Em campanha eleitoral os avisos do FMI beneficiam quem ?
O FMI está a enviar avisos de prudência. Há sinais (vários) muito positivos mas a pressa é má conselheira. A maioria anda a dizer que é preciso continuar por este caminho. A oposição clama por mais despesa pública. O PS até já propôs gastar agora mais dinheiro da Segurança Social para pagar mais tarde. Se houver, pois como eles descobriram agora, só há no futuro devolução da sobretaxa do IRS se houver excesso orçamental. Na Segurança Social também é assim.
Os "cofres cheios" da Maria Luís Albuquerque, tão glosados pela oposição são, reconhecidamente, uma almofada financeira fundamental para manter a credibilidade junto dos credores e defender o Tesouro dos percalços que a Grécia pode desencadear.
Há que reduzir a despesa pública reformando o estado, avisa o mesmo FMI, medida a que a oposição furiosamente se opõe, já que sabe que não há mais margem para fazer crescer a receita. Ora, a saída do país dos "défices excessivos" é necessária para que possa aceder a várias medidas de financiamento europeias, entre elas o "Plano Juncker", 315 mil milhões de euros para investir em projectos de relevância supra-nacionais.
A situação da Grécia já mostrou que não há almoços grátis.