António José Seguro foi violentamente expulso da liderança do PS por Mário Soares, Sócrates e António Costa.
As razões do eclipse dos partidos socialistas em França, em Espanha e na Grécia são o verdadeiro perigo para o PS. E cá tem um rosto. O Bloco de Esquerda.
"Consciente dos insólitos e inesperados desaires eleitorais e políticos do PASOK, do PSOE e do PSF, o Partido Socialista português trava uma luta pela sobrevivência, cujo inimigo é o Bloco de Esquerda. A ventura de um adversário comum uniu-os temporariamente no apoio a uma mesma solução governativa, adiando essa batalha até às próximas eleições. O PS, porém, não quer ir a votos enquanto aliado do BE. Precisa, por isso, de reaproximar-se do centro, assumindo-se como um partido de esquerda, mas do sistema. "
Basta saltar para dentro do circulo político próximo do poder para que os novos partidos apresentem as mesmas nódoas. O PODEMOS, o novo partido em Espanha que espantou meio mundo com as sondagens a dá-lo como primeiro partido, já foi ultrapassado pelo PSOE. Razão? Um dos seus dirigentes tem um currículo pouco limpo.
"Desta forma, o PSOE poderia agora ser chamado a governar, apesar de ter a pior votação da sua história. Um cenário possível, devido ao fim do tradicional bipartidarismo, consequência da afirmação do Podemos no mapa político espanhol. Depois de uma subida fulgurante, a jovem formação mostrou pela primeira vez uma desaceleração, numa semana marcada pela apresentação do programa económico e pela controvérsia surgida em relação à atribuição de uma bolsa universitária a um dos seus dirigentes, Íñigo Errejón."
O programa económico para agradar a uns desagrada a outros e a natureza humana faz o resto.
O PSOE quer pagar a dívida. O madrileno de 42 anos diz ainda, na entrevista ao "El País", acreditar que "boa parte" da sociedade espanhola partilha das mesmas preocupações do PSOE. "Os militantes e a sociedade vão aceitar o modelo de social-democracia reformista que defendo. Tem saído muito talento deste país, estão a ir-se embora os jovens e há uma geração de maiores de 40 no desemprego"
O PSOE, o PS francês e o Partido Democrático italiano já evoluíram, abrindo-se à sociedade. Já é possível que os simpatizantes mas não membros votem para as eleições internas e é mais fácil a apresentação de candidaturas. Ao contrário do que se passa cá onde os partidos cada vez se fecham mais sobre si próprios.
Entre as propostas aprovadas neste sábado, durante a Conferência Política do PSOE, está também a redução do número de assinaturas de militantes necessárias para a apresentação de uma candidatura às primárias, de 10% para 5%. Desta forma, passam a ser necessárias cerca de 11 mil assinaturas de militantes socialistas.
Democratizar as estruturas internas dos partidos envolvendo um maior numero de cidadãos. Uma boa notícia para ser seguida por cá.