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BandaLarga

as autoestradas da informação

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O PS e os empecilhos

Vai alta a bulha entre Catarina Martins e António Costa com a ajuda dos barões que entram agora na guerra. Tudo o que os separa e que foi cuidadosamente escondido (ia a dizer amordaçado) nos últimos quatro anos vem à luz do dia.

Muito antes foi Carlos César que iniciou a contenda. Dizia o César que se o PS fizesse o que o BE propunha o país seguia direito para a (quase) bancarrota. Convenientemente, César desapareceu  entre a bruma das ilhas açorianas.

A questão é mesmo entre o PS, que quer maioria absoluta para se ver livre dos “empecilhos”, e a esquerda, que quer um governo com mais exigência nos próximos quatro anos. Por isso, o PS recusa acordos, o Bloco estabelece pontes. O PS pede poder absoluto, o Bloco quer entendimentos para medidas. Sim, há uma escolha entre o PS e as esquerdas, ou entre a maioria absoluta que o PS deseja e as soluções que as esquerdas defendem.

O PS voltou a ser de direita.

Há que amarrar o PS à extrema esquerda

Entre a União Europeia e a extrema esquerda anti-europa há que escolher e por muita flacidez táctica que António Costa seja capaz não vai poder fugir a essa escolha estratégica.

O PSD vai poder agora preencher o espaço ao centro que já foi seu em contraponto ao PS companhon de route de partidos marxistas-leninistas anti-Zona Euro. E os sinais são cada vez mais evidentes, com a agitação dos sindicatos e as exigências de Jerónimo e Catarina.

A Comissão Europeia vai dando uma na ferro outra na ferradura, ora louvando o momento de crescimento ora advertindo que é necessário avançar com mais redução do défice, sem o que a dívida não desce. É uma questão de tempo, o PS está obrigado a obter uma maioria absoluta em eleições a não ser...

E aqui entra o próximo secretário Geral do PSD já que Cristas anunciou o que se esperava. Não entra em coligações com os socialistas.

Rui Rio ou Santana Lopes um deles vai ter que reposicionar o PSD ao centro e vai ter que confirmar que não aceitará ser segundo num governo liderado por António Costa. Este está a descobrir que a geringonça não serviu só para lhe salvar a pele após uma derrota eleitoral, amarrou-o também à ideologia que Mário Soares sempre combateu.

Rui Rio é estrategicamente mais consistente que Santana embora este seja mais flexível na táctica. Ora com o nosso comprometimento com a Zona Euro a estratégia está traçada o que o PSD  pode e deve fazer é enveredar por políticas que  são as suas - a social democracia.

Uma sociedade civil liberal, uma economia de mercado e um estado mais leve e menos interventor são os factores fundamentais para que o país consiga sair da pobreza, da desigualdade e da dívida. Cenário que nunca foi experimentado em tempos de crescimento.

É verdade que Santana está mais maduro mas eu comprava mais depressa um carro usado a Rio.

As sondagens que precisam de alguns dias para serem realizadas - não, estes dias de espera não são nada de reflexão -  vão dizer quem é o preferido.

 

 

 

Rui Moreira passou de bestial a besta na opinião do PS e do BE

O PS bem à sua maneira tentou manipular e engolir o presidente da câmara do Porto chamando a si os méritos da governação da cidade. E foi concertado ao mais alto nível basta atentar nos vários membros socialistas que falaram e escreveram sobre o assunto. Incomodado e percebendo que estava a ser engolido Rui Moreira reafirmou a sua independência.

Foi quanto bastou para passar de bestial a besta . Agora já não presta e deixou de ser apoiado  pelo PS.

O PS conhecia as origens de Rui Moreira e este secretariado nacional ignorou-o enquanto lhe deu jeito, independentemente do discurso que tem para o eleitorado que acha que vota nele. Se não conhecia é ignorante ou incompetente e, em qualquer dos casos, não sai bem. Mariana Mortágua e o BE também só hoje, depois da rutura com o PS, conheceram melhor o presidente da Câmara do Porto. A política-espetáculo de Rui Moreira, diz, evita a mobilização democrática - o eleitorado que não vota BE, nem PS, não é democrata - e quem alinha com ele queimando as pontes à esquerda não pode ter um projeto credível - por acaso no Porto, nas últimas autárquicas, mais de 60% do eleitorado acreditou noutros projetos. O bater no peito de Paulo Pedroso e de Mariana Mortágua pelo Porto incomoda-me profundamente. Pura e simplesmente porque a guerra deles é o controlo do PS e a esquerda. Os que lá vivem, ou em qualquer outro lado, são colaterais. Como eu ou o leitor.