Como é que explica essa oposição dos pequenos partidos? São conservadores, têm medo da mudança. E são conservadores do Bloco de Esquerda e do PCP ao CDS - somos todos, está no nosso código genético, não gostamos de mudar. Dito isto, o que propomos é uma melhoria do sistema eleitoral. As democracias mais antigas e consolidadas do mundo têm círculos uninominais. Todas. Fala-se muito da descentralização e da regionalização, mas a única maneira de defender o interior e o país desertificado é com círculos uninominais. Porque o poder está na discussão do Orçamento do Estado - é aí que se discutem as políticas, para onde vai o dinheiro. E um deputado eleito por um círculo uninominal não depende do chefe, o que obriga qualquer partido ou governo - de qualquer cor - a discutir. Neste sistema eleitoral valem mais as pessoas que os partidos e isso tem uma vantagem: o poder tem que partilhar mais. Um deputado uninominal por Portalegre ou Beja valerá muito mais do que um deputado eleito atualmente por estes círculos.
Pedro Santana Lopes desafia Governo, partidos e Presidente a encararem de vez as reformas eternamente adiadas. "O Estado não tem dinheiro para tudo. Não vale a pena virem dizer que queremos acabar com o SNS ou com a Segurança Social pública. Eu quero manter o SNS e a Segurança Social pública mas defendo a liberdade de escolha e sou contra o gratuito para todos", afirmou.
Chama-se a isto, segundo o líder da Aliança, "lutar para melhorar muitos aspetos do Estado de Direito"
A verdade é que a ALIANÇA já encontrou um discurso mobilizador chamando à responsabilidade o popular Presidente da República que tira muitas fotos mas não pressiona o governo. E assim é fácil mas serve para pouca coisa.
Encontrar uma forma de não atrasar a evolução da carreira dos mais jovens mas aproveitar a experiência e o saber acumulados. Exige a análise caso a caso .
Para a Frente Comum, “prolongar artificialmente a idade de trabalho será fator de não renovação e de não rejuvenescimento na Administração Pública. Situações excecionais de continuidade devem ser avaliadas em cada caso concreto atendendo inclusive a que a continuidade do trabalho não implica o aumento do valor da pensão”.
Os casos recentes de Prof Sobrinho Simões, Prof Manuel Antunes, Prof José Fragata e outros que continuarão a trabalhar no privado são claros. A sociedade não pode afastar profissionais excepcionalmente preparados por razões burocráticas .
Para Mário Centeno não poderia ser de outra forma uma vez que em Junho há a cimeira do euro onde "é preciso tomar decisões". Esta quinta-feira o Eurogrupo vai continuar a discutir a reforma da Zona Euro, focando-se nas alterações necessárias para tornar o Mecanismo Europeu de Estabilidade "mais eficaz na gestão de crises". Vários responsáveis europeus têm dito que é preciso aproveitar a actual expansão económica para reformar a Zona Euro, preparando-a para novas crises.
As gerações futuras correm o risco bem real de terem de pagar o que andamos agora a distribuir . Há transferências do Orçamento do Estado apesar dos altíssimos descontos que trabalhadores e empresas fazem para a Segurança Social. (30%).
Passos Coelho já perto da anteriores eleições disse que faltavam 600 milhões no orçamento da Segurança Social . Disse a verdade amarga apesar de saber que liderava as sondagens e que ganharia as eleições. Esta verdade foi um golpe profundo no eleitorado e contribuiu para os 700 mil votos que a PAF perdeu.
Ao contrário, Costa,( via Vieira da Silva) Jerónimo e Catarina não falam no assunto como se o problema não existisse. Mas existe e não desaparece muito menos com o débil crescimento da economia que, aliás, já está a arrefecer.
A Segurança Social necessita de uma reforma profunda que Rui Rio ontem no Congresso pôs em cima da mesa mas que até agora não mereceu nenhuma resposta dos partidos da esquerda. Como poderiam eles falar na reforma da Segurança Social se querem passar a ideia que estamos no melhor dos mundos ?
Quem vier atrás que resolva e o PS, BE e PCP cá estarão para atribuir as culpas a quem fala verdade.
Aníbal Cavaco Silva compara o crescimento de Portugal "com o dos outros países que também foram objecto de programas de ajustamento e que tiveram uma saída limpa". "É o caso da Irlanda, que iniciou o seu programa em Dezembro de 2010, a Espanha que começou o seu programa voltado para reestruturação do sistema bancário, em Novembro de 2012, e de Chipre, que começou em Março de 2013. Quando os países passam por esses programas, o que se espera é que a seguir tenham uma taxa de crescimento elevada. Portugal está numa trajectória de crescimento desde 2013, mas está aquém de todos estes países que referi", refere o antigo Presidente da República.
Cavaco Silva destacou ainda que Portugal "está a beneficiar de uma envolvente externa extraordinariamente favorável: taxas de juro extremamente baixas, perto de zero, durante um período longo, como nunca se viu na história monetária portuguesa; deslocação de turistas de outros destinos para Portugal; crescimento económico da União Europeia que há muito tempo não ocorria, com destaque para a Espanha, nosso principal cliente, para onde exportamos cerca de 27% do total; e preço do petróleo muito baixo. Tudo isto são factores que raramente se repetem na sua conjugação de forma tão favorável".
"Neste quadro de benesses externas, tenho algum receio de que não se esteja a aproveitar o momento para corrigir alguns dos nossos desequilíbrios estruturais em ordem a preparar o futuro", realça. Entre esses desequilíbrios, Cavaco Silva destaca "o enorme endividamento do país, a insustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde e do sistema de Segurança Social, a baixíssima taxa de poupança das famílias - que está a um nível historicamente baixo - , a falta de capital, o inverno demográfico, a baixa produtividade, a reforma do Estado".
O desastre após Pedrógão foi de tal forma uma imagem fidedigna das políticas do actual governo que não foi demitido exclusimente por não haver oposição.
Desde Pedrógão até 15 de Outubro o governo andou a negociar os apoios com PCP e BE não andou a governar . Nas negociações com os partidos da extrema esquerda não cabe a governança do país mas o equilíbrio da geringonça. Garantir o equilíbrio entre os três partidos profundamente abalado com os resultados das autárquicas.
As diferenças entre PS, PCP e BE são tão profundas que a partir de um certo nível não são conciliáveis. E a economia patina, a dívida cresce e o défice ( estrutural) tarda a descer.
O silêncio do BE é demonstrativo da dificuldade que o partido tem em se apresentar ao povo de cara lavada. Não tem uma única contribuição para a reforma da floresta nem de qualquer outro sector. Exige dinheiro para os seus apoiantes. É isto governar ?
Por parte do PCP o entusiasmo não é nenhum já quis foi saber de onde vem o dinheiro não vá a origem ser dos seus avanços.
“É aí que, acho, impende uma espada a António Costa que necessariamente o vai levar a actuar", indica o jurista Nuno Botelho para quem “se quebrou a relação de confiança entre o estado e os cidadãos. Se pensarmos bem os actos terroristas, este ano, na Europa fizeram menos mortos que Pedrogão e o último domingo juntos”, alerta Nuno Botelho.
António Costa desde os catorze anos que anda na política entre o Terreiro do Paço e S. Bento. Não conhece o país. Após dois anos de governação a realidade está aí para quem quer ver. Não há uma só reforma.
Quando olhamos para os seus dois anos como primeiro-ministro, aquilo que vemos é uma gestão política confinada ao eixo Terreiro do Paço-São Bento, com incursões pontuais a Bruxelas. O Governo leva muito mais tempo a reunir-se com o Bloco e com o PCP do que a pensar no futuro de Portugal, até porque as grandes reformas estão bloqueadas à esquerda. A chamada “geringonça” é uma máquina carente de assistência técnica permanente, pelo que não é de espantar que quando o país real telefona para São Bento a linha esteja ocupada. Não são só os bombeiros e a GNR que não conseguem contactar a Protecção Civil – o Portugal profundo também não consegue falar com o primeiro-ministro.
A curto prazo as coisas estão a melhorar mas para que sejam sustentáveis a longo prazo são necessárias medidas ambiciosas
A missão europeia antecipa ainda que “o ritmo de crescimento deverá abrandar à medida que os ‘ventos favoráveis’ vão gradualmente esvanecendo” e defende que a manutenção do crescimento a médio prazo “dependerá de esforços contínuos para levar adiante e concretizar esforços de reformas presentes e passadas”.
A conclusão geral dos técnicos da sexta missão pós-programa é a de que é preciso “agilizar um crescimento económico sustentável e equilibrado“, bem como “uma estratégia de consolidação a médio prazo”, “uma abordagem decisiva para reduzir a dívida das empresas”, “uma resposta para deficiências do setor financeiro” e “um plano claro para aumentar o crescimento potencial e a competitividade”.
Mas o que temos são cativações que põem o PCP e o BE a espumar.