Á medida que as prestações vencidas forem pagas pelos países o BCE, com esse dinheiro, fará novas compras de dívida pública. E pelo menos até ao fim de 2019 manterá negativas as taxas de juro.
Quanto representam estas medidas no orçamento e na situação financeira do nosso país ? Lembram-se das declarações desabridas contra o Euro, as exigências de reestruturação da dívida e da redução das taxas de juro ? Está aí tudo pela mão do BCE .
Mil e quinhentos milhões por ano é quanto poupamos em juros graças aos Programas do BCE . Alguns cretinos querem-nos fora do Euro.
Lá para o fim do ano o BCE vai dar por terminado o programa de compra de dívida o que vai contribuir para o aumento das taxas de juro a somar ao crescimento que já se faz sentir. E isso, tendo o país uma dívida gigantesca, não ajuda em nada.
Há uma probabilidade elevada dos investidores internacionais penalizarem os leilões dos periféricos do euro (Itália e Portugal), exigindo taxas muito mais altas do que nas operações anteriores, e continuarem a aceitar juros muito baixos no caso das emissões de Bunds (alemães) e do MEE.
O regresso a um quadro de clara dissociação entre as trajetórias dos juros nos periféricos e no centro do euro é um dos riscos assinalados por muitos analistas.
Sem reformas estruturais que PCP e BE não deixam fazer as taxas de juro vão subir ( no caso de Portugal já estão nos 2%) o que em qualquer caso é uma bomba para as finanças.
Esta semana há um novo leilão do Tesouro.
No prazo de referência, a 10 anos, os juros (yields) fecharam no mercado secundário acima de 2% na sexta-feira e abriram esta segunda-feira em queda ligeira, registando 1,96%. Apesar de estarem, agora, abaixo do limiar dos 2%, estes juros estão claramente acima do mínimo histórico de 1,67% ocorrido no último leilão, naquela maturidade, realizado a 9 de maio.
As taxas atuais de mercado a 5 e 10 anos apontam para o fim de juros em mínimos históricos nos leilões de dívida de médio e longo prazo organizados pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP).
São cada vez mais as vozes que pressionam o fim do programa da compra de dívida pelo BCE . Portugal não está preparado para o inevitável aumento dos juros. A dívida não desceu , a economia começa a fraquejar e não constituímos almofadas financeiras para amortecer o embate.
Parece certo que o final do programa será no fim de Setembro deste ano e que o anuncio será feito em Junho.
Klaas Knot, governador do banco central da Holanda e membro do conselho de Governadores do Banco Central Europeu (BCE), defendeu que o programa de compra de activos da autoridade monetária do euro tem de terminar "o mais rápido possível". Knot, que manifestou a sua posição numa entrevista ao programa Buitenhof este domingo, acredita que não há motivos para que o programa de "quantitative easing" continue.
A dívida que anda nos 128% do PIB é incomportável( é a segunda maior despesa logo a seguir ao SNS - 8,4 mil milhões) e não se vê como é que a conseguiremos trazer para pelo menos 90% do PIB.
A economia precisava de crescer entre 3% e 4% no mínimo e se com este conjunto de condições favoráveis da Zona Euro não se alcançou esse patamar não se vê como consegui-lo daqui para a frente.
Com esta posição do governador holandês : A marcar o mercado de dívida soberana na Europa continua a estar a alta dos juros da Alemanha, devido às perspectivas de retirada de estímulos por parte do Banco Central Europeu .
A tendência é de agravamento em toda a dívida europeia, depois de Klaas Knot, governador do banco central da Holanda, ter defendido que o programa de compra de activos do BCE tem de terminar "o mais rápido possível". O actual está em vigor até Setembro e as declarações de Knot indiciam que poderá não ser renovado além desta data.
Mas a dívida média dos países da Zona Euro anda pelos 89% do PIB .
A única razão que tem segurado os juros da dívida portuguesa é o programa de compra do BCE que não é eterno . E, com o nível de dívida que temos isso, será um enorme problema .
A dívida pública de Portugal está entre as maiores do mundo e a redução anunciada é a da percentagem da dívida face ao PIB e não do montante absoluto, que continuará a subir. Isto porque é o PIB que cresce e não a dívida que diminui.
Também o Commerzbank, numa nota aos investidores, alertou esta semana que «só graças à política de juros baixos do BCE é que são suportáveis os custos da dívida». A análise do economista Ralph Solveen aponta que «crescimento robusto deve continuar nos próximos trimestres» - o banco alemão prevê 2,5% este ano e 2% no próximo - taxas que vão «ajudar a compensar o impacto do aumento da despesa pública e reduzir o défice e o rácio da dívida pública». Mas quando as taxas de juro subirem Portugal caminhará para ser «um dos países que mais vão sofrer com isso».
O banco central já é dono de quase um terço de toda a dívida », diz Marcus Answorth, acrescentando que «os progressos na economia têm sido bons, mas não suficientemente bons para começarem a abater neste impressionante fardo de dívida».