O que Henrique Monteiro diz aqui, pode ser resumido nesta frase : nunca tantos viveram com esta qualidade de vida durante tanto tempo. De uma forma desigual, mas o mundo produziu mais riqueza que está melhor distribuída. Esta é uma verdade inquestionável.
Não quero com isto insinuar que a pobreza que se gera entre nós e noutras paragens da Europa e dos países ricos Ocidentais não deva ser combatida. Claro que deve e por todos os meios. A desagregação desigualitária de uma sociedade é meio caminho andado para a tirania. Mas, como dizia Isaac Newton, "Gosto muito de Platão, gosto muito de Aristóteles, mas gosto mais da verdade". E a verdade é esta: há ricos muito ricos, continua a haver pobres muito pobres, mas os pobres estão menos pobres e a desigualdade, afinal, nem sequer está a aumentar. Se eu produzir mais e ganhar mais dinheiro não estou, forçosamente, a fazer com que alguém fique com menos dinheiro. A troca justa, quando existe, permite que ambos os lados ganhem. Acontece que apesar de muitas trocas injustas (ou mesmo criminosas) há inúmeras trocas justas, ou aproximadamente justas.E, estas são, de longe, a grande maioria.
Há mais riqueza e melhor repartida, porque foi nos países mais pobres onde a riqueza mais cresceu. Há menos crianças a morrer e há menos gente com fome. O mundo estará pior no fim de 2013? A resposta a esta dúvida é simples: não, não está. Em 2013 a riqueza média por habitante deste planeta atingiu o seu valor mais elevado de sempre, 12,7 mil dólares. Essa riqueza ficou menos mal repartida do que estava antes, pois o crescimento foi maior nos países mais pobres, o que lhes permitiu aproximarem-se dos países mais ricos. A esperança de vida está a aumentar em praticamente todos os países do mundo, fruto dos avanços da medicina mas também de uma melhor alimentação e de melhores condições de vida. Há mais crianças nas escolas, sobretudo em África e na Ásia, e, imaginem, até há mais jornais a serem lidos.
Daí a perplexidade de Pedro Magalhães: “O que explica que Portugal tenha, pelo menos à luz destes indicadores, escapado ao mesmo grau de aumento da pobreza e da privação material que se verificou nos restantes países, ou que as consequências em termos de desigualdade de rendimentos tenham sido mais graves em Espanha, Grécia ou até Itália?” Será que “as nossas políticas de austeridade foram mais ‘targeted’ de forma não afectar tanto os segmentos mais desfavorecidos, em comparação com os outros países da ‘austeridade’?”
É que os “cortes” afectaram em Portugal sobretudo as classes de rendimentos médios ou mais elevados, o que fez diminuir o rendimento disponível mas não afectou de forma dramática os rendimentos mais baixos. De resto basta lembrarmo-nos que os cortes salariais e os cortes nas pensões foram progressivos e que, no caso dos reformados, mais de quatro em cada cinco, os mais pobres, não viram sequer o seu rendimento afectado, para suspeitarmos que esses dados reflectem afinal escolhas de políticas públicas.
Já perceberam porque apesar das ameaças não há nem houve rupturas sociais em Portugal?
A maioria dos que escrevem indignados nos jornais não estão nada preocupados com quem está no desemprego nem com quem vive mal. Apesar dos milhões e milhões que choveram no país, como subsídios ou como empréstimos, os deserdados da vida nunca foram prioridade. O país sempre teve dois milhões de pobres e o estado social nunca lá chegou. Agora com os desempregados temos três milhões de pessoas a viverem abaixo dos padrões de pobreza. Nunca foram prioridade dos políticos nem dos que constituem o "inner circle" do poder.
A serem prioridade, os investimentos teriam sido canalisados para a agricultura, indústria , extração de minérios e mar. São estas actividades que asseguram postos de trabalho aos mais frágeis durante mais tempo. E são, paralelamente, as actividades que criam riquesa transaccionável , que se exporta e que substitui importações.
Mas enquanto o dinheiro que falta aos pobres e os empregos que faltam aos desempregados eram devorados pelos negócios entre o estado e as empresas do regime, a indignação não se fazia ouvir. Quando o dinheiro era empregue em obras desnecessárias e supérfluas que não criam riqueza nem postos de trabalho duradouros, os indignados de agora eram os entusiastas de então.
Dão-se mal com a austeridade, com a disciplina e com o rigor. Foram os primeiros a atacar a ideia das "regras de ouro" que limitem a voragem, quer quanto ao défice quer quanto à dívida. Querem dinheiro a circular !No gráfico a seguir está bem esquematizada a ideia que fazem das "regras de ouro" que perfilham!
Os Japoneses descobriram no fundo do Pacífico uma reserva gigantesca de terras - raras cheias de minérios essenciais para o desenvolvimento de novas tecnologias.
Agora veja as nossas preocupações em relação ao nosso mar:" Tiraram o mar à Defesa e a Marinha não gostou"!
Na nova orgânica do governo o Mar passou para o super Ministério da Agricultura e do Mar, julgava eu que com toda a razão. O Mar é da Marinha para a defesa militar e é, de um ministério que tenha como objectivo desenvolver a exploração das suas riquezas. Ainda não vi a Marinha à pesca, nem a apanhar algas marinhas, nem vejo que os submarinos passem para o Ministério da Agricultura e do Mar.
Andamos há muitos anos a fazer trabalho de investigação para conseguir que as Nações Unidas nos reconheçam a propriedade da Zona Marítima próxima da Madeira e Açores e do Continente, o que seria a segunda maior Zona Marítima exclusiva do mundo logo a seguir à dos Estados Unidos.O que se tem encontrado no fundo do Mar, especialmente junto dos Açores, é potencialmente de uma grande riqueza, mas a verdade é que duvido muito que com a atenção que os vários governos têm devotado ao mar, alguma vez cheguemos a ter uma notícia destas, a não ser que alguém o explore por nós.
O saudoso Dr. Hernâni Lopes deixou muito trabalho feito no que ao Mar diz respeito, em estratégia e estudos muito sérios sobre os caminhos a trilhar, mas a prioridade nunca foi nenhuma. Discutimos TGVs, Aeroportos e autoestradas, mas sobre o Mar o mais próximo que conseguimos foram os submarinos e abater a frota de pesca.
Canalizar para o Mar meios e reforçar a sua importância entre os objectivos nacionais, traria grandes vantagens para o país, em postos de trabalho, investigação, novas tecnologias e criação de riqueza, mas isso requer políticas de longo prazo, estratégia, e capacidade de manter um rumo com fortes convicções e, não, governar ao sabor dos lobbies ou de objectivos de curto prazo.
Enquanto os grandes desígnios nacionais não forem claramente definidos e serem, para cumprir, seja quem for que acidentalmente esteja no governo, seremos sempre pobres. Veja a tecnologia que se está desenvolver para a exploração do fundo dos oceanos, seguindo o link, aí em baixo.
Nós temos trabalhado com um submarino não tripulado, desenvolvido pelos Noruegueses, se não estou enganado, que nos tem dado a conhecer novas espécies piscícolas, descobrir as famosas "fumarolas" no fundo do mar, e ter consciência das enormes potencialidades económicas que jazem no fundo do mar à espera de quem chegar primeiro. Que se saiba temos uma "Unidade de Gestão" que trabalha no reconhecimento da Zona Económica Marítima com o intuito de obter a certificação junto das nações Unidas.