Há médicos a mais ou a menos conforme dá mais jeito
Ainda há bem pouco tempo o que se dizia é que há médicos a mais. Normalmente é quando aparece alguém a queixar-se que com elevadas notas não consegue entrar em medicina. Ou quando os médicos e enfermeiros emigram.
Mas quando se sabe que no SNS os doentes têm que esperar 16 meses para fazerem uma TAC aí a razão é haver médicos e enfermeiros a menos.
É claro que há mais razões. Uma delas é as máquinas estarem obsoletas e precisarem de ser substituídas. Outra razão é não se aproveitar o parque de TACs instalado, seja público ou privado . Este subaproveitamento é horizontal nos hospitais do SNS e nos hospitais privados porque a solução é sempre a mesma. Sofre o doente.
Há 15 anos apareceram os TACs que faziam "cortes" de 3 mm, um ano depois apareceram as TACs que faziam "cortes" de 1 mm. É claro que os médicos querem, e bem, o melhor. Mas esta pressão contínua mostra também que o estado nunca conseguirá sem o complemento do investimento privado responder à procura. Mais do que comprar sob pressão há que planear e organizar. Porque a pergunta é esta. Todo o parque instalado em Portugal está no limite ? As TACs, as Ressonâncias magnéticas, as Angiografias digitais, as PETs ?
A tragédia é que ninguém sabe responder a esta pergunta absolutamente essencial. E para os partidos da extrema esquerda é preferível os doentes sofrerem a o SNS fazer contratos de associação com os privados. Podem ganhar dinheiro e isso é, como está provado, o maior dos males.