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BandaLarga

as autoestradas da informação

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O Reino Unido perdeu o maior mercado que é também o mais próximo

O Brexit fez perder 436 mil milhões em negócios com a UE . Resta ao Reino Unido compensar tão grande perda e chegar a acordo com a UE ou negociar com países distantes.

O volume de comércio não é a única razão para o Reino Unido priorizar um acordo com a UE. Segundo a teoria da gravidade comercial, o nível de comércio entre dois países é proporcional ao seu tamanho e proximidade. É logisticamente mais fácil comprar e vender aos seus vizinhos - um ponto que, no fim de contas, não convenceu os eleitores britânicos sobre os méritos de permanecer no bloco.

Para o governo do Reino Unido, forjar acordos com os EUA, Japão, Austrália e Nova Zelândia é um objetivo fundamental. A ideia é que os laços históricos do governo britânico com esses países facilitem acordos, mas, considerando o volume de comércio bilateral, Nova Zelândia e Austrália ficariam muito atrás da China e da Índia.

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Nenhum país " por maior que seja " pode viver melhor fora da UE

É a vacina do "Brexit". Após três anos de negociações o Reino Unido ainda não conseguiu saber o que quer com a saída da UE .

“Muitos daqueles que venderam o ‘Brexit’ como uma forma de a Inglaterra recuperar uma dimensão global sentem-se hoje frustrados ao verificar que, ao fim de quase três anos de discussão, foi mais fácil aos 27 Estados membros construir uma posição negocial comum do que encontrar unidade dentro do próprio Reino Unido para negociar com a União Europeia” .

Ora aqui está o que faz toda a diferença .

O Reino desUnido com o Brexit

Não está fácil . Um dos repórteres de política da BBC acabou de escrever no Twitter que um conservador lhe disse que, se o acordo não passar no Parlamento, ele e outros membros do partido estão preparados para fazer campanha por um segundo referendo - e para defender a permanência do Reino Unido na Europa.

Já vão seis governantes que pediram a demissão por desacordo com o acordo de saída do Reino Unido da União Europeia. A Irlanda e a Escócia votaram pelo "remain" na UE é difícil sair da UE contra a vontade do seu próprio povo.

A Primeira Ministra Escocesa já anunciou que se a Inglaterra sair proporá um referendo sobre a independência do país.

Temos um Reino (des)Unido. Conseguiram.

O Brexit pode desmantelar o Reino Unido não a União Europeia

A primeira ministra britânica já coloca a hipótese de eleições antecipadas face aos problemas em conseguir um acordo favorável com a UE. Sempre foi claro que qualquer país que saia da UE não pode ficar numa situação melhor do que a que tinha como membro. Isso seria chover na nabal e fazer sol na eira e abrir a porta aos desejos dos anti UE.

De acordo com o The Guardian, Therea May estará a ser alertada por alguns dos seus ministros para o perigo de um hard brexit e as suas consequências nefastas sobre o Reino Unido. Após a primeira-ministra ter visto o seu plano rejeitado pelos 27 no Conselho Europeu na Áustria, algumas figuras do Partido Conservador garantem que Downing Street arrisca uma "calamidade ao nível da crise do Suez".

"É como a crise do Suez. Não fazemos ideias quais vão ser as consequências indesejadas. As próximas três semanas podem mudar tudo. A crise do Suez durou meses e agora estamos noutro possível ponto de viragem na história política do Reino Unido", afirmou uma figura dos conservadores ao The Guardian.

O Brexit é uma tremenda dor de cabeça

Se o bicho mexe mata, se o bicho pára come, não há forma de os ingleses se entenderem.

Antes do referendo o Reino Unido crescia significativamente mais que a EU e agora é o contrário, sem previsões de inversão.

Alguns fabricantes de automóveis, o último dos quais a BMW, já anunciaram que não iriam investir mais no Reino Unido se não garantirem a permanência no mercado único, podendo afetar mais de 140 mil empregos diretos do sector. Da mesma forma, a Airbus já anunciou que não irá aumentar a sua base de fornecedores no Reino Unido se nenhum acordo com a UE for atingido, representando mais de 100 mil empregos.

Estimativas do FMI indicam que o PIB do Reino Unido em 2030 será 12% inferior, se continuarem a crescer menos que a UE até lá, enquanto o Centro para a Reforma Europeia estima que a economia britânica é já 2,1% mais pequena devido ao referendo do Brexit.

Fabricantes ingleses exigem acesso livre ao Mercado Único

Os fabricantes ingleses de automóveis avisaram o governo do Reino Unido que pagar mais 10% de taxas para acederem ao Mercado Europeu não é opção. Seria desastroso para a indústria inglesa.

Recorde-se que mais de metade dos veículos fabricados no Reino Unido, em 2015, tiveram como destino os mercados da UE. Sendo que a empresa de consultadoria PA Consulting previu já que, no caso de um chamado “Brexit duro” – ou seja, em que o Reino Unido deixe pura e simplesmente de fazer parte do Mercado Único -, o preço dos carros no Reino Unido acabe por aumentar, em média, 2.300 libras (cerca de 2.900 euros). Sem esquecer os prejuízos decorrentes da necessidade de transferir componentes entre as várias fábricas espalhadas pelo continente.

A tempestade na economia inglesa vai, provavelmente, ser mitigada com medidas que deixem o Reino Unido de fora mantendo-se dentro . Claro que as cedências serão recíprocas e o Brexit será mais formal que real. Para já limpam-se as armas antes da guerra que se adivinha nos corredores e gabinetes de Bruxelas.

A implementação do Brexit vai deixar à mostra as vantagens de pertencer à União Europeia . Que sirva de lição a quem por cá, numa economia minorca, exige a saída , no altar da ideologia comunista e neocomunista.

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O Reino Unido ainda não saiu e já quer ficar

O Reino Unido quer negociar um amplo acordo comercial com os " nossos parceiros europeus " . Claro, são 400 milhões de consumidores com elevado poder de compra que o Reno Unido só encontra bem longe do outro lado do Atlântico. E isso não ajuda nada , faça o país as ameaças que fizer . Vai negociar com todo o mundo, pois vá, é o que lhe resta . Mas isso custa dinheiro e competitividade e terá a concorrência de gigantes económicos bem mais próximos.

O Reino Unido como forte país que é vai jogar os seus trunfos . O seu mercado de 50 milhões de consumidores, os três milhões de imigrantes que vivem no país e uma fiscalidade de baixos impostos para as empresas, com a intenção de repor a competitividade e chamar investimento europeu.

Nada disto pode ser ignorado pela União Europeia como também não poderá ignorar que uma saída fácil para o Brêxit levará a que outros países também queiram o lombo . No mínimo uma relação priveligiada mas não completa como já existe com a Noruega e a Suiça .

O ministro do 'Brexit', David Davis, já alertou na terça-feira os seus colegas no Governo para que devem estar preparados para "o cenário improvável" de que "um acordo mutuamente satisfatório possa não ser alcançado" com a União Europeia. E a Escócia dá sinais cada vez mais fortes que poderá sair do Reino Unido caso o Brexit se concretize.

O referendo é um bom instrumento democrático de consulta, mas não para tomar decisões que afectem profundamente a política do governo e que perdurem no tempo afectando as gerações futuras . Lembre-se que quem quis o sair foram as gerações mais velhas enquanto as gerações mais novas preferiram o ficar.

A aproximação do Reno Unido a uma União Europeia com sucesso é uma questão de tempo.

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A Primeira Ministra Britânica apanhada a defender a permanência na União Europeia

A actual primeira ministra era então ministra e defendia com vigor a permanência do Reino Unido na União Europeia. Razões políticas, económicas e de segurança eram então usadas pela actual PM que durante a campanha do Brexit foi duramente atacada por não intervir activamente na campanha do referendo.

  • Penso que ser parte de um bloco comercial de 500 milhões [de cidadãos] é significativo para nós. Penso que (…) uma das questões é que muita gente vai investir no Reino Unido porque pertence à União Europeia”, referia May há meio ano.
  • Há, definitivamente, coisas que podemos fazer enquanto membro da União Europeia que penso que nos mantêm mais seguros”, diz May, na gravação divulgada esta noite.
  • O que penso é que o Reino Unido precisa de liderar na Europa”, defendia May. Precisamos de garantir que estamos a tomar a liderança” no plano europeu, ao invés de assumirmos “uma posição recuada”.

Portugal deve juntar às razões apresentadas o facto de se ter tornado um país moderno com os fundos estruturais que recebeu da UE ; os fundos que continua a receber e que são a única origem de investimento na actual situação política ; que mantenha taxas de juro razoáveis sobre uma dívida monstruosa graças às compras de dívida do BCE .

A opção é entre pertencer à UE ou cairmos definitivamente no país pobre e desigual  que nem sequer cria trabalho para os seus filhos que andam aos milhões "pelo mundo em pedaços repartidos"

A Escócia quer continuar na União Europeia

E o Reino Unido quer continuar unido o que parece ser uma contradição sem escapatória. Mas o Reino Unido quer continuar a aceder ao mercado comum da UE o que poderá fazer através da Escócia europeia. Confuso ?

Não é tanto assim. Afinal os Escoceses votaram a favor da UE e querem ser independentes. Trocar uma coisa pela outra é política. Dá-me a minha independência que eu dou-te o acesso ao mercado de 400 milhões de que tanto precisas. É assim tão bizarro sabendo nós que os jovens ingleses votaram na permanência na UE ? Pela lógica das coisas daqui a uns cinco anos há menos votantes no Brexit e mais a votar no Remain. Inexorável . E assim sendo o referendo não pode ser repetido ? Como muito bem diz a primeira ministra escocesa a primeira ministra britânica não pode bloquear um novo referendo.

"Penso que seria inconcebível para qualquer primeiro-ministro interpor-se no caminho de um referendo se este for votado pelo Parlamento escocês", explicou Sturgeon aos jornalistas após um encontro de 45 minutos com May. Pouco antes, a primeira-ministra britânica, que na quarta-feira sucedeu no número 10 de Downing Street a David Cameron, garantira que os escoceses já tiveram a sua oportunidade de votar pela independência há dois anos. "Tanto o governo do Reino Unido como o governo escocês disseram que iriam respeitar" a vontade do povo.

Se assim for a Escócia fica na União Europeia e continua integrada no Reino Unido. Porque não, há quem ponha vacas a voar...

Já há reconhecimento da derrota do Brexit

Farage o líder do partido independente e ferozmente anti-europa  já admitiu a derrota. Foi uma óptima campanha mas perdemos, diz o politico. 52% para o " remain" 48% para o "leave". Votaram 83% dos inscritos o que é um valor muito alto para um referendo. É bom que seja assim, o último referendo sobre a UE foi há 40 anos, com esta percentagem de votantes decorrerão mais 40 anos para que a questão seja novamente colocada.

Este resultado fortalece a União Europeia, e terá importantes efeitos na opinião pública dos 28 paísesos que a compõem. Não será de ânimo leve que os anti-europa iniciem campanhas que sabem à partida perdidas. Nenhum país tem tão fortes argumentos para questionar a permanência na Europa, incluindo a sua situação geográfica.

Será agora bom que os líderes europeus regressem aos princípios democráticos e de solidariedade que cimentaram a UE. Não que os tenham abandonado mas hoje já é visível que há muita coisa que tem que mudar.

É um grande dia para a UE .