... até à primeira metade de 2017, quase todos os Estados-membros continuaram a registar um crescimento do rendimento dos agregados familiares, com excepção de alguns países, como Portugal.
Além de em Portugal, também na Croácia, na Grécia, em Itália, em Espanha e na Holanda, o rendimento disponível bruto das famílias continuava a ser inferior ao nível de 2008, ano apontado como o do início da crise.
Segundo a última edição do relatório trimestral sobre a evolução do emprego e da situação social na Europa, o emprego na UE no terceiro trimestre de 2017 continuou a crescer a um ritmo mais sustentado do que o previsto, apoiado por um forte crescimento económico e acompanhado de uma diminuição da taxa de desemprego, tendo aumentando 1,7% em relação ao ano anterior.
"Cai na real " dizia Jô Soares o humorista brasileiro .Como quem diz volta à realidade. É o que está a acontecer ao PCP que descobriu agora que os rendimentos devolvidos estão a ser comidos pelos aumentos de preços.
O PCP contesta os aumentos anunciados "nos últimos dias", no que se refere aos preços da "electricidade, aos combustíveis, às portagens, às comunicações e aos transportes públicos". Esses aumentos "serão projectados em cadeia nos preços de outros bens essenciais, nomeadamente na alimentação", o que constituiu "motivo de preocupação e discordância" para o partido.
Já se tinha percebido há muito que a política circular do governo passava pela devolução de uma pequena parte dos rendimentos familiares, convenientemente compensados pelo aumento dos impostos indirectos e pelo aumento geral dos preços .
Quer dizer , feitas as contas, "nove fora nada " no bolso dos portugueses. Este António Costa é um grande artista mas não dá nada a ninguém.
Para não falar nas obras necessárias para manter os imóveis em condições de segurança. Os senhorios vão passar a fazer parte do sistema social, praticando rendas baixas. Em contrapartida podem ter benefícios ao nível fiscal. Mas até o sol e a vista já pagam imposto.
O governo anterior fez aprovar uma lei que estabelece um subsídio do estado para cobrir a diferença entre a renda real e o rendimento do inquilino. O estado cumpria a sua função social, o inquilino continuava na sua casa e os senhorios obtinham a renda suficiente para pagar o investimento e assegurar a reabilitação do imóvel. Parece uma lei justa mas este governo não gosta de proprietários. Os partidos que o apoiam, ideologicamente, não gostam de quem poupa para investir. Como se apressaram a reverter o IRC, o imposto sobre as empresas. Ideologicamente, também não gostam de quem investe em postos de trabalho.
O investimento fugiu, a economia afunda, mas está perto o momento em que o governo terá que escolher entre os seus apoios e a doutrina económica que o PS defende. Livre iniciativa e economia social de mercado
Há um referendo brevemente na Suíça e um teste na Holanda já em 2017. A Finlândia também está na linha da frente. Como reagem as pessoas ao receberem um rendimento mínimo de 800 euros a 1 000 euros ? Caiem na armadilha da pobreza não procurando trabalho ?
Desde 1960 que esta questão tem sido abordada nos US e na Europa . A enorme carga burocrática do actual sistema seria aliviado.
O Rendimento Básico Incondicional (RBI) visa garantir a todos os cidadãos um rendimento mínimo que permita assegurar a subsistência.
O movimento foi relançado na América do Norte nos anos 1960, em pleno movimento pelos direitos cívicos, e na Europa ocidental em 1986, com a criação da Rede Europeia para o Rendimento Básico (Basic Income European Network, BIEN), com sede em Lovaina, Bélgica, que alterou o seu nome em 2004 para Rede Mundial para o Rendimento Básico (Basic Income Earth Network).
Na Europa de hoje, um grupo de organizações lançou em 2013 uma petição para pedir às autoridades da União Europeia (UE) iniciativas para a realização de estudos e projectos-piloto de rendimento básico incondicional nocontinente.
O estado social europeu é uma das maiores invenções sociais da humanidade e continua a explorar novos caminhos.
A Suiça vai para mais um referendo, uma característa da sua democracia directa. Desta vez propõe que se pague um rendimentto mínimo a todos os cidadãos de cerca de 2 200 euros/mês .
Eu julgo que o que está aqui a ser experimentado é a fase seguinte das democracias e das economias sociais de mercado. O cidadão pode optar em comprar tempo livre de lazer e de acompanhamento da família ganhando menos.
Merkel num dos seus discursos à nação já chamou a atenção que com a introdução das novas tecnologias não haverá emprego para todos. Pelo menos trabalho a tempo inteiro. E há outros países como a Holanda a estudar o assunto.
Para que tal seja possível é necessário que a economia tenha capacidade para produzir o suficiente o que até agora só o sistema capitalista do Ocidente foi capaz. Quando a economia cresce todos ganham embora alguns ganhem mais do que outros. E se uma parte significativa de cidadãos queira ganhar menos ou mesmo deixar de trabalhar ?
A poupança poderá ser enorme. Milhares (milhões) de pessoas poderão trabalhar a partir de casa, não se deslocando de carro próprio ou de transportes públicos. Ou optarão em cuidar dos filhos e formá-los não tendo que pagar escolas. Poderão viver longe das grandes cidades contribuindo para o incremento da actividade económica no interior . Será poupado o ambiente e milhões de toneladas de CO2. Viverão com o que é necessário para ter uma vida decente abandonando o supérfluo, que é hoje um dos maiores problemas da humanidade.
A sociedade e o estado poderão canalizar as suas energias, competências e financiamento para os objectivos verdadeiramente importantes tornando a vida de toda a sociedade mais aprazível mais eficiente e menos turbulenta. Retirar pressão aos gastos da saúde e da educação.
Depois da globalização está a nascer a sociedade do futuro
Todos os anos as famílias têm que comprar novos manuais . Um negócio que ninguém contesta.
"Considerando o rendimento médio em Portugal, a despesa anual nos manuais de uma criança (e não esqueçamos os custos dos materiais) pode facilmente chegar ao equivalente do rendimento mensal de um dos pais. Como pode ser isto justo? A maior parte dos pais estão indignados com este assunto. Quase ninguém acha que é razoável que quem ganha €500 por mês gaste uma quantia equivalente de uma só vez em livros, mas o escândalo mantém-se, anualmente.
Mas deus proteja quem fizer queixas (abertamente) de professores que mudam de ideias regularmente quanto à sua editora preferida. Ou das editoras que só sobrevivem por causa das suas vendas de centenas e centenas de milhares de manuais a cada ano."