode confundir o Martim com o poderoso capitalista podre de rico e que deixa os seus trabalhadores a viver do ordenado mínimo. Esta confusão, que a extrema esquerda alimenta, faz de toda a gente um inimigo por não pensar da mesma forma.

É a velha máxima " quem não é por nós é contra nós". A táctica é velha como o mundo. Só há  extrema esquerda e  extrema direita, tudo o que está no meio e que representa 80% do eleitorado, não existe.

"O problema de alguma esquerda, que desvaloriza o papel social do Estado e o reformismo que o garantiu, é que depois se vê obrigada a encontrar em cada demonstração de ambição pessoal mais um exemplo da luta de classes, única explicação para toda a realidade. Porque não há lugar para meios-termos, não há diferença entre o Martim e o dono da cadeia de supermercados que tem lucros gigantescos enquanto mantém os seus trabalhadores abaixo do limiar da pobreza.


Ler mais: http://expresso.sapo.pt/martim-neves-raquel-varela-e-o-pronto-a-vestir-da-luta-de-classes=f808599#ixzz2U9nvdlD5

Fazes mal, Martim ! Fuma umas "ganzas" que isso passa.

A Helena Matos, no Blasfémias, coloca a "esquerdista" no seu lugar. Candidata-te a uns subsídios, meu. Trabalhar faz mal à saúde e, assim, tão novo ainda é pior. Dedica-te ao "rap" ou às causas fracturantes, pá! Aquilo está cheio das tais "miúdas mais giras". Mas se andas a trabalhar...

  Vais lá encontrar montes de "raquéis" a falar sobre "movimentos sociais", manifs e "que se lixe a Troika". Convém decorares a "Grândola Vila Morena", é passaporte certo para entrares nos movimentos sociais certos. Depois enches o curriculum de mestrados e doutoramentos e de participação em cimeiras internacionais. Olha para os deputados e deputadas da nação. Já viste? Aos quarenta e dois anos vais para a reforma com uma pensão  "máxima". Assim, a trabalhar só te chateiam com "mínimos, meu! 

Que interessava o trabalho escravo se podia comprar uns jeans por cinco euros?

Salário mínimo. O que é? Como se calcula? Pode ler aqui dois textos e dois postes sobre o assunto com perspectivas diferentes.

Voltando ao "salário mínimo moralista ou ideológico" com que a professora do ISCTE, em recente Prós & Contras, quis arrumar o jovem empreendedor, há que dizer algo mais.

As empresas, no mesmo ramo de negócio estão, muitas vezes, em fases diferentes da sua vida. Nascem, crescem, entram na fase "vaca leiteira" e, a seguir entram em declínio. A não ser que se preveja o futuro e que as decisões de investimento ( em recursos humanos, equipamento e inovação) sejam tomadas a tempo e horas. Estas fases da vida das empresas têm influência  directa na "estrutura de custos" dos produtos que produz e vende. A "estrutura de custos " é composta por : salários, matérias primas, energia, amortização dos equipamentos e outros. Que são diferentes de empresa para empresa. O salário mínimo pode ser um grande problema para uma empresa e ser um pequeno problema  noutra. Pode determinar o fecho de uma empresa e não ter influência noutra.

Quando se tenta "colar" os têxteis portugueses aos têxteis da China ou do Bangladesh esquece-se conscientemente que, na União Europeia da economia social de mercado, do Estado de Direito e da Democracia, não há "dumpimg social", a não ser fora da lei. E, quem aponta agora o dedo ao trabalho escravo desses países, são os mesmos que morriam de gozo por verem os têxteis europeus irem para a falência. Que interessava o trabalho escravo se podia comprar um jeans por cinco euros?

E se o Martim pagasse menos impostos?

Talvez a Raquel vivesse com menos subsídios e o Martim pagasse melhores salários. É uma hipótese a considerar, ou não?

Se o ISCTE aumentasse a percentagem do seu autofinanciamento assim reduzindo o montante de subsídios que recebe do estado? É uma hipótese a considerar, não? É que assim, o Martim pagava menos impostos mas melhores salários, ou não?

Há empresas que pagarão melhor se o "os custos de contexto" forem menores. E há empresas que não podem pagar mais, pura e simplesmente. Mandam-se os empregados para o desemprego? É que destruir emprego é mais rápido do que criá-lo, vai haver sempre um "gap" entre fechar empresas que vivem à custa de baixos salários e a criação de empresas inovadoras que pagam melhor. Então como é? Há desemprego e é o que está a acontecer.

Uma coisa é certa. O  Martin e os seus empregados e fornecedores não vivem dos meus impostos!

Morrer à fome sem salário mínimo

Dizer que o salário é mínimo e a sua contribuição para a resolução do problema não passar daí é muito pouco. Todos sabem que o salário mínimo é pouco. O dificil é conseguir que seja maior. E a Raquel Varela não faz nada por isso. Nem ela nem quem nada faz pela economia.

Criticar quem cria postos de trabalho, por pagar mal, só tem um problema. É que não fazem nem dizem como se faz melhor. A não ser que seja como até aqui. Levar o país para a bancarrota a viver de subsídios do estado.

Quando se fala em empreendorismo cá no burgo, parece que se comete um pecado ao nível de quem anda a viver de subsídios décadas a fio. Criar uma empresa é explorar os trabalhadores. Se há desemprego é porque não se criaram empresas. É este o contributo?

Entretanto, os países que saíram ou ainda permanecem em sistemas colectivistas morrem à fome. Sem salário mínimo!

A indignação estende-se à Alemanha

Também na Alemanha há cada vez mais vozes contra o garrote. Há medidas que são absolutamente fundamentais mas não parece que a sua dureza seja sensata. O então ministro das finanças alemão, ao tempo da criação do euro, diz que se a situação se mantiver haverá uma revolta conjunta dos países em dificuldades. A politica de salários da srª Merkell já é apontada pela Belgica como de "dumping social" porque permite que as exportações alemãs beneficiem de baixos salários .

Numa comunicação colocada no site do Partido de Esquerda do Parlamento alemão na semana passada, Lafontaine não deixa de apontar o dedo à Alemanha por ter baixado os seus salários para proteger as suas empresas exportadoras. Uma crítica que vários subscrevem, a ponto de a Bélgica ter feito queixa junto da Comissão Europeia acusando Berlim de “dumping social”, numa alusão à venda de bens abaixo do custo de produção que é proibida na UE.

Na Alemanha não existe uma política de salário mínimo e é possível aos trabalhadores com salários mais baixos não pagar impostos nem contribuir para a segurança social ou outro sistema de pensões. Ou seja, há várias empresas que pagam aos seus funcionários três a quatro euros por hora.

“Merkel vai despertar do seu sono hipócrita quando, a sofrer por causa da política salarial alemã, os países europeus unirem forças para fazer um ponto de viragem na crise penalizando inevitavelmente as exportações alemãs”, avisa Lafontaine.

Salário mínimo - que tem o governo a ver com isto?

Patrões e sindicatos estão de acordo quanto ao aumento do salário mínimo, levando em conta a especificidade dos sectores económicos. É caso para perguntar. O que falta para ser levado à prática? Ultrapassar o memorando do acordo entre o governo e a Troika .

As confederações patronais e sindicais mostraram abertura para chegar a um acordo que permita aumentar o salário mínimo nacional (SMN) já em 2013.

No final de uma reunião da Comissão Permanente de Concertação Social, os parceiros alinharam o discurso, com o objectivo de pressionar o Governo a renegociar o memorando de entendimento, que impede o aumento do SMN até 2014.

Se é assim qual é a ideia da Troika? Que o consumo interno não cresça mesmo sabendo que a este nível todo o salário é dirigido para as despesas de primeira necessidade? E que não terá nenhum efeito nas importações mas que será benéfico para um grande número de PMEs ?