Os Britânicos criaram um programa de apoio à restauração em que cada cidadão pode ter a sua conta de refeição paga em 50% com um limite de 10 libras por pessoa. É uma medida direccionada à procura, porque se percebeu que após o estímulo ao confinamento e depois de proteger a oferta é necessário incentivar a procura.
A hotelaria, o alojamento e a restauração nacionais estão a necessitar de estímulos destes. Trata-se de ocupar o espaço, dar uso ao capital instalado, ocupar e dignificar as pessoas, dando o poder de decisão ao cliente/consumidor.
O mesmo se deveria ter feito no apoio à comunicação social : deixar na mão do leitor, espectador, ouvinte o direito a dirigir o seu apoio através da sua escolha.
Claro que isto tem um grande inconveniente ; repõe na mão do povo os impostos que lhe são cobrados e retira da mão do governante a moeda com que compra votos.
Ouvir Catarina a dizer as mesmas coisas que Le Pen é singular. O mesmo que Trump e o seu nacionalismo reaccionário .
Perante o colapso do comunismo e do socialismo a extrema esquerda procurou a salvação na linguagem reaccionária, culturalista ; o "multiculturalismo" ou " politicamente correcto" é uma escola de pensamento reaccionária e romântica, sem qualquer marca iluminista.
Os últimos anos só reforçaram essa tendência. Todos os dias vemos esta continuada deriva nacionalista de esquerda. Catarina e Jerónimo todos os dias fazem um discurso à Le Pen sobre a saída do Euro.
Mas se for Le Pen trata-se de um discurso reaccionário , se for Catarina ou Mortágua já se trata de um discurso fofo .
As duas sensibilidades odeiam a globalização querem voltar ao nacionalismo, quebrando a ordem internacional que tem permitido a globalização e a paz entre as super potências . Só não têm a gentileza de explicar o que pode substituir o que querem destruir. Voltando à guerra fria ?
É por isso que o seu objectivo, tanto da extrema direita como da extrema esquerda, é acabar com a União Europeia e os seus 60 anos de paz e progresso.
Ouvi, numa palestra, o prof Ferreira do Amaral que foi o primeiro a assinalar os problemas da nossa integração na Zona Euro, dizer que tecnicamente é muito difícil um país sair . Desde logo porque o sigilo absoluto não é possível e bastaria o mais pequeno zum-zum para que biliões de euros voassem para fora do país. Só cá ficariam as pequenas poupanças. Passarmos da Europa a 27 para uma espécie de ‘orgulhosamente sós’ salazarista, sem recursos suficientes para nos bastarmos a nós próprios. Uma Venezuela para pior.
Como em certos países podemos ter milhões no bolso mas que não dão para comprar um frango ou um bife. E como as dívidas (incluindo as das famílias e individuais são em euros ) serão pagas pela nova moeda que vale 40% menos, vamos de mal a pior. Nunca mais conseguiremos pagar aos credores, deixaremos de ter acesso aos mercados para nos financiarmos e os juros disparam para valores ainda mais incomportáveis.
Ora PCP e BE sabem isto muito bem, o seu problema não é o euro . É um conceito de vida que em Portugal representa 14% dos votos . Abandonar a democracia , a economia social de mercado e o estado de direito.
Mas os dois partidos radicais escondem do povo a verdade .
Quem fala da saída do euro esconde as consequências . Trinta a quarenta por cento de desvalorização da nova moeda . As taxas de juro sem a almofada do BCE aumentariam de forma insustentável .
Esta operação não seria possível fazer em sigilo total pelo que as fugas de capitais para o estrangeiro nos dias (semanas) anteriores seriam catastróficas . A corrida aos bancos dos médios e pequenos depositantes (já que os grandes colocariam o dinheiro em off shores) obrigaria ao seu fecho .
Uma forma certeira de por uma país em pé-de-guerra e os portugueses ainda mais pobres.
"Eu acho que não se vai desmoronar a zona do euro, porque qualquer governo com o mínimo de bom senso que à sexta-feira pense em tirar o seu país do euro, no domingo entra em pânico sobre aquilo que acontece na segunda-feira”.
O Reino Unido quer negociar um amplo acordo comercial com os " nossos parceiros europeus " . Claro, são 400 milhões de consumidores com elevado poder de compra que o Reno Unido só encontra bem longe do outro lado do Atlântico. E isso não ajuda nada , faça o país as ameaças que fizer . Vai negociar com todo o mundo, pois vá, é o que lhe resta . Mas isso custa dinheiro e competitividade e terá a concorrência de gigantes económicos bem mais próximos.
O Reino Unido como forte país que é vai jogar os seus trunfos . O seu mercado de 50 milhões de consumidores, os três milhões de imigrantes que vivem no país e uma fiscalidade de baixos impostos para as empresas, com a intenção de repor a competitividade e chamar investimento europeu.
Nada disto pode ser ignorado pela União Europeia como também não poderá ignorar que uma saída fácil para o Brêxit levará a que outros países também queiram o lombo . No mínimo uma relação priveligiada mas não completa como já existe com a Noruega e a Suiça .
O ministro do 'Brexit', David Davis, já alertou na terça-feira os seus colegas no Governo para que devem estar preparados para "o cenário improvável" de que "um acordo mutuamente satisfatório possa não ser alcançado" com a União Europeia. E a Escócia dá sinais cada vez mais fortes que poderá sair do Reino Unido caso o Brexit se concretize.
O referendo é um bom instrumento democrático de consulta, mas não para tomar decisões que afectem profundamente a política do governo e que perdurem no tempo afectando as gerações futuras . Lembre-se que quem quis o sair foram as gerações mais velhas enquanto as gerações mais novas preferiram o ficar.
A aproximação do Reno Unido a uma União Europeia com sucesso é uma questão de tempo.
As sondagens mostram que o Reino Unido irá permanecer na União Europeia. O sim à UE ganha terreno depois do chefe da oposição trabalhista se ter juntado ao sim. O chefe do governo Cameron - apertado pelas revelações dos Papéis do Panamá - pode respirar de alívio.
A saída e consequente maior dificuldade em aceder a um mercado de 500 milhões de consumidores traduzir-se-ia em enormes prejuízos para a economia e para o investimento bem como para a criação de emprego.
Este é mais um sinal para todos os outros países que se preparam para integrar a UE garantindo um salto de modernidade como foi o caso de Portugal. Facto que os inimigos da UE tendem a esquecer quando apontam o dedo às presentes dificuldades, como se um projecto desta dimensão fosse linear.
São bem vindos todos os que ajudem a encontrar o caminho que a humanidade percorre pela primeira vez. Dos fracos não reza a história.
Nós por cá vamos dando uns palpites sobre os grandes problemas nacionais. Temos programas macroeconómicos partidários ? E faltam 600 milhões nas pensões ? Logo se vê. Gasta-se agora e paga-se mais tarde. Foi assim que chegamos à bancarrota.
E sobre a saída do euro e da UE ? Bocas, nada mais que bocas. Mas isso é possível? Sim, temos é que fazer tudo em segredo senão o dinheiro foge. Mas uma operação dessas resiste à quebra do segredo sabendo nós, todos os dias, o que a casa gasta ? Então um golpe de mão. Deitamo-nos com o euro e acordamos com o nosso amado escudo. E isso vale, é legal? Quanto custa a quem tem dinheiro nos bancos?
Os ingleses que não brincam com coisas sérias, deitaram-se ao trabalho. A saída da UE custa 14% do PIB. Pronto. Não é de esquerda nem é de direita. É a maneira mais rápida de empobrecer.
Mas como se quase 80% dos gregos quer manter-se na moeda única ? Segundo alguns a saída levaria mais tarde ou mais cedo à saída dos países com elevadas dívidas e, daí à desagregação do euro seria um passo. Afinal, não podemos esquecer que são revolucionários .
Mas também é verdade que o povo grego já viu a sua vida a andar para trás o suficiente para se interrogar se vale a pena continuar. E é aqui que entra a UE. Se houver solidariedade a Grécia faz o trabalho de casa que se escusou a fazer? É que se não faz de pouco vale a solidariedade como se viu com o perdão da dívida em 2008.
Em termos de montantes envolvidos, o que a Grécia precisa representa muito pouco para os restantes dezoito países. É, pois, evidente que a questão é política. E, sendo política, é preciso saber se o actual governo Grego quer mesmo sair do euro, porque logo aí passa a responder perante os tais 80% de gregos que querem o país na zona euro.
Lançados os dados, nem a UE quer correr o risco de ver um dos seus membros sair da zona euro nem o governo Grego quer suicidar-se. Se não chegarem a um acordo a única saída do governo grego é referendar a posição do país . A partir do resultado do referendo pode mudar a sua política sem perder a face.
E, como sabemos, a vacina protege para toda a vida. É por isso que o referendo também interessa à Europa.
PCP quer preparar o país para sair do euro mas não diz tudo. É que esse seria o primeiro passo para sair da União Europeia. Ora, o que sabemos é que 74% dos portugueses não quer sair da União Europeia. Mas parece que neste como noutros casos nem sempre é o povo quem mais ordena