Por volta dos quinze anos o meu filho enquanto almoçávamos comunicou-nos que deixaria de comer carne e peixe. Fiquei um tanto preocupado estando ele ainda em idade de desenvolvimento. Faz mal?
O rapaz anda há 30 anos sem comer carne e não comeu peixe durante 20 anos.Retomou há 10 anos.Ainda pensei que era uma daquelas manias que a juventude inventa para se destacar no grupo de amigos. Mas não, diz-me ele agora que o que sempre o moveu foi o ambiente.
O Magnífico cá de casa teve o cuidado de anunciar e participar na discussão e na decisão. Já o Magnífico de Coimbra não está com perdas de tempo decide e manda publicar.
"Se o Senhor Reitor dissesse que queria contribuir para aumentar a viabilidade do Rebanho da Serra do Rabadão, da Quinta Lógica, da Terra Chã, da Terra Maronesa (sim, são vacas, senhor, mas são vacas em produção extensiva, que pastam parcialmente em pastagens pobres, que gerem combustíveis nas serras, contribuem para a conservação do lobo e outros elementos da diversidade biológica) eu então entraria em delírio com o Senhor Reitor." ( Corta Fitas blogue)
Cortaram o diálogo com o governo. Sofreram cortes nos dinheiros distribuídos do orçamento do Estado. Habituados, com ele a cair certinho segundo o número de alunos e de cursos, estão furiosos. Bem sei que as universidades têm melhorado muito, sendo já uma parte das suas receitas, receitas próprias, mas o país está como está. Todos temos que poupar.
Os senhores reitores em vez de amuarem, deviam ver neste aperto uma oportunidade para fazerem melhor, conseguirem mais receitas próprias. E cortarem nas despesas. É sempre possível melhorar a rentabilidade. Mas não com amuos porque não levam a lado nenhum. Eu também já amuei mas tive que cortar na despesa.
Estas pessoas que toda a vida viveram à mesa do Orçamento do Estado deviam ter uma experiência numa PME. Produzir, vender, pagar salários, impostos e fornecedores. Sem rede.
As corporações não querem disciplina orçamental. Gritam e estrebucham . Estão todas convencidas que a disciplina orçamental é para os outros. Elas são intocáveis e imprescindíveis. Agora é a vez dos reitores. (...)
As universidades não podem inscrever nos orçamentos de 2014 receitas próprias superiores às garantidas em 2012, último ano que está contabilisticamente fechado. O objectivo, simples e desejável, é assegurar que o controlo das despesas associadas a estas receitas próprias que, se não se confirmassem, acabariam por transformar-se num défice do exercício. É simples, os reitores perceberam, ou deveriam ter percebido, mas preferiram vender a tese de que o Governo os proibia de aumentar as receitas próprias e estava a limitar a sua autonomia. Já basta um Mário Nogueira.
Não, o Governo não está a proibir, nem está a limitar a autonomia das universidades, que podem e devem procurar novas receitas próprias de acordo com as suas próprias estratégias. Aliás, se há lição a tirar dos sucessivos cortes de transferências para as universidades é a capacidade que tiveram de os compensar com receitas próprias, o que mostra que nem todos os cortes são recessivos.