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BandaLarga

as autoestradas da informação

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as autoestradas da informação

É raríssimo haver uma segunda oportunidade

Aproveitar esta situação para melhorar a fiscalização seguindo outras experiências :

Mas devemos entender que essa função compete apenas ao Estado ou, pelo contrário, deve também haver um espaço e um papel para as entidades privadas? Julgo que o modelo que devemos preconizar é um modelo em que existe Estado e existe iniciativa privada. Ou seja, não creio que fiquemos melhor servidos se todas as funções sociais ficassem nas mãos exclusivamente do Estado. Pelo contrário, deve haver concorrência e um fator diferenciador em termos simultaneamente oferta pública, privada e social. Isto tanto na ação social, como na Educação e na Saúde.

Da mesma forma, também não podemos ter apenas prestadores privados, dado que isso capturaria o interesse público. O modelo deve ser balanceado, com oferta diversificada.
Nesse sentido, e como já tive oportunidade de escrever aqui no ECO, temos de ter um Estado que nas funções de soberania (Justiça, Defesa, Diplomacia, Segurança e Impostos) e na regulação e supervisão em certos mercados (banca e seguros, energia, comunicações, etc), seja forte e competente. Isto porque essas funções são eminentemente públicas (muitas vezes estamos perante bens públicos). Mas na prestação de serviços sociais e no investimento público o que pretendemos é que o Estado aloque os recursos públicos da forma mais eficiente. Quem é o prestador é irrelevante (garantindo que se assegure o tal balanceamento entre público e privado), desde que preste um serviço com a melhor relação qualidade-custo possível.

Basta olhar para as relações pessoais e familiares que existem neste governo

Raríssima é tudo menos rara. Basta olhar para as relações pessoais e familiares que coexistem neste governo e que sempre existiram e existem na administração pública.

Mas mais rara é a falta de vergonha de quem quer servir-se de um caso para estender o manto da suspeita sobre todo um sector que beneficia cerca de 400 000 pessoas que sofrem de doenças raras e de um milhão de pobres. Como se fosse o estado a fazer a gestão fizesse melhor, o mesmo Estado que nem sequer é capaz de regular e auditar e à sombra do qual são efectuadas as maiores trafulhices.

Num país onde o Estado se mete em tudo - enquanto morrem 111 pessoas nos incêndios por inépcia dos serviços de segurança públicos - há donzelas que nos querem convencer da bondade da solução Estado.

Parece evidente que a Raríssimas não era um “esquema” de fachada para encher os seus próprios bolsos. A instituição existe e presta, de facto, serviços de qualidade a muitas centenas de doentes que não os encontravam no país antes disso. É importante que a Raríssimas sobreviva à sua criadora que, num determinado momento, perdeu a noção da linha que separava os interesses e o dinheiro de uma e de outra.

A explosão  do número destas organizações provocada por necessidades que o Estado não conseguiu nem consegue satisfazer e pela criação de equipamentos sociais que o mesmo Estado também não consegue gerir tornou a fiscalização muito difícil.

Bem estaríamos se o que se esconde na governação do país tivesse a dimensão do que se descobriu na Raríssima sem embargo de merecer todas as críticas.

Polícias e inquisidores não são assim tão raros

António Barreto : O caso despertou velhos fantasmas. O dos polícias e inquisidores que entendem que se devem vigiar as organizações de solidariedade e criar uns milhares de vigilantes para cuidar de uns milhares de organizações. O da rústica simplicidade com que se afirma que é necessário nacionalizar as instituições privadas e estatizar as funções sociais. A estúpida candura dos que garantem que o Estado não corrompe, não desperdiça, não se deslumbra e não mente.

É raríssimo um aumento de 400% nos subsídios do Estado

O artigo do dia:

Mais grave que o erro, comprovado, é o seu não reconhecimento.

Há de facto, em toda esta estória da "Raríssimas", actos ilícitos, omissões, encobrimentos, mentiras, silêncios coniventes, falta de conduta ética, falta de valores morais, tentativas claras de desresponsabilização, praticados ou encobertos, pelo Secretário de Estado e pelo Ministro da SS. E estes são graves.

Mas, mais grave, que os erros que ambos cometeram, é, após todas as evidências, ainda continuarem a achar que o seu procedimento, as suas condutas, não tiveram nada de errado, nada de incorrecto, nada de amoral. Procederam bem. Logo, depreendo que voltariam a fazer tudo de novo. Não podemos ter outra leitura que não esta.

E muitíssimo mais grave, e vergonhoso, apesar de todas as evidências que já são do conhecimento público, é virem ambos dizer, que se sentem bem, e estão de "consciência tranquila". Como é que podem sequer pensar, e muito menos dizer, algo desta natureza?

Um, o ex Secretário de estado, andou a receber dinheiro de verbas que era supostas serem gastas unicamente com as crianças doentes, alegando que não sabia E tb diz que naquela data, nem sabia que a instituição tinha já então, um enorme prejuízo e buraco financeiro acumulado. Apesar de todas as provas demonstrarem que sabia de tudo isso. Mas, diz, que dorme bem e de consciência tranquila, e quando lhe perguntaram se não se sente incomodado de ter andado liminarmente a sacar dinheiro que devia ter tido outra finalidade, respondeu claramente que não se sente nada incomodado.

O outro, diz que nada sabia nem tinha que saber, apesar de como membro e Vice Presidente da Assembleia Geral votou e aprovou contas que pelos vistos nunca viu, nunca leu, e andou a assinar de cruz. Isto antes de ser ministro.

Disse agora que mandou realizar em Junho, uma inspecção, e irá mandar fazer uma auditoria às contas.
Quanto à suposta inspecção de Junho, sabemos que até hoje, nenhum inspector lá colocou os pés.
E quanto auditoria das contas,chamo a atenção de que será uma suposta auditoria, aquilo que ele mesmo andou a ajudar a aprovar, e mais não preciso dizer.

Entretanto, já como ministro, alega que nunca praticou qualquer conduta de favorecimento, injustificado, à Raríssimas, nem por prática de tomada de decisões, nem por recursos a dinheiros públicos.
Mas sabemos agora, que assim que entrou em funções como ministro, aumentou em 400% os donativos e subsídios do Estado, àquela instituição. Sim leram bem: 400%. Eram no anterior governo na ordem dos 250 mil euros anuais, e passaram para 1 milhão anualmente, por decisão e ordem do actual ministro Vieira da Silva, e com participação do anterior Secretário de Estado.

Isto, apesar da dita instituição, manter exactamente o mesmo número de camas, e de doentes ali internados, que tinha, durante o consulado do anterior governo. Ou seja, não existe ali, nenhuma justificação de meios empregues, ou investimentos realizados, ou aumento de serviços prestados, ou aumento no número de utentes, que possam justificar o acto de gestão do ministro, em ter aumentado em 400% os montantes doados à Raríssimas. Dinheiro público.

Mas, quando confrontado com tudo isto, tal como o seu ex Secretário de estado, também o Ministro Vieira, diz, que dorme bem e de consciência tranquila, e claramente que não se sente nada incomodado.

Já sabíamos que esta gente não é portadora de vergonha, nem espinha dorsal. Mas agora revelam que também não possuem consciência alguma. Demonstram sem qualquer inibição, nem o menor pudor, ser gente execrável, amoral, e absolutamente irreformável.

E isto, para mim, não sentirem um pouco de vergonha, arrependimento, o menor remorso, um pequeno peso na consciência, ou no mínimo um ligeiro incómodo, é em tudo, o mais grave, e o mais assustador

Para já há uma demissão no governo faltam ainda umas tantas

Para já há seis arguidos constituídos com o desenvolvimento do inquérito aos incêndios . O governo tentou censurar o Prof. Xavier Viegas, ocultando parte do seu relatório mas o presidente da Comissão de Inquérito não foi na cantiga. Corajosamente publicou culpas negras e incompetências vergonhosas. Tudo o que o primeiro ministro  "não sabia."

No caso "Raríssimas" o actual ministro da Segurança Social ( aquela entrevista demitia qualquer um) andou por lá como vice-presidente mas nunca viu nada nem "sabe nada" . A mulher, deputada da nação, vai de viagem ( afirma que devolveu o dinheiro). É assim que se preenchem currículos, muitos cargos importantes mas sem responsabilidade e sem trabalho. E é claro "não sabe nada".

O secretário de Estado da Saúde, também foi consultor da "Raríssimas" recebendo 3 000 euros/mês enquanto ocupava outras funções. Pediu hoje a demissão mesmo não "sabendo nada".

O Estado é isto, um amontoado de gente sem "rei nem roque", sem avaliação e com salário fixo e progressão automática na carreira . Claro que há no Estado gente muito capaz e decente e é por isso mesmo que não é possível continuar com este conveniente " todos iguais todos medíocres".

Porque se o Estado não for escrutinado pelos contribuintes vai enchendo até rebentar. Aliás, os funcionários públicos deviam ser os primeiros a exigirem uma administração pública transparente e exigente consigo própria.

Mas é raríssimo toda a família comer da gamela ?

Não é o Presidente do PS que tem uma série de familiares empregados no Estado ? Ora a família socialista só cumpre a sua quota. No Estado mas também na Câmara de Lisboa .E o dinheiro para as vítimas dos incêndios já apareceu ?

Mas esta não lembra o diabo. O ministro que concede os subsídios tem a mulher a viajar à conta, o secretário de estado da saúde foi consultor com a módica quantia de 3 000 euros/mês, a presidente saca por tudo quanto é sítio, tem lá o marido e o filho.

Eu tenho um grande respeito por estas organizações que ajudam os pobrezinhos mas há um pormenor que me apoquenta. Os seus dirigentes têm nome de família, as tias são ali da linha de Cascais, os voluntários meninas e meninos bem apresentados com boas roupas e com todo o ar de que anda ali com o mesmo à vontade de quem está habituado a não perder uma noite de Rock & Rio.

Cá em casa somos sócios/pagadores de três destas instituições uma das quais me deixa apreensivo. É que com o material de informação que me envia cada dois meses tem que ter receitas muito elevadas ou então o dinheiro não chega às crianças que dizem ajudar.

Um amigo que os conhece lá do lugar já me disse que aquilo é tudo "gente bem" que vive à conta e aconselhou-me a não lhes arrendar um apartamento. Não te pagam a renda e nunca mais os tiras de lá, estão cheios de consultores para essas acções que envolvam tribunais.

No fim deste ano vou retirar a autorização de débito directo na minha conta e vou fazer umas perguntas. É que estar a pagar o vencimento de quem ganha mais do que eu é uma coisa que me chateia.

Mesmo que seja pelas boas contas do Estado.