Sempre tão prontos para ir buscar o dinheiro onde ele está e prejudicar os que investiram na habitação que não olham para os milhares de prédios devolutos que pertencem às câmaras e ao Estado. E não olham porquê ?
Era bom que os partidos que fazem de conta que estão preocupados com as rendas altas da habitação olhassem para quem sabe. Aumentar a oferta de casas no mercado da habitação é a melhor e mais rápida forma de baixar as rendas.
Por cá o Estado e as câmaras são grandes proprietários de casas e de espaços que não estão habitadas e que deviam ser reabilitadas e colocadas ao dispor da população. Mas os nossos decisores políticos sabem mais do que isso.Embrulham-se em processos ideológicos que de tão complexos não resolvem problemas a ninguém.
"Isto serve o propósito de manter as rendas estáveis e oferecer segurança aos arrendatários, disse o presidente da Câmara de Berlim, Michael Mueller. "Ao mesmo tempo, continuaremos a construir novos apartamentos e a tornar o congelamento de rendas legalmente seguro."
"Esta medida chega na sequência de várias outras que têm sido implementadas nesta área. Em Berlim, de forma a controlar a especulação imobiliária numa cidade onde cerca de 85% da população arrenda casa. Em junho, Berlim aprovou o congelamento das rendas por um prazo de cinco anos, a partir de 2020."
Mas sobretudo, para que o Estado assuma as suas responsabilidades nesta matéria, o que tem de fazer não é limitar preços. É colocar casas no mercado, aumentando a oferta. Basta isso para (se a procura não aumentar mais que proporcionalmente) provocar a descida do preço. Mas até pode oferecê-las a preço abaixo do de equilíbrio, concorrendo “deslealmente” com os privados, apresentar-se como um senhorio alternativo, que pratica rendas acessíveis. E pode começar já com os vários imóveis que detém e que estão desocupados. Depois, vá reabilitando os que estão devolutos e até adquirindo novas propriedades, que o país tem mais casas que famílias. Tenho quase, quase a certeza de que a Autoridade da Concorrência não o acusa de dumping
Há um concurso público para vender uma casa propriedade do Estado num sítio catita com enorme potencial para fazer mais valias ? Adivinhem quem ganha : Ricardo Robles do BE.
E o concurso público de uma casinha num monte alentejano, com renda baratinha, ar puro e passarinhos a cantar ? Ganha o PS pela mão da mãe do João Galamba.
Informação privilegiada, facilidade em ultrapassar burocracias que infernam a vida à restante população e é um ver se te avias .
O Estado não se cansa de se meter na vida dos cidadãos. Agora quer ocupar as casas dos privados que estão desabitadas. Como se o Estado não tivesse, ele mesmo, milhares de casas desabitadas, bem como as câmaras, Misericórdias, bancos e companhias de seguros.
Há quarteirões inteiros desabitados na baixa de Lisboa há espera de negócios, mas nesses ninguém mexe nem são razão para afastar a população do centro da cidade.
Numa rua estreita ali para o Príncipe Real estavam ao abandono várias velhas casas. Com o alojamento local, todas (todas!) foram compradas aos proprietários que não tinham condições financeiras para as reabilitar . Gente humilde e idosa que viviam de pequenas pensões. Bem vi as lágrimas da idosa a quem comprei a casa, há muito que tinha perdido a esperança de fazer algum dinheiro com a velha casa herdada dos país e assim, ter um melhor fim de vida.
Mas o que nós ouvimos e lemos são os mesmos de sempre que têm sempre soluções prontas usando o dinheiro e a propriedade dos outros.
Já agora, não é altura da arquitecta Roseta ir para casa ? É que há 40 anos que anda a viver à custa dos nossos impostos e agora quer tirar-nos as casas.
E aquela ideia do leilão de rendas que chegou a atingir 700 euros por um T1 ? Ninguém lhe diz que faltando casas sobem os preços ? Aumenta a procura a oferta não chega vamos ao bolso dos cidadãos.
“O dia em que a EDP fez de governo”. “Era quarta-feira. Às 11h56 de 15 de novembro de 2006 João Manso Neto enviava a António Mexia uma mensagem de correio eletrónico sobre um dos dossiês mais importantes que a nova administração da EDP tinha em mãos: a entrada em vigor dos CMEC — Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual, em substituição dos Contratos de Aquisição de Energia (CAE). “Este é o draft de RCM [resolução do conselho de ministros] que propusemos ao Governo. Sei que o Dr. Miguel Barreto e o Dr. Rui Cartaxo estão a fazer-lhe alguns ajustes formais”, escrevia Manso Neto a Mexia, referindo-se ao então diretor-geral de energia e ao assessor de Manuel Pinho, ministro da Economia na altura.”” Isto não é consulta ao setor por parte do governo, nem lobby por parte da EDP. É um saque sem limites. A EDP concebeu a lei das rendas da energia no tempo do governo de Sócrates? Responsáveis e consequências têm mesmo de existir. Não podem continuar eternamente por aí a pavonear-se impunemente
O estado agora chama os privados a fazer benemerência função que lhe compete a si. Mas, feitas as contas, como são uns milhões, dá o dito por não dito e assalta os proprietários. O encanto disto tudo é que era António Costa, então ministro da administração interna, que se gabava de ter resolvido: " "uma questão que tem seis décadas e que é responsável pela degradação do património imobiliário das cidades portuguesas, pelo abandono de imóveis e pelo clima de suspeita e desconfiança entre inquilinos e proprietários".
Podem dar as voltas que quiserem, falar dos velhinhos e dos pobrezinhos e de histórias de fazer chorar as pedras da calçada; esta medida nada mais é que poupar dinheiro ao Estado impondo a privados um dízimo de solidariedade obrigatória - dízimo que estão a pagar há décadas. Trata-se de prolongar uma situação de injustiça e iniquidade.
Para não falar nas obras necessárias para manter os imóveis em condições de segurança. Os senhorios vão passar a fazer parte do sistema social, praticando rendas baixas. Em contrapartida podem ter benefícios ao nível fiscal. Mas até o sol e a vista já pagam imposto.
O governo anterior fez aprovar uma lei que estabelece um subsídio do estado para cobrir a diferença entre a renda real e o rendimento do inquilino. O estado cumpria a sua função social, o inquilino continuava na sua casa e os senhorios obtinham a renda suficiente para pagar o investimento e assegurar a reabilitação do imóvel. Parece uma lei justa mas este governo não gosta de proprietários. Os partidos que o apoiam, ideologicamente, não gostam de quem poupa para investir. Como se apressaram a reverter o IRC, o imposto sobre as empresas. Ideologicamente, também não gostam de quem investe em postos de trabalho.
O investimento fugiu, a economia afunda, mas está perto o momento em que o governo terá que escolher entre os seus apoios e a doutrina económica que o PS defende. Livre iniciativa e economia social de mercado