Isto é, não saíremos da cepa torta assistindo ao enriquecimento dos nossos parceiros europeus. É que já fomos ultrapassados por todos na criação de riqueza com a excepcão da Bulgária, até os miseráveis países da ex.URSS já nos ultrapassaram( depois de entrarem na União Europeia, bem entendido).
Vamos continuar a flutuar ao sabor da corrente. Crescemos poucochinho porque a procura externa nos arrastava. Cresceremos se a procura externa nos arrastar. Como a procura externa não arrastará ninguém vamos flutuar sem sair do mesmo sítio.
E as mesmas pessoas que nos fizeram flutuar não propõem nenhuma medida para acontecer alguma coisa. O plano orçamental apresentado em Bruxelas faz-nos ir com a corrente.Mas há países na UE que se prestam a continuar nadar vigorosamente
As mesmas pessoas propõem-nos uma festa no cemitério.
João César da Neves: Há cerca de um ano o nosso país estava à beira de novo colapso financeiro. Desde então, uma conjuntura externa favorável e opções políticas internas permitiram uma trajectória que evitou a catástrofe e gerou esta situação auspiciosa. Mas o alívio de última hora não resolveu os nossos graves problemas estruturais. É compreensível um sentimento de libertação, mas confundi-lo com a cura gera condições para recaída pior.
Primeiro, a actual dinâmica económica é realmente bastante fraca. Ela só impressiona por vir na sequência de enorme crise, mas em qualquer outra época estes resultados seriam medíocres. Temos o menor crescimento de todas as recuperações dos últimos 50 anos. A actual taxa de desemprego de 8,8% parece baixa, comparada com os 17,5% de 2013, mas é a mais elevada da história de Portugal, exceptuando o período desde 2009, e 150% superior à média do desemprego dos 20 anos antes de 2008. Também o rating da dívida pública, mesmo após a melhoria recente e as que se esperam, permanecerá muito abaixo de tudo o que tivemos até 2011. Em termos relativos, no curto prazo, há pois razões para festejos, mas objectivamente ninguém pode dizer que está tudo bem.
Um crescimento económico medíocre que ainda não superou o melhor da anterior maioria; um absoluto torpor reformista; os juros da dívida a disparar; os serviços públicos em agonia; um sector bancário ainda à espera do lendário espírito resoluto do primeiro-ministro (na administração da Caixa, no Novo Banco, na solução para o crédito malparado).
A acrescer a tudo isto, quando precisávamos de um Governo forte temos agora o PCP e o Bloco empenhados em mostrar "o Governo do PS" em toda a sua esplendorosa pequenez, com o apoio de apenas um terço dos deputados.
António Costa jurou ter "uma alternativa estável, coerente e duradoura". Não se tratou de uma mera carta de conforto aos portugueses: foi a própria justificação da sua legitimidade. Ora, sempre que não tem a esquerda consigo, a alternativa de Costa não é estável, coerente nem duradoura. E sempre que precisar da direita, então a alternativa nem sequer alternativa é. Por isso, a oposição não tem legitimidade para salvar o Governo de si próprio.
Após seis anos de congelamento a TAP chegou a acordo com os sindicatos em aumentar os salários em 0,9%. Isto para os quase 3 700 trabalhadores de terra. Quanto ao pessoal de voo também já terá chegado a acordo para aumentar salários com os respectivos sindicatos.
Há dois dias já tinha sido anunciado que os resultados da TAP no primeiro semestre tinham melhorado de forma muito significativa e que tudo aponta para resultados positivos já em 2017.
Ao mesmo tempo foi anunciado que a TAP melhorou e conseguiu estes resultados transportando menos passageiros, o que quer dizer que foi com menos despesa operacional ( combustíveis, horas extra...) .
Chama-se a isto aumentar a rentabilidade da operação. Menor número de voos mas mais passageiros por voo. Passageiros dos US, Brasil e China encaminhados para a Europa através da TAP. E da Europa para os mesmos países.
E a carreira aérea Lisboa-Porto-Lisboa com preços competitivos.
Quem não sabe ser caixeiro fecha a loja. Foi o que fez e bem o governo ao vender a TAP e deixar a gestão do transporte aéreo a quem sabe.
A coligação PDS/CDS deve ser chamada a formar governo com o apoio mais vasto que conseguir e que pode limitar-se aos deputados que elegeu;
Deve governar procurando entendimentos e acordos que reflictam o facto de não ter maioria absoluta;
Se esse governo vier a cair, cada um assume as responsabilidades no facto e o Presidente da República decide se convoca novas eleições ou encontra uma nova solução de governo no mesmo Parlamento;
Neste último caso essa solução bem pode ser um governo do PS, CDU e BE. Mas só depois de dar a prioridade e oportunidade ao governo liderado pelo partido mais votado.
É difícil fazer pior. António Costa obtém resultados abaixo dos de António José Seguro. Enquanto não abriu a boca teve um arranque fulgurante depois foi sempre a descer.
E, cá para nós, aquela cena da facada em Seguro não caiu bem. E depois o regresso das múmias. E a seguir um programa que não conseguiu explicar. Tudo junto é um desastre.
O mau perder e o mau carácter . A ameaça que inviabilizaria a acção governativa . Querer arranjar uma golpada de última hora para ganhar onde perdeu.
Eu sei que muitas vezes se diz que por um se ganha e por um se perde. É verdade, no futebol é assim. Na política não é assim. É que a diferença faz muita diferença, na política. É que quem ganha por poucochinho é capaz de poucochinho. E o que nós temos de fazer não é poucochinho. O que nós temos de fazer é uma grande mudança" .
O seu poucochinho é tão poucochinho que até já se vê nas mãos do Bloco de Esquerda. Porca miséria .
Mais uma autoridade europeia que não poupa elogios aos resultados alcançados por este governo.
Em 2011, Portugal estava na iminência da bancarrota e solicitou apoio à UE e ao FMI para evitar uma correcção abrupta, que teria tido consequências económicas e sociais extremamente graves. A solidariedade europeia funcionou. A situação da economia portuguesa está a melhorar, embora não existam soluções rápidas. Para evitar encargos económicos e sociais excessivos, a UE decidiu, em Outubro, conceder mais um ano a Portugal para reduzir o seu défice orçamental.
Os progressos alcançados desde então são notáveis. O défice orçamental estrutural foi reduzido de forma significativa, o sector bancário foi estabilizado e as ambiciosas reformas estruturais têm tornado a economia mais competitiva. O crescimento das exportações - num ambiente particularmente difícil - ilustra as transformações profundas de que a economia está a ser alvo na sequência dessas mesmas reformas. O necessário reequilíbrio da economia irá prosseguir não obstante as perspectivas externas manterem-se sombrias. Neste sentido, estima-se que o défice da balança de transacções corrente venha a situar-se abaixo de 1% do PIB no próximo ano, quando há poucos anos correspondia a mais de 10%. A dívida pública está novamente num caminho sustentável e os investidores internacionais começam a recuperar a confiança na economia portuguesa.