Nos países onde as escolas reabriram não há evidências de uma maior propagação do coronavírus.
"A interrupção das atividades escolares e extra-escolares ditada pelo confinamento teve grande impacto na saúde das crianças, a nível da aprendizagem, da socialização e da saúde mental.", afirmam, apresentando como exemplo o aumento da dificuldade de concentração.
"A escola deixou de ser o espaço para brincar, processo essencial ao desenvolvimento infantil, e o espaço seguro, onde existe alimento e ternura, tão necessários em alguns casos. Foi exigido enorme esforço às famílias na conciliação entre o trabalho e a vida familiar, que não se poderá prolongar no tempo. São todas fortes razões para que se retome o ensino presencial", sublinham.
Para estes especialistas, a informação disponível sobre a transmissão do vírus SARS-CoV-2 "é escassa", mas sugere que as crianças não "sejam o grande veículo de transmissão da infeção".
Hoje sabemos bem mais do que no início da pandemia. Sabemos quais são os grupos mais vulneráveis e as condições mais propensas ao contágio. Resta-nos exigir no bom senso das pessoas.
Eu que tenho 74 anos ( e a quem o médico lembra a miúde "olhe que você já tem 74 anos") se me disserem que vou passar os anos que me restam confinado em casa digo já que não contem comigo. Quero apanhar ar e sol, almoçar numa esplanada, ver as minhas netas a brincar no jardim sem correr riscos desnecessários para mim e para os outros. É assim também que pensam os meus amigos.
A juventude que acha que não pode passar sem umas cervejolas partilhadas, que não pode amansar a líbido e que a praia só é boa se estiverem todos em cima uns dos outros, tem que perceber que o mundo não é cor de rosa a todo o tempo e que tem deveres. Se não perceber isso é porque não percebe nada e então a Autoridade deve ter mão pesada.
O governo hoje andou para trás com uma série de medidas que apertam a liberdade de comportamentos. Fecho de espaços comerciais às 20 horas e proibição de ajuntamentos com mais de 10 pessoas em Lisboa.
E se não melhorar virão mais restrições. Fatal como o destino.
Pela imagem que está aí em baixo o coronavírus mata principalmente gente mais velha que, mais cedo do que tarde, vai morrer. Nestas idades morrer não é drama nenhum. Se não é com o coronavírus será por uma outra razão qualquer.
Eu tenho 74 anos e não ando nada assustado. O que eu sei é que se não sair para a rua e apanhar sol enquanto dou um passeio ( com o distanciamento social, certamente) dou em doido. E dar em doido nesta idade isso, sim, é um drama e não é pequeno.
Gosto demasiado da vida para perder os últimos anos confinado pelo medo. Uso máscara em espaços fechados onde a carga viral pode ser grande, estou o menor tempo possível e guardo a distância razoável. Mas na minha família sou eu que estou em melhores condições de correr este risco calculado. Por ser o mais velho e por ter saúde.
Fechar as praias só se pode compreender por razões de reforço da autoridade aos agentes policiais. Passear na praia, fazer exercício físico dentro e fora de água não trás risco acrescido nenhum.
É na cama dos lares e dos hospitais onde mais se morre.
Com o crescimento económico que atravessamos o governo devia constituir almofadas financeiras para absorver os choques externos quando eles chegarem. Em vez disso os partidos da extrema esquerda insistem em querer aumentar salários e pensões . Aumentar a despesa pública para a seguir exigirem a renegociação da dívida .
O BCE já anunciou que irá recuar na compra de dívida, embora de forma prudente, o que irá aumentar a taxa de juros em pelo menos 1% o que corresponderá a 7 pontos percentuais. Portugal é dos países que mais sofre com a subida dos juros.
Portugal faz parte de um grupo de cinco países cuja dívida pública é de alto risco num cenário base (de políticas invariantes), ao lado de Itália, França, Bélgica e Espanha. A longo prazo, o risco de Portugal é baixo, mas os técnicos avisam que o mau histórico do país dá razões para desconfiar ou, pelo menos, colocar essa classificação em perspetiva.
O aumento dos juros nos mercados internacionais poderá acontecer, por exemplo, se o Banco Central Europeu decidir subir a taxa de juro diretora. Neste momento, Mario Draghi tem afastado esse cenário: “Ainda não podemos declarar vitória”, afirmou o presidente do BCE, assinalando que vê poucas hipóteses de uma subida da taxa de juro ainda em 2018.
Mas há mais cenários de risco para além dos juros. O crescimento económico, por exemplo, também é um fator essencial para a evolução da dívida pública uma vez que o rácio se calcula com base no PIB. Num cenário em que o crescimento económico é inferior em 0,5 pontos percentuais face ao estimado, o rácio aumentará 7,1 pontos percentuais, tendo em conta o mesmo período de dez anos. ( 2018-2028) .
Estamos numa nova novela de sanções depois de aparentemente termos evitado a anterior . A dos défices excessivos. Agora são os desequilíbrios macroeconómicos que Portugal não corrigiu nem apresentou medidas nesse sentido.
O problema é que a economia portuguesa continua a ter desequilíbrios macroeconómicos excessivos, disse esta quarta-feira a Comissão Europeia, e os progressos que fez em torno da sua resolução foram limitados. A repetição da presença na lista dos maus alunos vai valer a Portugal uma análise mais próxima da parte da Comissão, que em maio volta a reavaliar a situação portuguesa. Se Bruxelas entender que Portugal não fez o suficiente, poderá passar o país para a vertente corretiva deste procedimento, o que em última análise levaria a uma sanção de 0,1% do PIB, a tal multa de cerca de 190 milhões de euros.
Isto acontece no mesmo ano em que Portugal deverá conseguir apresentar a Bruxelas um défice perto dos 2,1% do PIB, fundamental para retirar Portugal da mira do Procedimento por Défices Excessivos. Mas se é verdade que deve sair de um, também o é de que se está a arriscar a um segundo. A questão não é tanto os desequilíbrios mas antes a falta de medidas para os resolver.
Mesmo com taxas de 3,5% a dívida Portuguesa não tem procura e, no entanto, as taxas da Alemanha são negativas e as de Espanha andam nos 1%. É o medo de a agência de rating DBRS baixar a avaliação do país para lixo ? São as dúvidas quanto ao caminho orçamental escolhido ? É o apoio de dois partidos anti-Europa ? Ninguém sabe o que aí vem.
Como é que se explica que não pareça existir maior procura pela dívida portuguesa, apesar de pagar 3,5% numa zona euro em que a dívida alemã paga menos de zero e Espanha cerca de 1%? Julgo que uma primeira razão é que os investidores têm estado alheados em relação a Portugal. Ouve-se pouco falar de Portugal, e quando se ouve, regra geral, são notícias que destacam o governo anti-austeridade, o risco de falhar as metas do défice, os bancos em dificuldades. Toda a publicidade que existe em torno de Portugal é má. É isso que faz com que muitos investidores, que já não têm muita pachorra para a crise zona euro, não tenham qualquer interesse em envolver-se com Portugal.
E a economia? O crescimento neste ano deverá rondar 1%, o que é cerca de metade do que se previa para este ano. Tem olhado para este resultado e para as suas explicações? Sim, penso que é relativamente simples. Parece que o plano do governo era reverter algumas medidas de austeridade, dar um empurrão ao consumo interno. Julgo que terá dado uma ajuda, mas a verdade é que, ao mesmo tempo, houve um impacto negativo muito grande sobre o investimento. Toda a incerteza em torno das políticas deste governo leva muitos investidores, e não apenas os investidores bolsistas, a preferirem ficar de fora. Isso mais do que compensa, pela negativa, qualquer impulso ao consumo interno. Portugal já tem uma dívida elevada, não cresceu nem nos tempos de vacas gordas, portanto é improvável que o país seja capaz de crescer de forma robusta para eliminar a dívida. A leitura que faço é que as empresas têm-se mostrado muito inseguras e reticentes no que toca a reinvestir quaisquer lucros na empresa ou injetar mais capital, e isso reduz os investimentos, o que na gíria se chama capex (investimento de capital).
A eventualidade de um novo resgate existe. Nos últimos 18 meses essa eventualidade cresceu muito. Centeno foi honesto.
"Mas, mesmo sem quaisquer agências de rating, bastaria ver como o diferencial entre as taxas de juro portuguesas e as de qualquer outro país relevante têm aumentado ao longo dos últimos 18 meses para entender que os mercados atribuem um risco cada vez maior ao nosso país. Num ano e meio, sem que o BCE o conseguisse contrariar, a diferença entra taxa de juro da dívida portuguesa e a espanhola foi multiplicada por cinco, tendo aumentado de 0,4 para de 2,2 pontos percentuais."
Note-se que a Espanha está sem governo há quase um ano e mesmo assim os mercados têm mais confiança. O que é preciso mais a Portugal para mudar de caminho ?
Reafirmado pelo Conselho de Finanças públicas. O orçamento comporta riscos importantes. "No caso dos impostos indirectos, não parece ser tida em conta a reacção previsível dos agentes económicos, de reduzir a quantidade procurada de bens sobre que incidem aumentos significativos da tributação, como é o caso do Imposto sobre o Tabaco e do Imposto sobre Veículos".
A análise à despesa não permite compensar a apreensão causada pelas previsões da receita e de crescimento. No Orçamento, o Governo prevê aumentos relevantes nos gastos públicos – com aumentos de salários de funcionários, de pensões e outras prestações sociais – que promete compensar com poupanças com "outros itens da despesa corrente e por uma quebra nas despesas de capital.
Os especialistas não compreendem como tudo isto encaixa .
Vamos ter um orçamento com riscos relevantes e imprudências . Para o Conselho de Finanças Públicas , seria aconselhável ter mais prudência: "a presente conjuntura internacional deveria levar a maior prudência na hipótese assumida para a evolução da procura externa. Os riscos decorrentes de previsões que se revelem optimistas são especialmente significativos num contexto de forte incerteza quanto à evolução da economia mundial e de elevado endividamento da economia portuguesa", acrescentam ainda os economistas, que deixam ainda outro aviso: o governo não deve descuidar a competitividade da economia.