Eis a resposta. Empregos no alojamento e restauração. Esses crescem substancialmente. Que níveis de produtividade e de salários têm? Não é difícil dizer. São sectores da economia de serviços de baixo valor acrescentado. Por conseguinte a generalidade desses novos empregos não deve ter grande durabilidade temporal nem estar muito além do salário mínimo. Por isso também a taxa de desemprego jovem, que terão mais qualificações, está a aumentar. Como poderia ser diferente? Podia, mas não com as políticas públicas deste governo.
Pois é, meus caros, normalmente a chave do problema está ali mesmo debaixo do nariz. E na Pastelaria Mexicana o problema é a qualidade ou melhor, a falta dela.
Se eu quiser beber um bom café desço a Av. Guerra Junqueira e bebo-o numa pequena pastelaria. Se quiser pastelaria de qualidade encontro-a logo ali à esquerda de quem desce a partir da Mexicana. Se quiser almoçar ou jantar vou à Av. João XXl ou mesmo à Av. de Roma.
O que há de bom na Mexicana já lá estava. A esplanada, o espaço amplo e as obras de arte, tudo o que veio depois é mau. É este o problema.
A Mexicana é um local aprazível e geograficamente gratificante para quem queira passar um bocado a conversar ou para grupos de amigos se encontrarem e dali partirem para um destino que ofereça qualidade.
Por acaso, ou não, no outro dia bebi na Mexicana um bom gim tónico preparado a preceito. Um copo de largo bojo, o gim no ponto, a água e o gelo como manda a escola e os sabores ( sabedores) de ervas e grãos originais.
Sigam este caminho e vão ver que não serão precisas mais obras e não faltarão clientes.
E a baixa do IVA na restauração ( reduz a receita em 180 milhões) devia ser distribuída pelos mais pobres, aumentando salários, pensões e apoios sociais . Quem come em restaurantes suporta bem o IVA a 23%. E só come em restaurantes quem quer enquanto os condutores têm nos carros um instrumento de trabalho. Chama-se baralhar e dar de novo. Mas há duas ou três medidas capazes.
Claro que não :Para Diogo Sousa Coutinho, uma das razões que motiva uma tributação tão pesada sobre o setor, é a fuga aos impostos, porque “caso toda a gente da área da restauração pague IVA, e não fuja ao Fisco, é possível que este seja 13%”. A restauração tem de ser muito bem gerida, considera o dono do Noori. Na opinião do empresário, “ainda há uma grande percentagem de fuga ao Fisco”. Se todos pagarem impostos, “é possível descer a taxa para 13% e até para 11%. É possível baixar, é matemático,” conclui.
Eu que janto frequentemente em restaurantes vejo-os cheios e, não vejo ninguém a pedir factura, a não ser os que podem apresentá-la na empresa como custo. Quer dizer para mim e para a maioria o jantar fica 23% mais caro e o estado não ganha nada com isso. Se a taxa baixar para 13% aumentam os consumidores ? E passam todos a pagar o IVA ?
E se a taxa na hotelaria subir de 6% para 13% e na restauração baixar de 23% para 13% ? Travava o turismo nos hotéis ? Talvez neste caso do IVA o número "13" não seja um número aziago.
Se descerem o Parque Eduardo VII, a partir do restaurante Eleven VII, encontrarão quase no fim o Club de Ténis. E se quiserem encontrar outra bela história de como aqueles terrenos em pleno centro da cidade foram parar a mãos privadas é só perguntar à Câmara de Lisboa. No caso, há vinte anos, nem sequer houve concurso público. A exploração da superfície para construção de um club de Ténis foi entregue a uma pessoa que tinha sido dirigente da Federação de Futebol ou coisa que o valha. Depois este, assim, sem mais, vendeu a posição a um conjunto de empresários que construíram os vários campos de ténis, um restaurante, uma piscina e um ginásio para além de algumas coisas mais pequenas. Estes empresários por sua vez venderam tudo a uma empresa inglesa que veio explorar o negócio. No processo, os interessados arrecadaram uns milhares de contos muito largos. Tudo mais ou menos há vinte anos.
Depois tivemos conhecimento do BPN, do BCP e agora do BES. E sabemos o que se passou nas empresas estatais, gigantes e monopolistas. Mas leiam o texto do Público atentamente para verem que a cor dos que tomam decisões varia. Neste sistema a única coisa que não varia é que quem ocupa o poder não é escrutinado pela sociedade civil. E é por isso que tudo o que diz respeito ao estado fica entre amigos, primos e compadres.
Das palavras mais versáteis da nossa língua. O "punctus" que, da picada ou estigma do étimo, se generalizou para designar muito do que é marco temporal.
Hoje é o dia marcado para celebrar a nossa independência. À falta de celebração do acto fundador, hoje é também o único que o calendário oficial admitia para celebrar a nacionalidade.
É, portanto, dia de ponto.
Nós gostamos de aniversários. De eventos alegres ou funestos, suscitadores alegria, que queremos reviver e prolongar, ou reflexão de tristeza já temperada. Nós precisamos dos aniversários, referências da vida que vamos construindo e cimento da unidade com aqueles que também os celebram.
As nações têm também os seus aniversários e da mesma forma deles precisam.
O que hoje evocamos é uma das razões por que me sinto civicamente mais solidário com o habitante (que nenhum conheço) da Ilha do Corvo (onde nunca estive) do que com os madrilenos meus amigos com quem, amiúde, compartilho tapas e tango.
Fingindo um debate público que não existiu, quem manda em nós pôs ponto final neste ponto.
O seu ridículo faz com que não mereçam referência os argumentos da produtividade ou da "crise". Como se, para sair desta, não fosse fundamental uma sólida consciência nacional e como se aquela não tivesse de estribar-se na normalidade da vida de cada um.
Não deve ter sido para nos gozar, mas até parece.
Na ante-véspera do dia em que o poder passará a impedir-nos de celebrar a nacionalidade, vem o governo anunciar tolerância de ponto em dois dias inteiros do mês de Dezembro.
São uns pontos!
Com o argumento, pasme-se, de que, como já é hábito não trabalhar à tarde, não valeria a pena fazê-lo de manhã.
Aqui não importam já a crise e a produtividade. Às malvas também a propalada necessidade de alteração dos maus hábitos que nos trouxeram onde chegámos.
Adule-se o povo com o lazer anódino, esqueça-se a história, ignorem-se as raízes.
Somos, afinal, “europeus”, mandam eles.
São uns pontos, é certo. Mas, cuidado, não dão ponto sem nó.E não me merecem qualquer tolerância.
Das palavras mais versáteis da nossa língua. O "punctus" que, da picada ou estigma do étimo, se generalizou para designar muito do que é marco temporal.
Hoje é o dia marcado para celebrar a nossa independência. À falta de celebração do acto fundador, hoje é também o único que o calendário oficial admitia para celebrar a nacionalidade.
É, portanto, dia de ponto.
Nós gostamos de aniversários. De eventos alegres ou funestos, suscitadores alegria, que queremos reviver e prolongar, ou reflexão de tristeza já temperada. Nós precisamos dos aniversários, referências da vida que vamos construindo e cimento da unidade com aqueles que também os celebram.
As nações têm também os seus aniversários e da mesma forma deles precisam.
O que hoje evocamos é uma das razões por que me sinto civicamente mais solidário com o habitante (que nenhum conheço) da Ilha do Corvo (onde nunca estive) do que com os madrilenos meus amigos com quem, amiúde, compartilho tapas e tango.
Fingindo um debate público que não existiu, quem manda em nós pôs ponto final neste ponto.
O seu ridículo faz com que não mereçam referência os argumentos da produtividade ou da "crise". Como se, para sair desta, não fosse fundamental uma sólida consciência nacional e como se aquela não tivesse de estribar-se na normalidade da vida de cada um.
Não deve ter sido para nos gozar, mas até parece.
Na ante-véspera do dia em que o poder passará a impedir-nos de celebrar a nacionalidade, vem o governo anunciar tolerância de ponto em dois dias inteiros do mês de Dezembro.
São uns pontos!
Com o argumento, pasme-se, de que, como já é hábito não trabalhar à tarde, não valeria a pena fazê-lo de manhã.
Aqui não importam já a crise e a produtividade. Às malvas também a propalada necessidade de alteração dos maus hábitos que nos trouxeram onde chegámos.
Adule-se o povo com o lazer anódino, esqueça-se a história, ignorem-se as raízes.
Somos, afinal, “europeus”, mandam eles.
São uns pontos, é certo. Mas, cuidado, não dão ponto sem nó.E não me merecem qualquer tolerância.
Em 1640 tratou-se de restaurar. Agora trata-se de refundar. Não sei se é a mesma coisa. Mas o povo é o mesmo. Em novecentos anos rebelou-se duas ou três vezes e não foi bonito de ver-se. Na última vez os intervenientes conhecedores do que o povo manso é capaz "não deixaram o poder cair na rua" como disse o Prof Marcelo Caetano ao entregar o poder ao General Spínola no Quartel do Carmo. Estamos em tempo de dificuldades. Um sistema fechado à volta de um estado abocanhado pelos partidos e corporações de interesses trouxe-nos até aqui.É preciso sair disto, mas para isso é preciso mudar o sistema. Temos que reforçar a sociedade civil e retirar aos partidos o monopólio da representação política. E retirar o estado da economia. E reforçar o estado social que num país pobre e desigual é muito necessário para aplanar desigualdades. E reduzir o estado centralizador e sindicalizado das empresas públicas.. E, não, este não é o último 1º de dezembro!
Em 1640 tratou-se de restaurar. Agora trata-se de refundar. Não sei se é a mesma coisa. Mas o povo é o mesmo. Em novecentos anos rebelou-se duas ou três vezes e não foi bonito de ver-se. Na última vez os intervenientes conhecedores do que o povo manso é capaz "não deixaram o poder cair na rua" como disse o Prof Marcelo Caetano ao entregar o poder ao General Spínola no Quartel do Carmo. Estamos em tempo de dificuldades. Um sistema fechado à volta de um estado abocanhado pelos partidos e corporações de interesses trouxe-nos até aqui.É preciso sair disto, mas para isso é preciso mudar o sistema. Temos que reforçar a sociedade civil e retirar aos partidos o monopólio da representação política. E retirar o estado da economia. E reforçar o estado social que num país pobre e desigual é muito necessário para aplanar desigualdades. E reduzir o estado centralizador e sindicalizado das empresas públicas.. E, não, este não é o último 1º de dezembro!